STARTUP APRESENTA TECNOLOGIA A BASE DE OZÔNIO PARA DESCONTAMINAR A ÁGUA DE METAIS PESADOS
O acidente de Brumadinho está abrindo oportunidades para algumas empresas. Hoje, o questionamento é sobre as consequências da tragédia para o meio ambiente em longo prazo e as possíveis soluções de tratamento de água e rejeitos que poderiam ter sido adotadas para evitar o desastre. A Brasil Ozônio, startup da Incubadora USP/IPEN/CIETEC, está apresentando uma nova tecnologia para se obter a água 100% limpa, com tratamento da água contaminada por metais pesados, como ferro e manganês, os mesmos resíduos encontrados nos rejeitos da barragem da Mina Córrego do Feijão. Essa mudança é feita por meio da transformação do oxigênio do ar em ozônio. Uma das empresas que já testaram e aprovaram esse sistema foi a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que possui barragens com água contaminada com ferro e manganês, recorrentes da extração de urânio. Com o apoio financeiro do BNDES Funtec, programa do BNDES voltado para projetos de P&D nos Institutos de Tecnologia em parceria com empresas, o projeto desenvolvido para a INB é referente à descontaminação da água com metais pesados, decorrente desta extração.
De acordo com Samy Menasce, fundador e presidente da Brasil Ozônio, a ideia é tratar a água contaminada para que ela possa ser devolvida aos rios sem prejudicar o meio ambiente, bem como, diminuir a pressão na barragem para que ela não fique sobrecarregada, minimizando riscos de rompimento: “O ozônio faz um tratamento corretor nesses rejeitos, oxidando os metais pesados que estejam diluídos na água, possibilitando a filtragem desses materiais. Com isso, é possível tratar a água removendo os resíduos e devolvê-la à natureza sem riscos para o ecossistema. Todas as barragens deveriam ter um sistema de tratamento de água para não sobrecarregar a estrutura”.
O projeto deu tão certo que a Brasil Ozônio desenvolveu, em conjunto com outras empresas, filtros que coletam os metais pesados separados da água, sendo possível a reutilização desses materiais: “É um ciclo que se renova a partir da utilização do ozônio, gerando economia para a empresa que pode reaproveitar os materiais e beneficiar o meio ambiente”.
Para Sérgio Risola, diretor-executivo do Cietec, colaborar com o desenvolvimento de um projeto que, além de agregar benefícios para o meio ambiente, pode minimizar riscos de grandes tragédias para o País: “ Isso nos deixa extremamente orgulhosos. Nossa missão é fortalecer e a consolidar o trabalho de empresas que gerem impacto para a sociedade, solucionando e evitando possíveis problemas”.
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