THYSSENKRUPP DESENVOLVE PLANTA DE PRODUÇÃO DE PLÁSTICOS NA CHINA E PLANEJA ACELERAR CRESCIMENTO NO BRASIL
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A thyssenkrupp desenvolveu um processo para produção de plástico 100% biodegradável, podendo substituir polímeros convencionais à base de petróleo em muitas áreas. Ao oferecer essa solução, a empresa conquistou uma oportunidade na China, onde está construindo a primeira planta comercial baseada nesta tecnologia para a COFCO Corporation. “Seu comissionamento está previsto para o primeiro trimestre de 2018 e a expectativa é de que as produções se iniciem já na sequência – a depender do plano estratégico do cliente“, declarou o gerente de Desenvolvimento de Negócios na thyssenkrupp Industrial Solutions, Luiz Mello. Para o Brasil, a companhia está trabalhando em várias oportunidades na área de geração de energia, dentro dos setores de gás natural, biomassa e resíduos. A companhia também está desenvolvendo no País soluções na Indústria Química, como plantas piloto, adequação de unidades de processo a novas aplicações, estudos de viabilidade, entre outras atividades. “Nossa perspectiva é positiva, vamos acelerar nosso crescimento no Brasil e América do Sul em 2017. Temos tecnologia e time local competente para atender desde estudos de viabilidade, projeto, implantação, comissionamento e suporte a manutenção e operação de plantas industriais, num portfólio bastante amplo de aplicações“, comentou o executivo.
Quando e como surgiu a ideia de desenvolver o processo de produção de poliácido lático (PLA)?
Há cerca de 12 anos, a thyssenkrupp Uhde (atualmente thyssenkrupp Industrial Solutions) realizou um estudo para definir bioprodutos com potencial mercadológico e com sinergia junto às áreas de expertise da empresa. Desta forma, investiu-se no desenvolvimento das tecnologias para produção de Ácido Láctico e Ácido Succínico a partir da fermentação do açúcar. Tais produtos estão alinhados com a tradição da empresa em tecnologias de polímeros: produção de plásticos tais como polietileno, polipropileno, PVC, PET e poliamidas. O Ácido Láctico e o Ácido Succínico são percursores de biopolímeros importantes como o ácido poli-láctico (PLA) e o polibutil-succianato (PBS), respectivamente.
A thyssenkrupp é uma empresa que possui vasta experiência na construção de plantas de polimerização para a indústria química. Ao todo já contabilizamos mais de 400 unidades construídas no mundo, o que nos garante um conhecimento muito sólido sobre os processos e as necessidades do setor.
Quanto foi investido na planta da China? Quando ela deverá começar a produzir?
O valor do investimento é tratado como confidencial pelo cliente-investidor, a COFCO Corporation. Seu comissionamento está previsto para o primeiro trimestre de 2018 e a expectativa é de que as produções se iniciem já na sequência – a depender do plano estratégico do cliente.
Além da China, outros mercados, como o Brasil, são vistos como favoráveis para a comercialização do PLA?
Acreditamos que o Brasil está para o açúcar e biomassa assim como a Arábia Saudita está para o petróleo. Temos recursos e condições naturais ímpares e também pioneirismo tecnológico, ultimamente com empresas locais consolidando tecnologias para o açúcar e o etanol de segunda geração. O Brasil pode ser um líder global em Biotecnologia Industrial aproveitando-se desta plataforma já existente de recursos e know-how.
Os preços baixos do petróleo nos últimos anos colocaram o setor em “compasso de espera”. Temos que aproveitar o momento para colaborar com os órgãos governamentais na melhor definição de um “marco regulatório” e de incentivos a investimentos nesta área. A ABBI (Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial) vem fazendo um excelente trabalho neste sentido.
Além do desenvolvimento do processo de produção de poliácido lático, a thyssenkrupp está desenvolvendo outro tipo de produto para a indústria petroquímica?
Destaco nossa tecnologia de de-hidrogenação de parafinas leves, a StAR. Com a esperada maior disponibilidade de gás natural nos próximos anos (e consequentemente de NGLs – Natural Gas Liquids), acreditamos que tal tecnologia seja uma interessante alternativa de produção de olefinas, principalmente para empresas que utilizem propeno e butenos para aplicações diferentes de polímeros. Temos muitas novidades também na área de eletroquímica, fertilizantes nitrogenados e fosfatados e mini plantas de metanol. Fora da indústria petroquímica, destaco nossas tecnologias para plantas de coque siderúrgico, caldeiras de biomassa e solução de armazenamento de energia elétrica em grande porte, que deve ser um game changer na área de energias renováveis.
Que oportunidades de negócios a thyssenkrupp Industrial Solutions enxerga no Brasil?
Estamos gradativamente aumentando nossa presença e competências locais, pois acreditamos na recuperação da indústria brasileira, que passou por uma “tempestade perfeita” nos últimos anos. No presente momento trabalhamos em várias oportunidades na área de geração energia: seja base gás natural como também biomassa e resíduos. Também estamos desenvolvendo soluções diversas para clientes na Indústria Química: plantas piloto, adequação de unidades de processo a novas aplicações, estudos de viabilidade, substituição de equipamentos antigos, purificação de gases industriais, entre outras.
Qual será o foco de atuação da empresa no Brasil? Como a thyssenkrupp planeja crescer dentro do País?
A thyssenkrupp Industrial Solutions atua nos segmentos de Mineração, Cimento e Indústria Química em geral. Na cadeia de óleo e gás concentramos competências principalmente no midstream e downstream, incluindo toda a cadeia petroquímica. Não temos foco apenas em megaprojetos e greenfields. Pelo contrário, estamos reforçando nosso time para prover soluções típicas de OPEX, por onde acreditamos construir relações de longo-prazo e processos eficazes de entrega de projetos completos (EPC) para cada cliente.
Quais são os principais projetos/contratos da companhia no Brasil atualmente?
Destaco dois contratos para melhorias na planta de coque da ArcelorMittal Tubarão. Temos também outros projetos em andamento, mas por questões contratuais não podemos mencioná-los ainda.
Quais são as perspectivas para o mercado brasileiro neste ano de 2017?
O Brasil começa a sair de um momento de muita indefinição e agitação política. Se por um lado, temos a diminuição de investimentos em muitos setores, existem oportunidades relacionadas a ganho de eficiência e produtividade, que surgem quando há efetiva disposição de ir até os clientes e entender seus desafios. É por onde buscamos conquistar a confiança dos clientes, a fim de podermos atuar nos futuros grandes investimentos que eles planejarem.
Nossa perspectiva é positiva, vamos acelerar nosso crescimento no Brasil e América do Sul em 2017. Temos tecnologia e time local competente para atender desde estudos de viabilidade, projeto, implantação, comissionamento e suporte a manutenção e operação de plantas industriais, num portfólio bastante amplo de aplicações.
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