SÓ DEPOIS DA DIVULGAÇÃO DO ESCÂNDALO, AUDITORIA ENCONTRA PROBLEMAS E NEGA AVAL PARA PETROBRÁS DIVULGAR BALANÇO
As coisas não estão mesmo favoráveis à Petrobrás. A empresa decidiu adiar a divulgação de seu resultado do terceiro trimestre deste ano, que estava previsto para esta sexta-feira ( dia 14) e adiou para o dia 12 de dezembro. A estatal foi forçada a tomar essa decisão após a auditora das contas da companhia, a PricewaterhouseCoopers (PwC), ter pedido para analisar os relatórios das três comissões internas que apuram os indícios de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e nas obras do Comperj, no Rio, e da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O estranho é que há pouco mais de quatro meses, quando as notícias não estavam na mídia, a mesma empresa aprovou as contas da estatal sem pestanejar. Desta vez pediu até o afastamento do presidente da Transpetro, Sergio Machado, envolvido em acusações de corrupção, e criou uma série de outras exigências. Ficam as perguntas: será que a auditoria não percebeu os mesmos problemas na divulgação do trimestre passado? Será que só depois do noticiário explosivo sobre o escândalos na companhia e da delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa, os especialistas identificaram os desvios nos balanço da estatal?
A Price quer ver os relatórios das comissões internas, que ao invés de não deixar pedra sobre pedra, prometido pela presidente da empresa, não encontraram qualquer irregularidade. Pelo menos, não divulgada. Essas comissões geraram relatórios de Pasadena, Comperj e Rnest, que já estão prontos. A Price, na verdade, quer se resguardar, diante de tanto noticiário expondo a Petrobrás. Em comunicado à CVM, a Petrobrás disse que
“Não arquivará junto à Comissão de Valores Mobiliários – CVM as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 (ITR 3T14) com o relatório de revisão dos seus Auditores Externos, PricewaterhouseCoopers (PwC), no prazo previsto na Instrução CVM 480/09.”
A Petrobrás diz que por conta das investigações e em decorrência do tempo para se obter aprofundamento nas investigações pelos escritórios contratados, vai proceder possíveis ajustes nas demonstrações contábeis com base nas denúncias e investigações relacionadas à Operaçao Lava-Jato. Diz ainda que vai avaliar a necessidade de melhorias nos controles internos da companhia.
A nota da Petrobrás diz também que :
“Está empenhada em divulgar as informações do 3º ITR revisadas pelos Auditores Externos o mais breve possível e tão logo haja uma definição sobre a data da conclusão dos trabalhos a Companhia comunicará ao mercado, com antecedência mínima de 15 dias, a data para a sua divulgação.”
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