SUCESSO DO OXIFREE ABRE NOVOS MERCADOS PARA A TECNOFINK NOS ESTADOS UNIDOS E NA EUROPA | Petronotícias




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SUCESSO DO OXIFREE ABRE NOVOS MERCADOS PARA A TECNOFINK NOS ESTADOS UNIDOS E NA EUROPA

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) – 

Thomas Barbara FinkA empresa de manutenção industrial Tecnofink, mineira de nascimento, está alçando vôos cada vez mais altos. Em um momento que as companhias do setor de óleo e gás mundial passam por dificuldades com um barril de petróleo negociado a um valor bem abaixo dos últimos anos, e, no Brasil, toda a questão envolvendo a Operação Lava Jato torna mais difícil a criação de novos projetos, a Tecnofink se posiciona como uma solução para preservação de equipamentos. Um produto desenvolvido pela empresa há alguns anos é a principal referência. O Oxifree, utilizado contra a corrosão, pode ser aplicado em diversas situações e ainda permite o manuseamento dos equipamentos sem dificuldades (como pode ser visto na seção Vídeo em Destaque do Petronotícias, no canto direito da página). O substrato não adere à peça e a retirada é simples. Consagrada, a tecnologia já está sendo utilizada em projetos por todo o mundo. Apesar de nacional e desenvolvida em colaboração com a Petrobrás, o produto é mais vendido no exterior, como conta o diretor-executivo da empresa, Thomas Fink (foto), e sua filha, Bárbara Fink, que foram destaque na edição deste ano da Rio Pipeline. O executivo conta que o Oxifree abriu mercados para a empresa, internacionalizando a marca, e hoje vê o mercado externo como um dos seus maiores objetivos, além de suprir certas lacunas deixadas por empresas ligadas à Operação Lava Jato.

Quais foram  as impressões da Rio Pipeline deste ano?

A feira foi mais movimentada do que imaginávamos. Tivemos pessoas muito importantes para o setor presentes e por isso o saldo foi positivo. Temos por hábito montar um estande maior do que o deste ano, mas a expectativa era baixa, então montamos um menor, mas vimos que para um próximo evento podemos investir mais. Estivemos presentes como parceiros do IBP e ficamos satisfeitos com o evento. 

Quais inovações foram apresentadas na feira?

Nosso principal destaque foi o Oxifree, que já é consagrado no exterior e recentemente nós conseguimos fechar um contrato muito bom com a Petrobrás para ele ser utilizado em plataformas. É um produto de proteção contra corrosão, que pode ser aplicado em diversos equipamentos, como parafusos, porcas e permite o manuseamento de válvulas, sem aderir a elas. O Oxifree não fica rígido em cima do equipamento, tornando fácil a movimentação. A retirada dele também é bem simples, podendo ser cortado com faca e removido com facilidade. O momento que a Petrobrás vive, em que está optando por colocar para hibernar plantas em que já haviam sido feitos investimentos, torna nosso equipamento mais atrativo, podendo encapsular todas as peças, para que, dentro de cinco a dez anos, a estatal decida reativar o projeto com os equipamentos em perfeito estado de conservação. Isso pode se aplicar a plantas como Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), por exemplo.

A tecnologia do Oxifree foi desenvolvida pela Tecnofink?

Sim, é tecnologia própria nossa. Inclusive, eu sou um dos inventores junto a um grupo de outras pessoas da empresa. Nós temos a patente sobre ela e o produto já foi lançado mundialmente. Tornou-se tão importante que hoje tem seu próprio caminho, com a Oxifree Global comercializando. É uma empresa internacional, com representação nos Estados Unidos e na Inglaterra, com a realização de negócios por todo o mundo.

Que outros produtos a Tecnofink levou para o evento?

Apresentamos nossa linha de compósitos, que serve de reforço estrutural para tubulações. Essas tubulações danificadas podem ser recuperadas sem parar de operar. Foi o caso com a Petrobrás algum tempo atrás, que passava por esse tipo de dificuldades até recentemente. Este é um novo nicho de mercado, o de reforço estrutural, usando fibra de carbono e fibra de vidro. O reforço estrutural que nós fazemos é realizado em aproximadamente duas horas e garante até vinte anos de sobrevida sem precisar de trocas. Essa tecnologia nós já utilizamos nos FPSOs, mas se aplica a qualquer tipo de tubulação, exposta ou enterrada, em plataformas de produção, sondas e refinarias. A empresa recuperou os flares da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) em contrato grande que vencemos. Eles já estavam em operação há 30 anos, o reparo deveria ser feito sem paradas e conseguimos atender ao desejo da Petrobrás. Outra tecnologia que veio para a feira é a de preparo de superfície. Nós utilizamos uma Maquina Monti, que substitui um jato de granalha. Essa tecnologia é excelente para ser usada em pequenas áreas, preparando a superfície para aderência de revestimentos, tintas e cordões de solda.

Como o senhor vê o atual momento do mercado de óleo e gás?

O foco da Tecnofink sempre foi trabalhar em busca da redução de custos, prolongando a vida útil de equipamentos e minimizando prováveis custos de manutenção. Então, nesse momento, mais do que nunca, estamos de braços dados com tudo que as empresas do setor buscam. Melhorar performances sem investir em novos equipamentos e prolongar a  vida dos que já estão em utilização. O objetivo do segmento é não parar nada que está em atividade para melhorar sua produtividade. Portanto, nós mesmos não sofremos nesse momento. Somos uma aliada das empresas que buscam essa melhora de performance. Todos os nossos produtos, todas as linhas, são focada nisso. Agora, minha visão particular perante o mercado não é de crescimento, mas continuamos bem posicionados, como vínhamos de alguns anos para cá. Claro que há um impacto de fechar as torneiras um pouco, regular as compras, e avaliar o que realmente é necessário. Em um nível global de mercado, acredito que a dificuldade vai perdurar por alguns anos.

Como está posicionada mundialmente a Tecnofink?

Nós estamos buscando expandir nossa atuação fora do Brasil. Recentemente, inauguramos uma nova unidade em Houston da Tecnofink, para levar nossa tecnologia para lá. Nós começamos o processo de internacionalização da empresa em 2009, no auge da crise nos EUA, e hoje, como grupo investidor, a Tecnofink já faz parte de seis empresas entre Inglaterra, EUA e Brasil. Nós temos a mesma linha de pensamento das maiores empresas mundiais de óleo e gás, com empresas próprias produzindo o Oxifree e vendendo para 37 países. O curioso é que a Petrobrás ajudou para o produto ser desenvolvido, mas hoje ele é mais consumido fora do país do que aqui. No Brasil, às vezes, o melhor produto não é aplicado por conta do seu custo inicial. É um problema cultural que deve ser superado, mas o que vale é pensar no agora, sem planos de longo prazo. Com isso, soluções mais simples tomam a frente, como tintas no processo contra a corrosão, por exemplo. Esses conceitos aos poucos estão mudando.

Quantas unidades a Tecnofink possui no momento?

No Brasil, são sete unidades; duas em Minas Gerais, na Zona da Mata e em Belo Horizonte, uma no Paraná, uma em Pernambuco e três no Rio de Janeiro – Macaé, Itaboraí e Volta Redonda –, além de outra em São Paulo. Fora do Brasil, a matriz do Oxifree fica em Londres, mas temos também uma unidade em Houston, no Texas. Há ainda uma unidade da própria Tecnofink em Houston. Abrir a empresa nos EUA permite entrarmos em mercados que do Brasil nós não tínhamos alcance, como México e outros menores, como Omã e Paquistão, por exemplo. 

O principal objetivo da Tecnofink é internacionalizar a marca?

A empresa chegou a um ponto em que é muito bem vista no mercado nacional. A Petrobrás tem apreço por nós. Nas últimas avaliações de desempenho, a Tecnofink conseguiu duas notas 100, máximo possível. Há uma lacuna de empresas de E&P que estão deixando o mercado por conta da Operação Lava Jato, e algumas empresas têm que suprir esse espaço. Por conta da confiança depositada em nós, somos cotados para assumir uma posição um pouco maior, atuando em segmentos em que podemos colaborar. São, portanto, dois focos: crescer a Tecnofink e ampliar a utilização das tencologias de Óleo e Gás, para absorver lacunas que as empresas da Lava Jato deixam, e internacionalizar. Esse processo de internacionalização não deixa o Brasil em segundo plano. Nossa expectativa é que para os próximos dois ou três anos voltemos a crescer como tem sido ultimamente, algo em torno de 40% ao ano.

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