SPOTLIGHT MARCA NOVA ETAPA NO SETOR NUCLEAR, COM EXTENSÃO DA VIDA ÚTIL DE ANGRA 1 E RETOMADA DE ANGRA 3 | Petronotícias




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SPOTLIGHT MARCA NOVA ETAPA NO SETOR NUCLEAR, COM EXTENSÃO DA VIDA ÚTIL DE ANGRA 1 E RETOMADA DE ANGRA 3

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

spotlightForam dois dias intensos para executivos e membros do governo que participaram de uma verdadeira maratona de reuniões e palestras. O ritmo intenso do World Nuclear Spotlight, realizado no Rio de Janeiro, é um bom sinalizador do futuro promissor reservado para o setor nuclear. Foram muitos anúncios importantes durante o evento, o que indica que o Programa Nuclear Brasileiro terá novos avanços daqui para frente. No primeiro dia do encontro, duas importantes novidades da Eletronuclear: a empresa anunciou que começou a pesquisa de mercado com potenciais parceiros para a retomada de Angra 3. O objetivo é colher opiniões sobre qual o melhor modelo de negócio para a retomada das obras do empreendimento. Outra notícia importante foi o anúncio do requerimento, que será feito em outubro, para estender a vida útil de Angra 1 por mais 20 anos.

O governo também deu boas notícias para o setor. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, anunciou que o Plano Nacional de Energia (PNE 2050) deve ser publicado no dia 10 de dezembro deste ano. Nele, o governo deve confirmar a construção de novas usinas nucleares. Neste sentido, Barros ainda detalhou um estudo para uma possível nova central nuclear em Pernambuco, na cidade de Itacuruba, que poderia abrigar até 6 reatores nucleares, totalizando uma capacidade total de 6.600 MWe.

Nesta sexta-feira (5), a programação do Spotlight será oficialmente encerrada com uma visita técnica a Central Nuclear de Angra dos Reis. Para marcar o fim do evento, o Petronotícias publica hoje uma entrevista com o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, que em conversa com jornalistas detalhou um pouco o projeto de extensão de vida útil de Angra 1.

O senhor pode falar um pouco sobre esse projeto de extensão da vida útil de Angra 1?

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O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães

Segundo as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que foram criadas em cima das normas americanas, existe um prazo para as licenças de operação de uma usina nuclear. Periodicamente, são feitas revisões de segurança. No caso de Angra 1, que tem uma vida de 40 anos. E a cada 10 anos, a CNEN faz as revisões de segurança. Essa é a regra. Angra 1 é de 1985 e sua vida útil vai até 2024.

E qual o próximo passo?

Nós estamos pedindo a extensão de vida útil da usina. Isso significa demonstrar que, com todos os investimentos feitos e com manutenção, o estado dos componentes permite estender essa vida útil. Isso precisa ser demonstrado tecnicamente para a CNEN.

Quando isso começou?

Estamos nesse processo já há alguns anos. E um marco importante é que, em outubro deste ano, nós vamos apresentar o requerimento para a CNEN, dando início formal a este processo.

Quanto será investido?

Vários investimentos já foram feitos no passado, conforme mostrei ontem [terça-feira, durante o Spotlight]. Tem ainda alguns investimentos a realizar até 2024, alguma coisa estimada na ordem de R$ 1 bilhão para estender a vida por mais 20 anos.

Qual a importância da extensão de vida útil de Angra 1 para o país?

O que é interessante notar é que com esse investimento de R$ 1 bilhão, o país garantirá 650 MW por mais 20 anos. Ou seja, a extensão de vida é a energia mais barata que se pode ter. 

Depois de apresentar o pedido à CNEN, qual a próxima etapa?

A próxima etapa é a analise por parte da CNEN e nós [a Eletronuclear] vamos demonstrar que tudo que está previsto já foi feito ou será feito dentro do cronograma, até a data de 2024. 

Como será feito este trabalho?

A Westinghouse é detentora de tecnologia de Angra 1 e este trabalho será feito com ela. A Westinghouse tem uma larga experiência, porque, nos EUA, já existem mais de 30 usinas similares a Angra 1 que já obtiveram essa extensão de vida por mais de 20 anos. 

E como estão essas atividades nos Estados Unidos?

Nos Estados Unidos existem requerimentos em andamento para estender a vida útil de usinas para 80 anos. Ainda não existe nenhuma licenciada [para esse período], mas existe esse processo em andamento. Já existe tecnologia para isso. Na verdade, é uma questão de investimento. 

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