SUNLUTION APOSTA EM GERAÇÃO DISTRIBUÍDA PARA AMPLIAR FORNECIMENTO DE PAINÉIS SOLARES NO BRASIL
Por Matheus Meyohas (matheus@petronoticias.com.br) –
A Sunlution, empresa de fabricação de painéis fotovoltaicos, está apostando no setor de geração distribuída para ampliar seu mercado no Brasil e acredita que essa é uma área fundamental para a diversificação da matriz energética nacional. O sócio-diretor da empresa, Orestes Gonçalves, afirma que essa também é uma intenção do governo brasileiro e comemora os sinais que têm sido dados pelo Ministério de Minas e Energia neste sentido, incluindo a previsão de que até 13% do consumo residencial deve migrar para a geração distribuída. Com o foco tanto em projetos de microgeração, quanto nos leilões marcados para este ano, a Sunlution fechou uma parceria com a holandesa Hanergy, envolvendo uma tecnologia de painéis fotovoltaicos de filmes finos. O intuito é expandir o alcance para equipamentos em superfícies mais leves, sem exigir um custo muito alto para receber painéis em grandes áreas. Além disso, a empresa também vem investindo em pequenos utensílios e estruturas a base de energia solar que podem ser aproveitados no cotidiano das cidades e das pessoas, como mochila solar, carregador solar, guarda-sol solar, postes de iluminação com energia solar, entre outros.
Qual é o principal objetivo do acordo da Sunlution com a Hanergy?
Nosso posicionamento é pela geração distribuída, incluindo micro e minigeração, para as pessoas poderem produzir sua própria energia no ponto de consumo. Por isso fechamos essa parceria, por uma gama de painéis desenvolvidos pela Hanergy, de filmes finos, no que ela é líder, para nos posicionar como um provedor de soluções para usinas solares. É uma tecnologia que poderá ser desenvolvida em grande porte, com painéis em filmes finos, rígidos, diferente daqueles flexíveis que são utilizados em telhados. Usaremos em locais com maior fragilidade para peso. E ainda são painéis adaptados para a temperatura brasileira, com uma tecnologia da Hanergy que não nos deixa perder eficiência.
E que outros produtos e parcerias a Sunlution está desenvolvendo?
Estamos trazendo alguns produtos de uso pessoal, para divulgar a solução solar como opção. Produtos como mochila solar, carregador solar, guarda-sol solar, postes de iluminação com energia solar, entre outros. Estamos desenvolvendo em parceria com a Truckvan e o Foodtruck Solar. Temos uma parte de produtos de uso pessoal e uma outra parte que pode reduzir o custo de energia. O poste, por exemplo, é autossustentável. Com o food truck, a questão é reduzir o diesel em função do dióxido de carbono.
E como vê o preço dessa tecnologia hoje no Brasil?
A tarifa subiu muito, aumentou mais de 30% na região Sudeste, e promete subir muito mais, porque há uma necessidade de cobrir essa geração a diesel do governo. Então o payback (a quitação do investimento) para micro e minigeração está entre cinco e sete anos. É um tempo muito bom, se você pensar que a Hanergy e a Sunlution dão garantia de 25 anos para seus equipamentos. Se tenho um payback de cinco anos e ficarei com o painel por 25 anos, é uma excelente aplicação financeira. Você não vai demandar mais energia, porque ela já está paga no investimento original, já que a operação de manutenção é praticamente só lavar. No caso das usinas de grande porte, por sua vez, o payback pode se dar entre quatro e seis anos.
Existe a expectativa de dois leilões de energia solar no Brasil em 2015. O que a empresa espera deles?
A demanda vai aumentar. Temos um recurso natural, nosso país é ensolarado. Os leilões serão um sucesso, como foi o último. Mas estamos acreditando na geração distribuída, nessa força das pessoas de produzirem no seu ponto de consumo. É uma tendência mundial, de criar uma grande usina no próprio centro de consumo. Em vez de ter grandes usinas nucleares e hidrelétricas longe dos pontos de consumo, ter geração no próprio ponto, com menos subestações, sem linha de transmissão. Então essa onda atual de transformar a geração distribuída nas grandes usinas é que vai ser a grande virada. E acreditamos que o Ministério de Minas e Energia também vá incentivar esse processo.
Como foi o último ano para a empresa, mediante a crise hídrica? Houve uma demanda maior?
Cresceu bastante. Estamos fazendo projetos pilotos em aeroportos, praças de pedágio e galpões industriais. É um assunto novo, a indústria e o comércio às vezes estão muito focados no seu dia a dia, e estão recebendo um bombardeio enorme sobre a situação energética. As pessoas ficam preocupadas em como caminhar nesse cenário.
Qual é o papel da energia solar no cenário energético do Brasil?
A nossa matriz é super renovável, mas merece um equilíbrio maior com algumas fontes, como a solar e a eólica, que têm que participar mais. Graças a Deus, temos um país com recursos naturais expressivos, tanto eólico e solar, quanto hídrico. A minha visão – e eu tenho certeza que a do governo também – é trabalhar no incentivo da geração distribuída. Se você conseguir trabalhar a geração distribuída, o investimento evitado é bastante expressivo. Então se consegue trazer uma segurança energética maior e uma matriz mais equilibrada, sem a dependência de uma única fonte.
E o governo, como tem se posicionado na sua visão?
Temos visto bastantes notícias do Ministério de Minas e Energia indicando que acredita que até 13% do consumo residencial deve migrar para geração distribuída. É um volume bastante expressivo. O ministro tem dado declarações constantes de que devemos trabalhar a energia solar, então estamos nos encaminhando para o equilíbrio da matriz.
Qual será o foco da Sunlution para os próximos anos?
A gente espera estar bem posicionado nos leilões solares, mas também na geração distribuída. Esses dois pilares serão o nosso foco para 2015 e 2016.
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