SUCESSO DA GUIANA NA MARGEM EQUATORIAL FARÁ COM QUE O PAÍS TENHA O MAIOR CRESCIMENTO DE PIB NO MUNDO | Petronotícias





SUCESSO DA GUIANA NA MARGEM EQUATORIAL FARÁ COM QUE O PAÍS TENHA O MAIOR CRESCIMENTO DE PIB NO MUNDO

guiana-petroleoEnquanto o Brasil ainda discute os riscos ambientais a partir da exploração das prováveis reservas de petróleo na Margem Equatorial, outro país sul-americano está conseguindo grandes feitos nessa mesma região. E o resultado já pode ser observado em números. A pequena Guiana está carimbando seu passaporte para o futuro, deixando para trás o posto de uma das nações mais pobres do mundo. O novo destino do país reserva um enredo completamente diferente. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Guiana deverá experimentar um crescimento de 37% em seu Produto Interno Bruto (PIB) só em 2023. Será o maior índice de expansão econômico em todo o planeta. Para 2024, o FMI projeta que a economia do país sul-americano continuará em ritmo acelerado, com um avanço avassalador de 45%. O sucesso da Guiana traz reflexões importantes para o Brasil, uma vez que as regiões Norte e Nordeste, vizinhas da Margem Equatorial brasileira, ainda possuem os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Permitir a atividade petrolífera no litoral desses estados certamente ajudará a mudar o quadro socioeconômico da população local.

Enquanto isso, a produção de petróleo da Guiana cresce em uma escala extraordinária. O país saiu do patamar de menos de 100 mil barris por dia no início de 2020 e saltou para quase 400 mil barris por dia no final de março de 2023. Mas a trajetória invejável da pequena nação não deve parar por aí. As previsões indicam que a expansão da produção de petróleo da Guiana continuará ganhando força ao longo dos próximos anos – e o país deverá chegar a produzir 1,2 milhão de barris por dia até 2027.

Ex-colônia de Espanha, Holanda e do Império Britânico, a Guiana era um dos países mais pobres da América do Sul até 2015, quando as primeiras grandes reservas de petróleo foram descobertas em sua costa. A petrolífera ExxonMobil, dos Estados Unidos e suas parceiras Hess (EUA) e CNOOC (China) são as protagonistas dessa expansão. A Exxon fez mais de 35 descobertas de petróleo no bloco offshore Stabroek, no qual detém uma participação de 45% e é a operadora. Foi um bilhete dourado que caiu nas mãos da petroleira. A empresa calcula que os recursos de petróleo da região, no litoral da Guiana, estejam na casa dos 11 bilhões de barris.

BRASIL MARGEMComo o Petronotícias publicou recentemente, a ExxonMobil continua realizando novos investimentos na Guiana. Recentemente, a petroleira anunciou que a japonesa Modec construirá um novo navio-plataforma que será instalado na costa do país. A unidade será implantada a aproximadamente 200 quilômetros do litoral, como parte do chamado Projeto Uaru, dentro do bloco Stabroek, a uma profundidade de água de 1.690 metros. A produção em Uaru deve começar em 2026 e deve atingir um pico de 250 mil barris de petróleo por dia. O desenvolvimento Uaru, de US$ 12,7 bilhões, terá como alvo uma base de recursos estimada em mais de 800 milhões de barris de petróleo e incluirá até 10 centros de perfuração e 44 poços de produção e injeção. A ExxonMobil planeja ter seis FPSOs com capacidade de produção bruta de mais de 1,2 milhão de barris de petróleo por dia no bloco Stabroek até o final de 2027.

A última descoberta da ExxonMobil no bloco foi anunciada no final de abril de 2023. A companhia encontrou petróleo no poço pioneiro Lancetfish-1, em lâmina d’água de 1.780 metros. De acordo com presidente da ExxonMobil Guiana, Alistair Routledge, a mais recente descoberta “demonstra o potencial de exploração contínua do bloco Stabroek”.

Enquanto isso, no lado brasileiro da Margem Equatorial, o Ibama negou recentemente a emissão da licença ambiental para a perfuração de um poço no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, a 175 quilômetros da costa do município de Oiapoque (AP) e a 500 km da foz do Rio Amazonas. Conforme noticiamos ontem, a negativa do Ibama levantou um forte movimento na indústria brasileira de óleo e gás. A expectativa é que os próximos dias serão de muita mobilização por parte das classes política e empresarial dos estados do Amapá, Pará e Maranhão em favor da liberação das atividades exploratórias na Margem Equatorial. Inclusive, existe a expectativa de que políticos amapaenses se encontrem ainda nesta semana com o presidente Lula para debaterem o tema.

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