TECNOLOGIA DA LIDERROLL PERMITE MANOBRAR TUBOS MÚLTIPLOS | Petronotícias




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TECNOLOGIA DA LIDERROLL PERMITE MANOBRAR TUBOS MÚLTIPLOS

A Liderroll apresentou durante a Rio Pipeline 2011 o novo sistema de roletes motrizes que permite a instalação de tubos múltiplos em túneis como o do Gastau, onde já foi utilizado para otimizar e agilizar os processos de implementação do gasoduto. O diretor de desenvolvimento da empresa, Hugo Trevisan, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou um pouco sobre a linha de trabalho na área de pesquisa da companhia.

O que a Liderroll está desenvolvendo?

A Liderroll tem ao longo de sua existência permanentemente se mantido na busca da melhoria de seus produtos, seus conceitos e da geração de novos conceitos. Temos trabalhado fortemente no desenvolvimento de novos materiais para ampliar a gama de aplicações e aumentar a capacidade dos projetistas, dos sistemas de tubulação, dos sistemas de dutos, dutovias e gasodutos. De controlar o comportamento mecânico desses sistemas, reduzindo a possibilidade de falhas, aumentando a durabilidade e até melhorando as condições de operação e redução de custos de manutenção.

Quais são os novos sistemas que vocês estão desenvolvendo?

Na realidade, não é exatamente sistema, se trata de desenvolvimento de materiais de polímeros adequados a cada tipo de aplicação, de maneira a que tenhamos um menu de possibilidades que tornem mais ágil e mais confortável a geração de projetos e de conceitos aplicáveis a cada instalação em particular, como por exemplo terminais marítimos, refinarias, gasodutos e dutovias em geral. Na questão de desenvolvimento de soluções para tubulações, temos agora aqui na feira Rio Pipeline a apresentação em primeira mão de sistemas de despacho de tubos múltiplos, no caso o sistema de roletes que permite manobrar dois tubos em uma mesma ocasião, otimizando inclusive o espaço e o tempo de montagem da tubulação em áreas congestionadas, como foi o caso da tubulação de 28 polegadas do Gastau.

Quando vocês começaram a trabalhar esse conceito?

Esse é um conceito que já tem pelo menos um ano e meio e começou a ser trabalhado no final do desenvolvimento do conceito do Gastau.

E é pioneiro?

É a primeira vez que se vê alguma coisa no sentido de lançar mais de um duto sobre um mesmo sistema de suportação.

Já tem algum outro sistema sendo desenvolvido?

Existe uma série de projetos que a gente tem no nosso arquivo para desenvolvimento, e a medida em que o tempo e a disponibilidade da equipe de desenvolvimento, que é a mesma que foca em projetos específicos quando necessários, vão surgindo, passamos a aperfeiçoar os conceitos que são um número relativamente grande e estão, eu diria, em estoque.

Como foi o surgimento dos primeiros roletes motrizes?

Na realidade esse desenvolvimento partiu de uma necessidade da Petrobrás de fazer uma montagem em interior de túneis em um tempo inferior ao tempo que a montagem convencional exige e reduzindo riscos da operação dentro do túnel. Tanto de pessoal, com relação à saúde, quanto em relação a acidentes.

Quais foram as maiores dificuldades no desenvolvimento?

As dificuldades foram as inerentes a qualquer tipo de desenvolvimento. Você precisa pesquisar o material adequado, precisa conhecer que tipo de soluções em termos de materiais e de componentes existem no mercado, e, principalmente, saber quais são as possibilidades reais de obter aqueles componentes de mercado no tempo exigido. E essa sim eu diria que é a maior dificuldade num ambiente como o do Brasil atual. Porque hoje em dia não basta existir o componente, não basta estar no catálogo do mercado, mas ele tem que atender os cronogramas de produção e de montagem das obras. E na maioria dos casos isso não ocorre. Então o desafio do projetista é sempre não se ater unicamente àquilo que é o mais desejável, mas também estar com todo o leque de opções do mercado à sua disposição, ou seja, tem que ter informações sobre o mercado real e não trabalhar simplesmente em hipóteses, para poder escolher aquilo que realmente vai poder ser aplicado no campo, no tempo desejado.

Vocês tiveram que optar por alguma hipótese mais aplicável em detrimento de alguma que você achava ideal?

Sim, sim. Com relação a dimensões de componentes siderúrgicos, com relação a componentes padronizados, em diversas situações tivemos que pesquisar mais de uma solução possível e optar por aquela que era viável no prazo exigido.

E nem sempre a viável era a mais interessante do ponto de vista do desenvolvimento?

Não vou dizer que ela era mais interessante, porque se torna a mais interessante aquela que atende melhor ao requisito técnico e de cronograma de projeto, mas evidentemente que se poderia, num tempo tendente a infinito, encontrar uma solução que fosse a ótima. Na engenharia, isso raramente acontece.

O corpo de desenvolvedores é muito grande? Porque é uma mão-de-obra extremamente qualificada…

Sem dúvida. Ao contrário da engenharia de projeto, que é uma engenharia com grande número de homens-hora dirigido à geração de documentação de engenharia, a engenharia de desenvolvimento tem a maior parte dos seus homens-hora dirigida a concepção de equipamentos, ao design industrial. E a geração de documento é só o resultado final, são as poucas horas finais de um processo muito longo de aperfeiçoamento de um conceito. Neste sentido, a mão de obra que se pode lançar mão no Brasil, para ser utilizada nessa fase do desenvolvimento do conceito, é muito restrita.

Quais são as maiores dificuldades para encontrar mão de obra qualificada no Brasil?

É muito difícil encontrar engenheiros com formação suficiente, porque ela tem que ser muito eclética, e é muito difícil encontrar engenheiros experientes, com formação eclética, capazes de levar com eficiência um projeto de desenvolvimento nos prazos que se exige. A gama de aptidões que esse profissional tem que dispor é muito grande, ele tem que ter experiência de campo, porque ele não pode projetar coisas que depois criem dificuldades de execução, tem que ter vivência de mercado para saber o que existe e o que não existe, e tem que ter uma formação teórica muito forte, porque qualquer falha no desenvolvimento de um conceito não tem solução, e normalmente exige que o projeto seja refeito, e isso seria catastrófico nas condições de desenvolvimento de um contrato, por exemplo. Então praticamente essa engenharia é uma engenharia em que o protótipo tem que dar certo. A engenharia de produto, quando ele é voltado à produção seriada, tem uma fase de desenvolvimento, de prototipagem e o protótipo é avaliado e desenvolvido ao longo de um tempo razoavelmente longo em que se testam as hipóteses para verificar se são verdadeiras e se testam as soluções que foram adotadas pelo pessoal do desenvolvimento conceitual, e quando todo o projeto estiver redondo, sem arestas, ele é entregue ao departamento de engenharia de detalhamento e de engenharia de desenvolvimento dos modelos de produção. Isso, no nosso ambiente de engenharia de petróleo, é praticamente inviável. Os nossos protótipos têm que ser eficientes, corretos e tem que atender às especificações num primeiro momento, então realmente a grande dificuldade que se tem no mercado brasileiro hoje é a existência de profissionais habilitados a levar à cabo este tipo de missão.

Qual vai ser o próximo projeto da Liderroll?

A Liderroll está com exatos três novos projetos revolucionários que irão quebrar alguns paradigmas da escola clássica da indústria construtiva. Dois deles voltados para a parte de equipamentos de linha produtiva, na área industrial, e um para a área de infraestrutura, focado nas obras de modernização urbana para a copa do mundo e os jogos olímpicos, contudo não posso adiantar ainda por estarem na fase I, que é o final do detalhamento. Somente após a fase II, em que o protótipo estiver aprovado, é que poderemos divulgar. Mas tenha certeza que trarão o mesmo impacto e concorrerão a prêmios internacionais de inovação tanto quanto os roletes motrizes que a Petrobras aplicou com sucesso no túnel do projeto Gastau.


 

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