SUSPENSÃO DAS SANÇÕES ECONÔMICAS DA VENEZUELA PODE SER UM SINAL QUE O CONFLITO ENTRE ISRAEL E O HAMAS PODE SE ESTENDER | Petronotícias




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SUSPENSÃO DAS SANÇÕES ECONÔMICAS DA VENEZUELA PODE SER UM SINAL QUE O CONFLITO ENTRE ISRAEL E O HAMAS PODE SE ESTENDER

MADUROA suspensão das sanções econômicas norte-americanas contra a Venezuela anunciada pelos Estados Unidos pode ter sido uma ótima notícia para o ditador Nicolás Maduro e para alguns venezuelanos, mas é um péssimo sinal para o mundo. Esta liberação, um dia depois do Presidente Binden Voltar de Israel,   deixa implicitamente claro que o conflito entre Israel e o Hamas, tem todas as possibilidades de se estender. E os Estados Unidos querem garantir o fornecimento de petróleo, bem mais perto, com fretes mais baratos, sem depender dos riscos que os navios petroleiros podem passar trafegando pelo estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, quintal marítimo do Irã. O governo dos Estados Unidos suspendeu por seis meses as sanções ao petróleo, gás e ouro, impostas em 2019. Em contrapartida, o ditador Maduro concordou com a libertação de quatro presos políticos, entre eles o ex-deputado venezuelano Juan Requesens e o jornalista Roland Carreño, assessor do líder político Juan Guaidó.

O anúncio do alívio no embargo pode gerar repercussões no mercado internacional e também dentro da própria Venezuela, que poderá ver umbiden aumento importante em sua produção nos próximos meses. Atualmente, o país sul-americano produz cerca de 800 mil barris por dia, número bem distante do auge vivido nos anos 90, quando a produção estava na casa dos 3 milhões de barris diários. O governo de Joe Biden decidiu aliviar as sanções após o governo de Caracas informar uma série de medidas que podem garantir a transparência das eleições no país. O prazo de suspensão dos embargos poderá ser prorrogado caso a Venezuela cumpra suas obrigações no âmbito eleitoral. Com a licença temporária emitida pelos EUA, fica autorizada a importação e exportação de petróleo e derivados venezuelanos. O Tesouro está preparado para alterar ou revogar autorizações a qualquer momento, caso os representantes do presidente da Venezuela Nicolás Maduro não cumpram os seus compromissos”, alertou um comunicado do governo americano. Outras restrições impostas pelos Estados Unidos à Venezuela continuam em vigor.

MADURO 1Os EUA celebraram o acordo e ao anunciar a suspensão temporária das sanções, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que espera o começo da libertação de “todos os cidadãos americanos e presos políticos venezuelanos detidos injustamente” no país. A suspensão das sanções é resultado de uma longa negociação, de pelo menos seis meses, entre os governos de Joe Biden e Maduro, e se concentra especialmente no mercado de petróleo e gás, onde há o maior interesse em jogo para os Estados Unidos e a Europa. Também incluem a comercialização de ouro. As licenças são muito mais amplas do que o esperado e podem ter impactos muito positivos na atividade econômica do país.  Setores de combustíveis e energia elétrica poderão ser significativamente beneficiados. É claro que a produção de petróleo e gás não crescerá substancialmente no curto prazo porque há falta de inúmeras peças de exploração e produção, além do refino que sofreram com as sanções,  mas as expectativas positivas podem estimular investimentos no futuro e fortalecer a posição da Venezuela no mercado.

Antes das extensas sanções impostas em 2019, os Estados Unidos costumavam importar uma média de 500 mil barris de petróleo diariamente do país sul-americano, que é um dos membros fundadores da OPEP. Naquela época, a Venezuela representava a principal fonte de suprimento de petróleo para os fabricantes de combustível localizados na costa do Golfo dos Estados Unidos. A suspensão das sanções ocorre em um momento em que o abastecimento global de petróleo está em situação delicada, particularmente para os tipos de petróleo que se assemelham ao petróleo produzido pela Venezuela. No mercado, existe a perspectiva de crescimento nos embarques de petróleo venezuelano para os EUA e a Europa. Contudo, ainda existem dúvidas da capacidade do país sul-americano para aumentar o seu atual patamar de produção para atender às exportações.

AMORIMA notícia repercutiu logo no Palácio do Planalto. O presidente Lula divulgou uma nota em que comemora a liberação das sanções econômicas contra a Venezuela. A negociação foi mediada pela Noruega, em Barbados, e contou com Brasil, Colômbia, México, Estados Unidos, Rússia e Países Baixos como testemunhas. Integrantes do governo do ditador Maduro e opositores, assinaram dois acordos: um deles, para a promoção dos direitos políticos e garantias eleitorais; e outro para a garantia dos interesses vitais da nação. Em seu comunicado, o governo brasileiro diz que “Em um momento em que diferenças se aprofundam em outras partes do mundo, o entendimento entre as forças políticas venezuelanas mostra que o diálogo é capaz de trazer resultados efetivos.” O Brasil foi representado pelo assessor para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim que, segundo o comunicado, demonstrou “o compromisso brasileiro com uma solução política no país vizinho e um passo importante para a normalidade na Venezuela.”

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