TEK INVESTE NO RECÔNCAVO E NEGOCIA COMPRA DE DOIS CAMPOS EM PRODUÇÃO NO BRASIL
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A TEK Óleo e Gás, criada em 2015, a partir de uma joint venture entre brasileiros e chineses, já avançou bastante com o processo exploratório do bloco adquirido na 13ª rodada da ANP, na Bacia do Recôncavo, onde encontrou indícios de petróleo e espera atingir uma produção média de 2 mil barris por dia nos próximos anos, mas agora quer partir para outros campos paralelamente. O diretor executivo da empresa, Marcos Lopes, conta que estão negociando a aquisição de dois campos já em produção e estão animados com as perspectivas que surgem para o mercado de produção independente no País. Uma delas é a 14ª rodada de concessões, marcada para o segundo semestre deste ano, enquanto a outra é o projeto Topázio, da Petrobrás, que prevê a venda de 104 concessões (98 campos em produção e 6 blocos exploratórios) em terra. “O Topázio é o grande divisor de águas para os produtores independentes. (…) Ele vai fazer mais pelo mercado independente do que foi feito em quase 20 anos”, afirma Lopes, que não participou da 4ª rodada de áreas marginais da ANP, realizada na quinta (11), por desinteresse em relação aos campos ofertados.
Qual o portfólio de ativos da empresa?
A TEK só tem o bloco REC-T-153, no Recôncavo, e está buscando novas oportunidades, de áreas eventualmente em produção. Temos um negócio sendo desenvolvido na avaliação da compra de dois campos onshore, que não posso dar qualquer detalhe, porque ainda está em sigilo.
Quem são os controladores da TEK?
É uma joint venture entre empresas brasileiras e uma chinesa. São as brasileiras Tecnolumen, Enve e Kenterwire e o grupo chinês HL.
Como estão as operações da TEK no Recôncavo?
Já fizemos um primeiro poço, concluído no final do ano passado, com uma descoberta, e estamos aguardando para montar uma estrutura para armazenamento de óleo e de transporte, o que não pode ser feito para um volume pequeno. O primeiro poço tem uma vazão baixa, então estamos perfurando um segundo poço, e faremos um side track – um desvio na perfuração. Interrompemos o que estávamos fazendo e vamos desviar a direção dele, porque avaliações técnicas da estrutura indicaram que seria melhor interromper o foco e fazer esse desvio. É uma lição técnica comum.
Qual o cronograma de exploração e desenvolvimento do bloco?
Ainda não dá para dizer quantos poços serão perfurados. Vai depender um pouco do desenvolvimento. Temos alguns prognósticos. Pretendemos que ele tenha uma produção média de 2 mil barris de petróleo por dia ao final do processo de desenvolvimento, que pode levar de três a quatro anos.
O leilão de áreas marginais, realizado na quinta (11), não despertou interesse?
Não. Não vimos nada que pudesse se encaixar no nosso planejamento de áreas.
A empresa pretende participar dos próximos leilões?
Estamos nos preparando para a 14ª rodada e, obviamente, para o projeto Topázio, em que também somos participantes na medida em que ele volte ao cenário.
Qual o foco na 14ª rodada?
Ainda não estamos com a definição finalizada, mas obviamente o Recôncavo é um dos focos, por ser uma área onde já estamos atuando. Mas não estamos amarrados a ele. Estamos olhando também outras áreas e, à medida que surjam áreas que possam ser interessantes, vamos partir para elas. Mas apenas no onshore. As informações sobre as áreas estão sendo analisadas; estamos olhando os prospectos e tudo mais para tomar as decisões.
E em relação ao Topázio?
Na nossa opinião, o Topázio é o grande divisor de águas para os produtores independentes. Mantendo as mesmas áreas de concessão que estavam na oferta inicial, ele despeja no mercado independente uma quantidade de poços e campos infinitamente maior do que tudo aquilo que a ANP já colocou e que o mercado independente já fez desde que foi iniciado, em 1998. Ou seja, em 20 anos o mercado não conseguiu avançar da mesma maneira que o Topázio fará de uma tacada só.
São cerca de 100 campos, muitos deles já exauridos ou muito maduros, mas muitos com oportunidades de recuperação e avanço. Ele vai fazer mais pelo mercado independente do que foi feito em quase 20 anos. Vamos falar do mercado independente onshore antes e depois de Topázio. Então quem tem alguma pretensão de expansão tem que olhar e investir.
Qual o planejamento para os próximos anos?
Adquirir novos blocos e aumentar a produção da empresa, tanto quanto possível. Estamos em negociação para adquirir campos em produção e blocos nas próximas rodadas, além do projeto Topázio, em que pretendemos participar se for relançado.
O cenário é positivo para a expansão?
Acho que sim, porque o projeto Topázio vai ser um divisor de águas no mercado independente brasileiro.
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