TCU APROVA A VENDA DA REFINARIA LANDULPHO ALVES E PETROLEIROS PROMETEM RESISTÊNCIA
Surpreendendo alguns, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu autorizar a Petrobrás a vender a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Fundo Mubadala. Havia expectativa que a negociação fosse barrada pela depois de o ministro da corte Walton Rodrigues solicitar uma análise técnica sobre a transação. O valor de venda do ativo, fechado em US$ 1,65 bilhão, foi alvo de críticas de entidades sindicais e também foi apontado como abaixo do esperado por instituições financeiras.
Como já noticiamos aqui no Petronotícias, o preço da RLAM da refinaria já vinha sendo questionado por entidades como o BTG Pactual e XP Investimentos. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) chegou a dizer, na época em que o negócio foi anunciado, que a refinaria foi negociada pela metade de seu preço real. A própria Petrobrás havia precificado a planta em cerca de US$ 3,04 bilhões.
Em nota emitida nesta quarta-feira (12), a FUP disse que vai reforçar ações judiciais contra a negociação da refinaria. O sindicato prometeu ainda que vai aumentar a articulação política no Congresso Nacional para impedir esse e outros desinvestimentos da Petrobrás no segmento de refino. “Qualquer decisão que não seja a suspensão da venda da RLAM é injusta. Não podemos concordar com a conclusão do TCU. Não há justificativa alguma a gestão da Petrobrás dar um desconto de 50% no valor de mercado da refinaria. Estamos com ações judiciais questionando o valor aviltado”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Barcelar.
O sindicalista frisou que por ser uma decisão de ordem administrativa, a autorização do TCU pode ser revertida judicialmente. O julgamento no tribunal aconteceu nesta quarta-feira, após denúncia feita pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), filiado à FUP.
A RLAM é a segunda maior refinaria do Brasil e produz combustíveis de alto valor agregado, como o óleo bunker de baixo enxofre para navios, que vem sendo muito requisitado no mercado global. Análises técnicas do Instituto Nacional de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) precificaram a unidade entre US$ 3bilhões e US$ 4 bilhões, considerando o fluxo de caixa descontado.
Finalmente iniciamos o processo para acabar com o monopólio da Petrobras. RLAM precisa passar por muitas mudanças para melhorar, ela está sucateada e desatualizada. Quem sabe o novo dono não faça melhor?