SUSTO COM A INTERNAÇÃO DE LULA PODE TER SIDO UMA DAS RAZÕES PARA QUE DECISÃO SOBRE RETOMADA DE ANGRA 3 FOSSE ADIADA | Petronotícias




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SUSTO COM A INTERNAÇÃO DE LULA PODE TER SIDO UMA DAS RAZÕES PARA QUE DECISÃO SOBRE RETOMADA DE ANGRA 3 FOSSE ADIADA

cnpeEstava tudo pronto para ser um bom dia para o governo federal. Seria uma avalanche de boas notícias. As melhores desde o início do governo. Foi, mas em parte. Do Rio, em um evento organizado nesta manhã, a presidente da Petrobrás (a única estatal a dar lucro), Magda Chambriard, encheu os corações dos empresários brasileiros presentes de esperança, injetando ânimo na veia da turma ao dizer que contava com o talento de todos, em especial dos estaleiros e a sua cadeia de fornecedores de serviços. Foi aplaudida mas, pela reação posterior, também será cobrada pelas promessas. De Brasília, havia três boas notícias encomendadas para serem anunciadas: o conteúdo local de 50% para os navios tanques, sete novos blocos de petróleo para leilão e, a cereja do bolo, que seria o anúncio da retomada das obras de Angra 3. Estava tudo certo para o próprio Lula fazer o anúncio, mas durante a madrugada o presidente saiu de Brasília e voou para São Paulo, onde passou por uma cirurgia de emergência e ainda se recupera. Criou-se apreensão em todo país, já que se fosse uma rotina ou uma coisa mais simples, ele ficaria mesmo em Brasília. Em função desse contratempo, foi adiado o anúncio da conclusão da usina nuclear de Angra 3, que estava na pauta da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) desta terça-feira (10).

Angra 3

Angra 3

O Ministério de Minas e Energia,  Alexandre Silveira, que preside o conselho, orientou pela aprovação dos itens. Contudo, houve um pedido de vista providencial, que adiou a decisão para janeiro, quando o Presidente Lula já deverá ter se recuperado e descansado. Em janeiro, também haverá tempo para se discutir melhorias na governança da Eletronuclear, que  será elaborada pela Casa Civil. Serão conhecidas também as fontes de financiamento para a conclusão das obras. De acordo com o modelo atual, os custos de conclusão de Angra 3 seriam pagos no valor de venda da energia ao mercado regulado. Em 2019, a Eletronuclear contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para estruturar um modelo de financiamento para a conclusão das obras. O BNDES estudou o modelo de contratação de serviços de engenharia para a conclusão das obras e de financiamento no mercado  a ser remunerado pela tarifa de energia. As tarifas de Angra 3 serão bem menores que as usinas térmicas despachadas atualmente. Há divergências de quanto. Não há nada definido quanto a isso. Alguns falam em R$ 640 por megawatt-hora (MWh). Outros em R$ 653,31. Nada definido.

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Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

No fundo há a percepção da grande incerteza quanto à viabilidade técnica e econômica de Angra 3, incerteza esta tão grande que os tomadores de decisão titubeiam na hora de decidir. Mas cancelar o projeto também consiste de uma decisão difícil. Então, seguidamente, decide-se não decidir nada. Este dilema pode ser superado por uma mudança de foco. Construir usinas nucleares modernas, menores, demandando menor CAPEX, mais simples, utilizando componentes, sistemas e estruturas atuais, possivelmente modulares reduzindo o risco de EPC, fornecidas por países que abraçam a opção nuclear ao invés de fontes que abandonaram a geração nuclear, parte de famílias… Read more »

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

A questão da tarifa de comercialização da usina é prematura, quase que inócua , pois simplesmente não se tem certeza que a construção de Angra 3 chegará ao final, diante de tantos e tão grandes óbices. E diante das tentativas anteriores, todas sucumbindo sob o peso de atrasos e colapsos dos fluxos de caixa.