TERRORISTAS HOUTHIS DESAFIAM FORÇA ALIADA, AUMENTANDO A TENSÃO NO MAR VERMELHO. O BRASIL JÁ SENTE O AUMENTO NOS PREÇOS DOS FRETES MARÍTIMOS
Os terroristas Houthi, que governam à força a região noroeste do Iêmen, estão desafiando os alertas das forças aliadas de doze países que passaram a proteger a navegação no Mar Vermelho. Após um ataque duro liderado pelos Estados Unidos em diversas regiões do Iêmen, que envolveu caças, navios de guerra e um submarino, foram atingidos aproximadamente 30 locais, visando mais de 60 alvos, incluindo depósitos de armas, radares e centros de comando, abrangendo até áreas montanhosas remotas. Em resposta desafiante, na madrugada de hoje (15), mísseis de cruzeiro, fabricados no Irã, que apoia os terroristas iemenitas, foram disparados em direção a um destróier americano no Mar Vermelho, mas um caça o abateu. Foi o ataque mais recente da ofensiva contra o transporte marítimo global em meio à guerra de Israel contra o Hamas, em Gaza.
Os houthis ainda não reconheceram a gravidade dos danos causados pelos ataques, que, segundo eles, mataram cinco de seus soldados e feriram outros seis. A navegação pelo Mar Vermelho ficou mais lenta devido aos ataques. A Marinha dos EUA advertiu as embarcações com bandeira americana a se manterem afastadas das áreas ao redor do Iêmen no Mar Vermelho e no Golfo de Aden por 72 horas após os ataques aéreos iniciais. Desde novembro, os rebeldes houthis têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho, dizendo que estavam vingando a ofensiva de Israel em Gaza contra o Hamas.
Os conflitos no Oriente Médio impactam as rotas marítimas globais e voltam a pressionar os fretes da navegação. No Brasil, a expectativa é que os principais efeitos comecem a ser percebidos a partir de fevereiro. Entre as preocupações do mercado que poderão afetar o país estão a alta dos fretes, atrasos na chegada dos navios e a falta de contêineres. Os ataques impactam diretamente o acesso ao Canal de Suez e têm levado empresas de navegação a desviar os navios que vão para Europa e Estados Unidos para uma rota alternativa, pelo sul da África – trajeto mais demorado e caro.
As rotas da Ásia para a Europa e os Estados Unidos já vivem uma disparada de preços desde dezembro do ano passado. No Brasil esse efeito ainda é pequeno. Os fretes de importação da China para o Brasil estão hoje em torno de US$ 3.500 por contêiner, segundo fontes do mercado. Trata-se de um patamar acima dos preços de 2023, mas muito abaixo do pico registrado durante o auge da pandemia, em que os valores de fretes da Ásia superaram os US$ 10.000 por contêiner. No Brasil, o impacto que existe hoje é da carga de exportação que está indo ao Oriente Médio e que vai sofrer atraso na chegada, porque os navios estão tomando caminhos alternativos. São cargas de proteína animal e açúcar. Mas na importação ainda não há efeitos por conta dos conflitos. Eles serão sentidos em três ou quatro semanas caso o problema continue.
Deixe seu comentário