TECNOLOGIA BRASILEIRA PODE TRIPLICAR A CAPACIDADE DE GERAÇÃO TÉRMICA A PARTIR DA ENERGIA SOLAR | Petronotícias




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TECNOLOGIA BRASILEIRA PODE TRIPLICAR A CAPACIDADE DE GERAÇÃO TÉRMICA A PARTIR DA ENERGIA SOLAR

A empresa Nanoselect está se preparando para fornecer ao mercado de energia solar uma nova tecnologia para os painéis térmicos que podem ser instalados em residências e edifícios. São superfícies nanoestruturadas para aumentar a capacidade de gerar energia térmica sem aumentar o custo e deixando as instalações mais leves. Um dos sócios da empresa, Luiz Carlos de Lima, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou como funciona a tecnologia.

Qual a diferença do modelo convencional de painel solar para o que leva a superfície seletiva?

O modelo que existe hoje é um painel que é pintado de preto, enquanto o nosso é uma superfície nanoarticulada, que nós manipulamos de forma a conseguirmos mexer na estrutura dos átomos em escala nanométrica, gerando uma capacidade maior de geração de energia térmica.

Quais são as vantagens?

Hoje, na região sudeste, os painéis aquecem a água até 40°C mais ou menos, e com a superfície nanoestruturada esses números passam a ficar entre 75°C e 80°C, sendo que podem chegar a 150°C se forem acoplados a tubos evacuados, que concentram os raios solares. Além disso, você elimina a fase de pintura do alumínio, que torna o painel muito mais pesado. A diferença nos resultados se dá porque com a nossa tecnologia a perda de calor é quase nula. Nós ganhamos, na verdade, na perda térmica.

Como é anulada a perda de calor?

Não é anulada totalmente, porque isso não seria possível, mas com a nossa tecnologia a perda é de 2% a 4%, muito pouco significativa se comparada com a do painel comum, que gira em torno de 40% e 50%. Como funciona isso? A geração térmica se dá a partir do princípio de funcionamento dos corpos negros, que é uma característica física que faz com que quando o corpo chegue a um limite de absorção de calor, comece a mudar de cor, emitindo radiação e assim perdendo calor. Como nossas superfícies são estruturadas em escala nanométrica para esse tipo de funcionamento, nós conseguimos mexer na estrutura dos átomos de forma que não mude de cor e não perca quase nada de calor. Com isso, você pode diminuir em até 60% a área em que pretende instalar os painéis, que o resultado será o mesmo que com a tecnologia convencional. O custo fica igual e o peso – que é um fator considerável levando-se em conta que são instalados em telhados de casas e terraços de edifícios – diminui bastante.

Como vocês estão em relação ao mercado?

Nós ganhamos o prêmio da Finep em 2009, o da Faperj em 2009 e 2010 e agora este ano recebemos financiamento do BNDES, há cerca de um mês. Estamos fazendo as aquisições necessárias para começar a produzir em maior escala. Nossas estimativas prevêem que de cinco a dez anos a empresa deva crescer de 10 a 12 vezes. Já tivemos contato com as quatro maiores fabricantes de painéis e elas tiveram uma boa reação, demonstraram um grande interesse em comprar as superfícies seletivas.

 

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