SIEMENS ENERGY VIVE OTIMISMO PARA 2025, DE OLHO EM OPORTUNIDADES COM BATERIAS, DATA CENTERS, TRANSMISSÃO E GÁS NATURAL | Petronotícias




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SIEMENS ENERGY VIVE OTIMISMO PARA 2025, DE OLHO EM OPORTUNIDADES COM BATERIAS, DATA CENTERS, TRANSMISSÃO E GÁS NATURAL

Andre_ClarckA edição de hoje (20) da série especial Perspectivas 2025 traz projeções animadoras de um dos principais players do mercado de energia no Brasil. A Siemens Energy viveu um ano de 2024 com bons resultados e viu suas ações saltarem mais de 300% ao longo do ano. Para além disso, a empresa fechou um relevante contrato com a Eletrobrás para a modernizar o sistema de transmissão do país. Para o novo ano que se aproxima, os negócios prometem ficar em patamar aquecido, segundo projeção do Vice-Presidente Sênior da Siemens Energy para a América Latina, André Clark. “O ano de 2025 para a Siemens Energy no Brasil está praticamente configurado. Isso se dá devido à natureza de nossos negócios, que exigem visão de longo prazo. Em nossas operações, as vendas são realizadas com uma projeção de pelo menos dois anos à frente”, contou. Clark avaliou que, nos próximos 24 meses, espera-se um aumento de sobra energética no Brasil, impulsionado pela entrada de mais geração solar. “Isso gera uma demanda adicional por baterias, data centers e, especialmente, por transmissão de energia. Nesse sentido, também somos otimistas em relação a esses três mercados”, analisou. “Por fim, o mercado de gás está em franca expansão no Brasil, com destaque para o potencial desenvolvimento da conexão entre o gás argentino e o Brasil, que, se concretizado, trará oportunidades significativas no médio prazo”, concluiu.

Como foi o ano de 2024 para a Siemens Energy e seu segmento de atuação?

SubestacaoEsse foi um ano de grandes marcos e desafios vencidos para a nossa empresa. Olhando para dentro da Siemens Energy, 2024 foi profundamente bem-sucedido globalmente, o que se vê refletido no aumento de mais de 300% do preço das nossas ações. Localmente seguimos essa trajetória de êxito, com crescimento em todas as nossas áreas de negócio e grandes contratos celebrados, a exemplo da parceria firmada com a Eletrobras, que visou a modernização e a revitalização de diversos ativos de transmissão no Sistema Integrado Nacional (SIN) em uma série de projetos que trarão maior resiliência para a nosso sistema e segurança energética para centenas de milhares de pessoas.

Para além dos contratos conquistados, este continuou sendo um ano complexo do ponto de vista das cadeias de fornecimento globais, com grandes variações na disponibilidade de matérias-primas. Por isso, foi fundamental investirmos em uma relação ainda mais próxima de parceria e transparência com nossos fornecedores locais, assim como no fortalecimento de sinergias internas com outras regiões nas quais temos operação, o que ajudou a nos diferenciar em um mercado cada vez mais global, que exige fornecedores com solidez e alcance internacional.

Quando falamos do segmento de energia como um todo, acredito que estamos no maior ciclo de prosperidade da nossa história, com destaque para a reorganização dos governos, nas diversas esferas, e a recente assinatura do aguardado Acordo Mercosul-União Europeia, que projeta excelentes perspectivas. Cabe a nós aproveitarmos essa janela de oportunidade, buscando protagonismo na agenda da transição energética internacional.

Quais seriam suas sugestões à indústria e ao governo para melhorar o ambiente de negócios no setor de energia?

siemens-energyO Brasil e o nosso mercado precisam de agências altivas, bem financiadas, com todos os quadros técnicos e de boa qualidade, além de um olhar de longo prazo, porque, como disse, esta é uma competição global. Os investimentos internacionais vêm para os lugares com os melhores ambientes regulatórios. O Brasil deve tratar suas agências reguladoras, especialmente dentro do setor de energia, e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o mesmo grau de autonomia e independência que se confere ao Banco Central. Dessa forma, independentemente das mudanças de governo, as agências podem manter sua independência econômica e financeira, além da sua resiliência.

Tal abordagem é essencial, pois estas agências são alicerces fundamentais para a Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa lançada pelo próprio governo. O setor de energia, em particular, desempenha um papel crucial na criação de soluções sustentáveis e verdes para o planeta. A prioridade, portanto, é o fortalecimento do trabalho com as agências reguladoras.

Um outro ponto vem da compreensão de que o mundo está vivenciando uma revolução energética em tempo real. A transição energética está ocorrendo globalmente, com uma velocidade e frequência notáveis em todas as áreas nas quais o Brasil se envolve, como redes de transmissão, geração de energia, gás natural e também nuclear. O Brasil é líder nessas áreas, mas os mercados estão cada vez mais competitivos. Planejamento e visão global são fundamentais para que os projetos sejam implementados dentro dos prazos estabelecidos, pois o mundo inteiro está competindo por essas soluções.

O recente ciclo de transição energética na Europa, em meio à guerra da Ucrânia, o avanço acelerado nos Estados Unidos e a expansão do Oriente Médio em sua rede energética demonstram que o Brasil precisa se inserir nesse contexto mundial. O País não pode se limitar a uma visão interna, pois os timings e as dinâmicas globais são distintos e exigem uma adaptação rápida.

Como os recentes acontecimentos no cenário político internacional podem influenciar os negócios no Brasil?

fpso-solTanto a demanda por energia quanto a necessidade de reformas permanecerão as mesmas. A mudança climática ocorre independentemente das mudanças políticas. Em nossa visão, o que está acontecendo é uma aceleração nos planos estratégicos em torno de três pilares: segurança, sustentabilidade e preço da energia, com um foco crescente em segurança energética. Quando isso acontece, a urgência aumenta. Esse fenômeno está ocorrendo globalmente; quanto maior a incerteza, mais os países priorizam a segurança. O protecionismo se intensifica, não apenas no comércio, mas também no campo dos investimentos.

Com isso, há uma crescente proteção dos fluxos de investimento, com os países, sob pressão fiscal, buscando direcionar seus recursos para seus próprios interesses. A competição aumentou, pois as nações enfrentam restrições fiscais e questões políticas internas de grande escala. Exemplos claros disso podem ser observados em países como Coreia do Sul, França, Alemanha e Estados Unidos, todos com um foco voltado para as questões e o mercado interno.

Por fim, quais são as perspectivas da Siemens Energy para o ano de 2025?

data-centerO ano de 2025 para a Siemens Energy no Brasil está praticamente configurado. Isso se dá devido à natureza de nossos negócios, que exigem visão de longo prazo. Em nossas operações, as vendas são realizadas com uma projeção de pelo menos dois anos à frente.

Em 2025, um dos testes mais significativos no mercado brasileiro será o de baterias. Não pelo negócio em si, mas essa será uma das primeiras vezes em que faremos um experimento que coloca à prova a operabilidade do sistema, tendo como principal cliente a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), e não necessariamente a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Essa espécie de teste com baterias é fundamental, pois irá determinar o futuro de um novo mercado desse segmento no Brasil, no qual somos extremamente otimistas em termos de aposta.

Mais do que isso, o cenário atual, de crescimento da infraestrutura de data centers, reflete a relevância da energia excedente disponível, o que constitui uma oportunidade de negócio significativa. Nos próximos 24 meses, espera-se um aumento dessa sobra energética, impulsionado pela entrada de mais geração solar. Isso gera uma demanda adicional por baterias, data centers e, especialmente, por transmissão de energia. Nesse sentido, também somos otimistas em relação a esses três mercados. E no setor de petróleo, os ciclos de investimento da Petrobras no offshore, óleo e gás offshore se manterão fundamentais.

gas-naturalPor fim, o mercado de gás está em franca expansão no Brasil, com destaque para o potencial desenvolvimento da conexão entre o gás argentino e o Brasil, que, se concretizado, trará oportunidades significativas no médio prazo. O papel do gás no Brasil será o de peak shaving, ou seja, fornecer flexibilidade na oferta de energia, e para isso, o gás e o biogás, ambos com características distribuídas próximas ao centro de carga, terão um papel central, o que consideramos ser uma evolução importante para o Brasil.

Os serviços de armazenamento de gás, especialmente os que envolvem moléculas de gás, estão se sofisticando. Estamos criando um mercado de gás mais avançado, com novas metodologias de precificação, em contraste com o modelo anterior, que se baseava exclusivamente no petróleo. A criação de um mercado local de gás, com precificação transparente e flexibilidade entre oferta e demanda, está em desenvolvimento no Brasil e estamos extremamente animados com esse processo. Isso representa um avanço significativo para a segurança energética do País.

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