TAG ESTÁ À ESPERA DA NOVA LEI DO GÁS E COM PLANOS PARA INVESTIR R$ 1 BILHÃO NOS PRÓXIMOS 5 ANOS
Vamos abrir a semana do Projeto Perspectivas 2021 trazendo as opiniões de um profissional de peso, um executivo muito respeitado no mercado de energia do Brasil: Gustavo Labanca, atual Diretor-Presidente da TAG. A empresa que já detém a mais extensa rede de gasodutos de transporte do país, com aproximadamente 4.500 km, quase 50% do total da malha de transporte de gás do país, não quer parar por aí. Ela tem planos mais ambiciosos, que estão prevendo investimentos superiores a R$ 1 bilhão nos próximos 5 anos. Os focos serão na modernização, segurança dos ativos e na sustentabilidade do negócio. Com a aprovação da nova Lei do Gás, que acaba de voltar para a Câmara dos Deputados bater o martelo, a TAG terá um papel ainda mais importante e fundamental na distribuição do gás pelo Brasil. Vamos então saber as opiniões de Gustavo Labanca.
1- Como o senhor e a sua empresa enfrentaram os desafios de 2020, com a Pandemia apanhando a economia brasileira em pleno voo de subida?
– O objetivo principal da TAG desde o início da pandemia foi preservar a saúde e segurança de seus colaboradores e fornecedores, adotando medidas preventivas e protetivas, como a adoção do teletrabalho para execução das atividades, e garantir a continuidade dos seus negócios, tendo em vista que o gás é um insumo essencial para a sociedade brasileira. A pandemia não trouxe impactos significativos no desempenho econômico-financeiro da empresa, uma vez que o modelo de negócios do setor de transporte de gás contempla elevados investimentos de capital e contratos de longo prazo, o que assegura uma maior previsibilidade no faturamento e fluxo de caixa estável. Contudo, uma crise de proporções globais sempre traz preocupação e gera efeitos para companhias. A TAG, preocupada com seus parceiros comerciais, renegociou alguns prazos de recebimentos e pagamentos, minimizando o impacto financeiro em toda a cadeia e contribuindo para que pudéssemos superar juntos essa crise sem precedentes.
No contexto da pandemia, também unimos esforços com nossos parceiros na doação de cestas de alimentos, máscaras e produtos de higiene e limpeza para famílias de comunidades em situação de vulnerabilidade social e nutricional nos Estados da Amazônia e do Espírito Santo. Além disso, a TAG doou mais de R$ 1 milhão à Fiocruz para a implantação de uma Unidade de Apoio ao Diagnóstico Molecular da Covid-19 da instituição, na Bahia.
É importante ressaltar também que a formação de uma equipe de alta performance, unindo a expertise dos colaboradores que já atuavam na TAG com o conhecimento dos novos acionistas na gestão de ativos de transporte de gás, foi, sem dúvida, o principal pilar para superarmos os desafios enfrentados em 2020.
2- Quais são as perspectivas do senhor e de sua empresa para 2021?
– Acreditamos que o ano de 2021 deverá ser de recuperação econômica do país e, por essa razão, a empresa vem investindo em seus ativos e no aprimoramento técnico de sua força de trabalho, de forma a manter sua excelência operacional e preparar a empresa para as oportunidades de crescimento que estão surgindo com a abertura do mercado de gás no país. A TAG tem um plano ambicioso de investimentos para os próximos cinco anos, superior a R$ 1 bilhão, com foco na modernização, integridade e segurança de seus ativos, garantindo a sustentabilidade do negócio e sua expansão no longo prazo.
O gás natural tem um importante papel no mix de energia brasileiro, impulsionando a economia e gerando a atração de investimentos, renda e emprego. A crise causada pela pandemia torna mais urgente a aprovação da Nova Lei do Gás, que visa modernizar o arcabouço legal do setor, abrindo espaço para o desenvolvimento de toda a cadeia do gás natural no Brasil. Com a desverticalização do setor, novos agentes poderão atuar enquanto produtores, transportadores e comercializadores de gás natural, criando uma cadeia de valor sustentável. A abertura do mercado trará maior competição e aumentará a demanda, estimulando novos investimentos de longo prazo em setores de infraestrutura, modernizando o sistema e barateando custos.
A TAG detém a mais extensa rede de gasodutos de transporte do país, com aproximadamente 4.500 km, que respondem por 47% do total da malha de transporte de gás do país. Atuamos na infraestrutura que conecta a oferta de gás com diversos pontos de consumo do país e temos o compromisso de continuar contribuindo para o desenvolvimento do mercado de gás brasileiro, através da otimização do uso da malha existente e de sua expansão com novos investimentos.
3- Se o senhor fosse consultado, quais as recomendações e sugestões que faria para o governo neste novo ano que está prestes a iniciar?
– Temos como premissa não comentar questões de cunho político. Entendemos que o país viveu avanços recentes, tais como a aprovação da Reforma da Previdência, do novo marco legal do saneamento e da Nova Lei do Gás na Câmara dos Deputados, agora em tramitação no Senado. O Brasil demanda segurança jurídica, respeito aos contratos e um arcabouço regulatório sólido, com agências independentes para que o investidor privado tenha o interesse em realizar os grandes investimentos em infraestrutura que o país tanto precisa.
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