SINDICATO DA INDÚSTRIA MECÂNICA DO RIO APRESENTARÁ PROGRAMA DE FINANCIAMENTO PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS NESTE MÊS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Erica MeloO acesso ao financiamento é um tema importante para as empresas neste momento em que o país planeja como será a retomada da economia. Com isso em mente, o Sindicato das Indústrias Mecânicas e de Material Elétrico do Município do Rio de Janeiro (Simme) está fechando uma parceria com uma instituição financeira para apresentar, agora em junho, um programa de acesso à linha de crédito. A iniciativa será voltada às pequenas e médias empresas e está sendo estruturada de acordo com as necessidades do setor mecânico, conforme revela a presidente do Simme, Erica Melo. “Quando você setoriza [a linha de financiamento], é possível especializar o gestor financeiro que vai fornecer o crédito para entender as necessidades do setor. Então, eu acredito que este será um programa que vai contribuir muito para as associadas”, declarou. Erica também falou  sobre demissões no setor e como a Covid-19 está impactando as operações das companhias: “As indústrias que permaneceram abertas tiveram que reduzir suas jornadas de trabalho e suspender contratos porque não podiam entregar os produtos ou realizar as manutenções dos equipamentos. O cenário é esse, somado às incertezas do petróleo”, afirmou.

Quais os principais problemas enfrentados pelo setor metal mecânico neste momento?

Nós estamos tendo comportamentos diferentes no estado do Rio. De um lado, o governo federal editou uma medida provisória declarando que a indústria é um serviço essencial. Mas o estado tem uma conversa diferente e cada município tem autonomia para determinar o que cada empresa pode fazer. Na prática, acabamos ficando mais sujeitos às prefeituras do que propriamente ao governo estadual e federal quando falamos de possibilidades de funcionamento.

E qual foi o impacto desse cenário?

Por exemplo: existe os casos onde você sai de uma cidade para fazer uma entrega de equipamento ou realizar uma atividade de manutenção em outro município. Muitos empresários tiveram de paralisar suas atividades porque a sua sede estava em um município e a cidade de destino não permitia a entrada. Então, nesses mais de 60 dias de pandemia, as indústrias em todo o estado se depararam com esse tipo de problema. Isso fez com que a demanda ficasse extremamente prejudicada.

As indústrias que permaneceram abertas tiveram que reduzir suas jornadas de trabalho e suspender contratos porque não podiam entregar os produtos ou realizar as manutenções dos equipamentos. O cenário é esse, somado às incertezas do petróleo.

Apesar de o movimento feito pela Petrobrás, aportando recursos captados no exterior, ainda estamos com a capacidade de produção muito retraída, justamente por conta deste cenário das empresas de petróleo. Você não consegue ter acesso às plataformas por conta das limitações sanitárias. Isso fez com que a manutenção se tornasse mais complexa e mais espaçada.

Essa dificuldade na manutenção está trazendo algum problema para a operação das plataformas?

As plataformas têm suas escalas de manutenção determinadas. Existem normas que determinam a periodicidade de manutenção. Então, isso não vai levar a nenhum impacto no que tange à segurança das pessoas nas unidades. Mas também acaba encarecendo.

Porque estamos diminuindo o fluxo da extração. Os Estados Unidos aumentaram seus estoques em 8 milhões de barris na semana passada. Então, quando você tem estoques muito altos, a produção também cai. Quando você diminui o ritmo, também diminui o estresse dos equipamentos. Assim, é possível fazer um recalculo de manutenção.

Como está a questão de saúde física dos trabalhadores neste momento da pandemia?

As indústrias estão tomando todas as medidas necessárias para evitar a disseminação da doença. Ainda estão em andamento os testes que a Firjan disponibilizou para as indústrias. O Simme está ajudando no sentido de orientar as associadas a realizar os testes da Covid-19 para os funcionários. E também dando as orientações para a retomada, obedecendo as normas de distanciamento e a higienização. O grupo metal mecânico está se reunindo periodicamente e estamos orientando nossas associadas, porque existem apoios psicológicos para os funcionários para atravessar esse momento de incerteza.

Já estão acontecendo demissões ou temem por isso mais adiante?

Falando de nossas associadas, mais da metade delas aderiram, de alguma forma, à suspensão de contratos de funcionários e redução de jornada. Os funcionários que estão sob esse regime só sabemos o resultado disso daqui a três meses, no próximo trimestre. Mas já percebemos que, entre os que não estão sob esse regime, um aumento sim nas demissões.

Existem números que apontam para isto?

Agora que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) retornou, veremos o que aconteceu em abril. Na minha visão, os números do mês de abril devem revelar um aumento muito forte no número de demissões com relação a maio. Porque muitas das empresas, por conta da decisão liminar do STF [que afirmou que a suspensão de contrato e redução de salário e de jornada só teriam efeito após o aval de sindicatos], não conseguiram se utilizar da ferramenta de suspensão e redução de jornada.

O STF acabou gerando uma certa insegurança jurídica na aplicação da ferramenta, porque não sabia se poderia ter ou não autorização do sindicato laboral. Isso deu um freio e gerou insegurança muito grande. Juntando as decisões do município e as dificuldades, isso gerou um pico de demissão. Mas só vamos saber esse resultado agora de maio para junho, porque quem conseguiu aderir às medidas provisórias aderiu. Aí vamos ter uma dimensão real se a ferramenta que o governo colocou à disposição para manutenção de empregos teve realmente esse resultado positivo que se esperava.

E que novas medidas o SIMME pretende adotar para ajudar o setor a atravessar este momento difícil?

Estamos iniciando uma parceria com uma instituição financeira e que deve ser lançada no mês de junho. Será um programa de acesso a crédito para pequenas e médias empresas voltado às necessidades do setor. O que hoje nós vemos, em termos de acesso à crédito, é um cenário com uma instituição financeira muito grande, de alcance nacional, colocando um programa para o país inteiro. Assim, você lida com as mais diversas situações. Só que cada setor tem sua peculiaridade.

Quando você setoriza, é possível especializar o gestor financeiro que vai fornecer o crédito para entender as necessidades do setor. Então, eu acredito que este será um programa que vai contribuir muito para as associadas. Vamos fazer uma transmissão online para marcar o lançamento do programa neste mês.

E também vamos realizar um seminário online divulgando para as associadas o apoio psicológico aos funcionários em tempos de pandemia. Teremos a participação de psicólogos e gestores deste programa.

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