SUPREMO ACEITA ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA DE FERNANDO BAIANO. DENÚNCIAS PODEM FAZER O PMDB TREMER
Muita coisa do PMDB pode vir à tona nos próximos dias. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou na noite desta sexta-feira( 9) a delação premiada de Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como intermediador de propinas para ex-diretores da Petrobrás e integrantes do PMDB. Em sua delação, ele citou nomes de políticos com foro privilegiado e, por isso, o acordo precisou ser validado pelo Supremo. Lobista com trânsito em Brasília, sobretudo entre deputados, Baiano pode revelar oficialmente o que os delegados que investigam o caso, garantem de forma reservada: Baiano seria sócio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República na qual ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Fernando Baiano foi preso em novembro de 2014, na etapa da Lava Jato conhecida como Operação Juízo Final, que mirou o braço empresarial do esquema de corrupção na estatal. O novo delator é apontado como muito ligado ao presidente da Câmara no suposto recebimento de 10 milhões de reais em propina. Deste valor, 5 milhões de dólares teriam sido destinados à Cunha, segundo outro delator da Lava Jato, o lobista Julio Camargo. A expectativa é que, com o acordo firmado entre Baiano e a PGR, surjam mais nomes de políticos envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobrás.
o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que já está em regime semi aberto, disse que o ex-ministro Antonio Palocci, então coordenador da campanha petista, lhe pedira 2 milhões de reais. O dinheiro, segundo ele, foi providenciado pelo doleiro Alberto Youssef. Ouvido, o doleiro afirmou que desconhecia a existência de qualquer repasse a Antonio Palocci. Mas, em seu depoimento, Baiano declarou que o acordo foi fechado no comitê eleitoral em Brasília, depois de uma reunião entre ele, Paulo Roberto Costa e o ex-ministro Palocci. A propina teria sido entregue em um hotel em São Paulo. Fernando Baiano já foi condenado na Lava Jato em uma primeira ação. O juiz federal Sérgio Moro aplicou pena de 16 anos e 1 mês de prisão ao lobista.
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