SKF LANÇA NOVO SISTEMA PARA MERCADO DE ÓLEO E GÁS
Por Daniel Fraiha / Petronotícias
Há cerca de quatro anos o pré-sal passou a figurar no vocabulário brasileiro e mundial, fazendo com que não só a indústria que atuava diretamente no petróleo, mas a de equipamentos também se revirasse de olho no que o futuro prometia. Foi mais ou menos na mesma época em que a SKF do Brasil começou a se estruturar para atender a esse mercado, como conta o Gerente de Óleo e Gás para a América Latina, Hamilton Lima Porciúncula.
O gerente adiantou que em alguns dias a SKF lançará um novo sistema de proteção para turbomáquinas, previsto para ser anunciado durante o Congresso Brasileiro de Manutenção, organizado pela Abraman, em Curitiba. Será um painel de monitoramento de vibrações, com função parecida com a de outros produtos da companhia, mas agora voltado para a indústria do petróleo. Chamado de IMX-M, o equipamento será fabricado na Suécia, importado e instalado por uma equipe da SKF. “É um sistema de instalação bem complexa, para ser utilizado em máquinas de grande porte do setor de petróleo e em usinas de cana-de-açúcar. São máquinas que, se quebrarem, param a produção de uma refinaria inteira”, afirmou Porciúncula.
A empresa sueca, que veio ao Brasil ainda em 1915 e hoje conta com 120 fábricas em 25 países, concentra a maior parte de sua produção brasileira em uma fábrica em Cajamar, a 30 km da cidade de São Paulo. Mas ali o foco não é a indústria do petróleo. Pelo menos por enquanto, a produção da SKF no Brasil ainda é restrita ao mercado automobilístico. “A SKF está modificando a estrutura dela de vendas e de suporte para o Brasil e para a América Latina”, ressaltou Porciúncula, que confirmou a existência de projetos para trazer ao país a fabricação de peças para o setor de óleo e gás, mas não entrou em detalhes. “Existem projetos, mas ainda não podem ser divulgados”, concluiu.
Apesar de ainda não ter a fabricação em território nacional, as cinco áreas de atuação da empresa – rolamentos, sistemas de lubrificação, vedantes, mecatrônica, e serviços – já agem no mercado de petróleo. “Estamos buscando e desenvolvendo soluções voltadas para esse segmento, como rolamentos especiais que aumentam as performances, feitos com aço inox, exclusivamente para máquinas da indústria do petróleo”, contou o gerente, que disse já terem fornecido mancais magnéticos para a Petrobrás, voltados para compressores de gás utilizados na Bacia de Campos.
O segmento de óleo e gás ainda não é o carro-chefe da empresa, que ficou em primeiro lugar na lista organizada pela Rede Brasileira de Manutenção entre as que melhor prestavam o serviço. Mas também não é uma área menor, muito pelo contrário, as expectativas são de crescimento. “A SKF já tem contratos de longa duração com a Petrobras e com a Braskem”, disse Porciúncula, “fornecemos rolamentos e equipes que fazem a medição de vibrações para as empresas”, completou.
A empresa registrou um faturamento de US$ 9,5 bilhões em 2010, mesmo ano em que adquiriu por cerca de US$ 1 bilhão a Lincoln, líder mundial em sistemas de lubrificação, mas não detalhou o montante relativo ao setor de óleo e gás por conta de normas internas. Para Porciúncula, a escolha de investir com mais estrutura no setor é fruto de uma explicação bem simples: “é um mercado que não tem crise”, afirmou.
Deixe seu comentário