SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO PRECISARÁ DE OFERTA ADICIONAL DE 5,5 GW EM 2028, PREVÊ EPE
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicaram nesta semana um novo caderno que faz parte dos estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034). O documento traz uma informação importante para o setor elétrico nacional. De acordo com as previsões, o Sistema Interligado Nacional (SIN) precisará de oferta adicional de potência já a partir de 2027. No ano seguinte, essa necessidade de oferta adicional chegará a ordem de 5.500 MW (5,5 GW). O caderno está disponível neste link.
“É importante frisar que os requisitos de energia e potência são crescentes ao longo dos anos, mostrando a importância de uma expansão perene e uma estratégia para viabilizar investimentos de forma contínua”, diz a EPE no caderno. A estatal de planejamento aponta ainda que o requisito de energia possui marcante sazonalidade, com aumento no período seco e com tendência de crescimento no horizonte decenal.
A EPE indica também que a carga de energia e demanda máxima possuem crescimento médio de 3,3% no horizonte decenal (entre 2024 e 2034). As projeções no documento indicam uma demanda de energia de 110 GW médios e uma demanda média mensal de 140 GW em janeiro de 2034. Para utilização no Balanço de Potência, há o acréscimo de reserva operativa de 5% da demanda máxima em todas regiões; e 6% da geração eólica para o subsistema Nordeste e 15% para o Sul.
De acordo com o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral, com as mudanças que vêm ocorrendo no setor elétrico, uma expansão baseada apenas no atendimento da projeção de carga de energia média não seria mais capaz de prover o atendimento à demanda em seus diversos momentos. “Desse modo, tornou-se necessária a implementação de novas dimensões de análises e métricas que permitam quantificar quais os serviços que o sistema irá precisar no futuro. Assim, é possível planejar a expansão e operação para garantir a segurança de suprimento almejada”, explica.
A EPE destacou que os estudos de planejamento da expansão devem ser vistos como um processo contínuo, e cada publicação representa um recorte a partir de dados e premissas do momento de sua elaboração, que teve início em dezembro de 2023, considerando, dentre elas, a visão que se tinha nessa época da projeção de carga para todo o horizonte decenal. “Cabe ressaltar que a efetiva necessidade de contratação nos próximos leilões, em especial no LRCAP 2024, será definida em momento próximo à realização de cada certame, onde as premissas de carga e geração serão atualizadas, bem como as demais informações relevantes”, afirmou a estatal em um comunicado publicado em seu site.
“Na elaboração do PDE estamos atentos às lições aprendidas com a operação do sistema e de olho no futuro, para assegurar o atendimento a todo instante ao menor custo para o consumidor final, com um compromisso sólido com a segurança do sistema. O PDE tem um importante papel de subsidiar o MME na elaboração das políticas públicas para o setor elétrico”, acrescentou o presidente da EPE, Thiago Prado (foto).
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