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SÓ A HUMILDADE E O DIÁLOGO PODERÃO SALVAR A INDÚSTRIA BRASILEIRA DAS GRAVES CONSEQUÊNCIAS DAS TARIFAS IMPOSTAS PELOS ESTADOS UNIDOS

Captura de tela 2025-07-10 002455O mercado brasileiro acorda em clima de apreensão, mas com a convicção de que só a humildade poderá salvar o Brasil dos efeitos devastadores que a taxação anunciada pelo presidente americano Donald Trump, que deve entrar em vigor a partir de 1º de agosto. A imposição de 50% sobre os produtos brasileiros escancarou uma realidade incômoda, mas ignorada por parte do governo: o Brasil é profundamente dependente dos Estados Unidos em diversas áreas estratégicas. Enquanto isso, o presidente Lula, em vez de adotar uma postura sensata, tem agido como um cachorro pequinês latindo atrás do portão. Faz barulho e nada mais. Sem apresentar soluções práticas diante da gravidade do cenário, a resposta do governo brasileiro até aqui tem sido ruidosa, mas ineficaz.

Entre os fatores que acirraram o desgaste na relação bilateral estão o alinhamento do atual governo brasileiro com regimes autoritários e grupos considerados hostis ao Ocidente. O governo Lula aproximou-se de regimes como o do Irã, de grupos como Hamas e Hezbollah, além de ter se distanciado de aliados históricos, como Israel — um dos principais parceiros dos EUA. Essas decisões cobraram seu preço. Além disso, Washington observa com preocupação a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo escreveu o próprio presidente americano. A percepção é de que há um desequilíbrio institucional crescente, e os recados já vinham sendo dados. Agora, a resposta veio em forma de tarifa.

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Embraer pode ser uma das empresas mais prejudicadas com a taxação

A dependência do Brasil em relação aos Estados Unidos vai muito além da retórica política. Se, por exemplo, os americanos decidirem suspender a venda de aviônicos para a  Embraer, a empresa simplesmente será jogada em um poço sem fim. Em outro cenário, um eventual rompimento de contratos relacionados ao GPS ou ao uso de satélites afetaria diretamente as comunicações no território nacional. O Brasil ficaria desorientado como uma “barata tonta” — sem reação, sem estrutura e sem autonomia. Até mesmo as Forças Armadas vivem hoje um cenário crítico. Sem combustível, sem manutenção, sem peças — elas são hoje as primeiras Forças Armadas a operar em “home office” do mundo. A falta de estrutura revela um país vulnerável e sem poder de reação.

Enquanto isso, cresce a dúvida sobre quais medidas realmente concretas serão adotadas efetivamente pelo Planalto contra o governo americano. Trata-se do maior mercado consumidor do mundo. Pensar em retaliação com a lei da reciprocidade, como Lula escreveu ontem em uma nota à imprensa, seria um tiro de canhão no pé. Seria mais sensato começar por reconhecer o erro e sentar à mesa de negociação.

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Dia promete ser agitado na Bolsa de Valores

A reação do mercado deve ser sentida de forma mais aguda a partir desta quinta-feira (10). Ontem (9), quarta-feira, foi feriado em São Paulo, o que reduziu momentaneamente a repercussão. Mas, como dizia o ex-ministro Delfim Netto (1928-2024), hoje vai ser o verdadeiro dia “do lobo da quinta-feira”, com impactos no dólar, na bolsa e nos investimentos. Caso o Brasil não mude o tom, o resultado será desastroso: alta no dólar, fuga de capitais, crise institucional e até risco de impeachment de Lula. O mercado, ao contrário da política, não tem coração. Age com cálculo e rapidez. E, diante da instabilidade, já há quem esteja se movimentando nos bastidores do Congresso para levantar a bandeira do impeachment.

O governo precisa entender que não há mais espaço para bravatas ou discursos ideológicos. A solução passa, obrigatoriamente, por um gesto de humildade. É hora de baixar a guarda, reconhecer os erros e afastar o Judiciário das disputas políticas. Só assim o Brasil poderá retomar sua credibilidade e preservar seus interesses no cenário internacional. Sem isso, o país continuará como aquele cachorro atrás do portão — fazendo barulho, mas incapaz de agir.

REAÇÕES NOS SETORES DE PETRÓLEO E ENERGIA

petrobras-noiteA manhã desta quinta-feira também será um importante termômetro sobre os efeitos das taxas de Trump no mercado de óleo e gás. Há muita preocupação sobre o impacto das exportações do petróleo brasileiro para os EUA. Contudo, segundo apuração do Petronotícias, a Petrobrás não espera por um grande impacto nesse aspecto. Segundo o próprio relatório de vendas da empresa no primeiro trimestre deste ano, os Estados Unidos representam apenas 3% das vendas de óleo da Petrobrás para o exterior. A China, sozinha, responde por uma fatia de 36%, seguida da soma dos demais países asiáticos, que juntos correspondem por 33%. A Europa, por sua vez, recebe 27% das exportações de óleo da estatal brasileira.

Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) emitiu na noite de ontem uma nota manifestando “grande preocupação” com o anúncio de novas medidas tarifárias realizado pelo governo dos EUA. Este pacote de medidas vem na sequência da aplicação de tarifas de importação de 25% sobre os produtos dos setores de aço e de 10% com relação ao setor de alumínio com os países, incluindo o Brasil, anunciado pelo governo estadunidense em março deste ano.

petroleo_plataformaEm contraste com as medidas aplicadas, Brasil e Estados Unidos mantêm um longo histórico de relações mutualmente benéficas, parcerias econômicas e industriais salutares e voltadas para a promoção dos negócios. O país é o principal investidor externo direto no mercado brasileiro, sendo o segundo maior parceiro no comércio de bens nacional. Os Estados Unido registraram um superávit comercial de US$ 7 bilhões em relação ao Brasil em 2024“, disse a FIRJAN.

Analisando mais especificamente a relação com o estado do Rio de Janeiro, a federação aponta que os Estados Unidos são um parceiro estratégico e um importante player na balança comercial, investindo em importantes setores da economia fluminense como energia, bens manufaturados e os de alto valor agregado. “Nesse contexto, a Firjan defende a intensificação da atuação diplomática e paradiplomática em diversos níveis para construção de uma solução negociada“, finalizou a entidade.

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Dráusio Lima AtallaIvan Salerno de Moura Filho Recent comment authors
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Ivan Salerno de Moura Filho
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Ivan Salerno de Moura Filho

Como reagir racionalmente a uma atitude puramente passional? Trump só ficou nervosinho com os países do BRICS. Quando você diz em “reconhecer os erros”, por acaso está sugerindo que o país saia do bloco? Não? Então, a quais erros você está se referindo? Será que é acusar um bandinho de covardes que planeja o assassinato do presidente, mas depois põe o galho dentro e diz que era só brincadeirinha? Por acaso, a Suprema Corte americana é menos politizada que o STF?

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

Cuidado, este discurso pode levar ao desemprego milhares, dezenas de milhares ou centenas de milhares de brasileiros. Os americanos investem no Brasil há um século, seus ativos em serviço no Brasil sustentam milhões de empregos aqui. Ainda hoje o fluxo de capital americano cria milhares, dezenas ou centenas de milhares de empregos aqui. Não se enfrenta alguém com cinco metros de altura. É loucura e loucura desabilita.

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

Faça as contas. Um investimento de um milhão de dólares em infra estrutura pode criar 30 empregos diretos, indiretos e induzidos. Os EUA investem no Brasil há um século, em 2022 seus ativos investidos somavam 230 bilhões de dólares. com base em 30 empregos por milhão investido, em 2022 os americanos haviam criado uns 7 milhões de empregos no Brasil. E certamente bons empregos, não se tratava de vender coco na praia. Talvez entre nossos melhores empregos com os melhores salários, como a economia gosta. Queremos colocar isto em risco porque somos um país de Billys the Kid? Por mais… Read more »

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

Aliás não sei quais são nossas afinidades com a China e a Rússia. Estão do outro lado do mundo, são ditaduras sanguinárias há um século, quais seriam nossas afinidades que nos fazem trocar o ocidente por eles? Quais são mesmo os últimos sucessos musicais em Pequim e Moscou?????? Ah bem.