SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA NUCLEAR MOSTRA PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO DO MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

A possível saída de Luciana Santos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está promovendo muita movimentação nos bastidores de setores ligados a essa pasta. Como já noticiamos, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) foi uma das entidades que se manifestou fortemente contra uma possível troca no ministério. A preocupação é que a mudança na pasta cause atrasos em projetos importantes ligados ao setor nuclear, como é o caso do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Nas últimas semanas, circula em Brasília o rumor de que Luciana estaria na lista da minirreforma ministerial que o Planalto deve realizar para abrigar nomes do PP e do Republicanos.

Diante dessa possível mudança, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) também se manifestou contra a possível alteração no MCTI. A entidade alega que cargos estratégicos de gestão devem ser preenchidos por pessoas com conhecimento técnico. A SBMN afirma que  o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) tem um papel fundamental dentro da atividade da Medicina Nuclear. Por isso, é fundamental que a pasta seja liderada por uma pessoa com experiência comprovada e um sólido conhecimento do panorama científico e tecnológico do Brasil.

Leia abaixo a carta da SBMN na íntegra:

A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), entidade de representatividade da especialidade médica, afiliada a Associação Médica Brasileira (AMB) e sem fins lucrativos, reforça o seu compromisso com o progresso científico e tecnológico do Brasil, em particular das ciências nucleares e sua interface com a saúde, nas diversas áreas de atuação multiprofissional que constituem a medicina nuclear e, desta forma, expressa a sua preocupação com notícias recentemente veiculadas. Entendemos que as negociações são parte da arte da política, ao mesmo tempo que acreditamos que cargos de gestão eminentemente técnicos devem ser preservados dentro do contexto de indicações que satisfaçam tal expertise, sendo que entendimentos divergentes poderão ser danosos ao futuro do país.

O desenvolvimento científico e tecnológico é uma das principais alavancas para o crescimento econômico, a competitividade global e a melhoria da qualidade de vida de nossa população. Da mesma forma, a progressão da Medicina Nuclear é fator chave na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida da nossa população. A manutenção e ou escolha de líderes, nas mais diversas esferas do governo, com competência técnica, experiência comprovada e um sólido conhecimento do panorama científico e tecnológico do Brasil é fundamental para que o país possa enfrentar os desafios do século XXI, em especial no contexto da atividade nuclear e seus projetos para o futuro do país de modo a acompanhar as demandas de uma sociedade cada vez mais complexa e conectada. 

A SBMN entende que o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) tem um papel fundamental dentro da atividade da Medicina Nuclear, estando a ele subordinado a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e seus institutos, os quais desempenham papel na produção e fornecimento de insumos, assim como em sua regulação, que futuramente passará a Agência Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) também em processo de formação de seu quadro executivo, além do Ministério da Saúde, principal usuário dos serviços prestados pela especialidade aos pacientes do sistema único de saúde, e assim reitera o seu posicionamento a favor da excelência técnica na manutenção e ou nomeação dos líderes que conduzirão a ciência e a tecnologia brasileiras, como as demais áreas relacionadas a atuação da especialidade, rumo ao progresso e ao bem-estar da população de nossa nação.