TECHCHROM BUSCA PARCERIA COM MONTADORAS PARA COMERCIALIZAR TECNOLOGIA PREMIADA PELA ANP
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
Um equipamento que testa a qualidade do combustível desenvolvido pela TechChrom foi finalista do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2014 na categoria “Inovação Tecnológica desenvolvida no Brasil por micro, pequena ou média empresa fornecedora em colaboração com empresa petrolífera”. O aparelho pode ser utilizado por postos revendedores, distribuidoras, controle de produção, laboratórios de controle de qualidade e órgãos de fiscalização. No entanto, de acordo com o diretor Valter Matos, o principal objetivo da empresa é implementar essa tecnologia em veículos. Para isso, a TechChrom vem negociando parcerias com montadoras automobilísticas. Novas tecnologias desenvolvidas pela empresa devem surgir no futuro, com apoio de parcerias já firmadas com Fapesp, CNPq e Finep.
Como foi criada a TechChrom?
A TechChrom nasceu na incubadora de tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Eu e os ouros sócios fundadores somos professores da instituição. O instinto de produzir inovação tecnológica sempre esteve em todos nós, principalmente na área de instrumentação analítica. Com o nascimento da incubadora dentro da universidade, nós avaliamos o momento como propício para a criação de uma empresa. Nossas atividades de pesquisa começaram em 2002.
Quais os serviços oferecidos pela empresa?
Nós trabalhamos com consultoria na área de instrumentação analítica e desenvolvimento de equipamento para análises químicas. Para o setor de combustíveis especificamente, nós temos um medidor de pH e um medidor de condutividade elétrica, ambos voltados para o etanol. Além do Fotômetro Analisador de Combustível , tecnologia premiada pela ANP.
No que consiste a tecnologia premiada pela ANP?
O Fotômetro Analisador de combustível usa a técnica da fotometria, ou seja, se utiliza de luz para analisar o produto. A analise é feita por uma luz que, ao passar pela amostra de combustível, faz a leitura da quantidade de etanol presente na gasolina comercializada. Para isso, o equipamento compara com uma curva analítica já pré-programada na máquina. Também pode ser usado para medir o teor alcoólico do etanol.
Como foi criada a parceria com a Unicamp e com a IFES/Petrobrás?
Nossa relação com a universidade vem desde nossa fundação, como dito. Nascemos dentro da incubadora da Unicamp com um quadro de funcionários dela. Outras parcerias ao longo dos anos foram fomentadas, como com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). A parceria com a Petrobrás veio através do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), que teve seus bolsistas pagos pela companhia. Esses bolsistas ficaram responsáveis pelo recolhimento de amostras de gasolina e etanol nos postos de combustível da Grande Vitória. Foi feita uma comparação entre os dados obtidos pela técnica desenvolvida pela nossa empresa com a técnica tradicional.
Que outros parceiros a TechChrom tem?
A Fapesp, o CNPq e a FINEP tem sua importância na implementação deste projeto. Através do programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) recebemos ajuda para duas etapas do desenvolvimento, enquanto o CNPq custeou bolsistas doutores na empresa, e, por fim, a Finep custeou parte da terceira etapa: colocar o produto desenvolvido no mercado.
Quais os principais clientes da empresa?
Nossos clientes são bastante diversificados, desde postos de combustível até usinas produtoras de etanol, passando por distribuidoras e laboratórios de analíse de combustível.
Quais os planos da empresa para os próximos anos?
Com essa tecnologia, nós pretendemos auxiliar na automação da produção de etanol e gasolina C (com etanol). Sendo mais ousados, estamos estudando a possibilidade de uma parceria com montadoras, para colocar essa tecnologia em seus automóveis.
Como a TechChrom avalia o atual momento do mercado de petróleo e gás brasileiro?
Para nós, membros dessa pequena porção da cadeia de óleo e gás, temos um mercado em franca expansão. Se o Brasil conta com 39 mil postos de combustível, no primeiro ano de produto não alcançamos nem 1% desse número. É um mercado bastante aberto e receptivo ao equipamento que produzimos.
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