TINÔCO ANTICORROSÃO PREPARA NOVA TECNOLOGIA À BASE VEGETAL PARA ATENDER AO MERCADO DE ÓLEO E GÁS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Novo ano, novos negócios. A Tinôco Anticorrosão se prepara para avançar em sua atuação no mercado de óleo e gás. A empresa atualmente já fornece para o setor o chamado Elastômero Securit 2, que é um sistema de revestimento elastomérico para proteção anticorrosiva em equipamentos críticos instalados em unidades de produção de petróleo offshore. Entre os seus principais clientes no mercado de petróleo e petroquímico, estão a Petrobrás, a SBM, a Braskem e outros. O diretor da empresa, Marcelo Tinôco, prevê que as empresas de óleo e gás no Brasil vão demandar o revestimento de até 100 mil uniões flangeadas (estrutura que liga dois componentes de um sistema de tubulações) nos próximos cinco anos. O executivo diz que o objetivo da empresa é atender a uma fatia entre 20% e 30% desse mercado. Além disso, Tinôco revela que a companhia está também trabalhando em nova uma tecnologia de resina vegetal, que já está obtendo sucesso no exterior. “Vamos fazer ensaios no laboratório mais conceituado do Brasil, que é o do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A perspectiva é de realizá-los no mês de março. A tecnologia seria utilizada não apenas em uniões flangeadas, mas em outros tipos de equipamentos, como tubulações, casarios e superfícies planas”, afirmou.
Poderia começar nos contando um pouco sobre as origens da empresa?
A nossa empresa teve a felicidade de acreditar nessa tecnologia elastomérica à base d’água em 2003 e fomos homologados no Centro de Pesquisas da Petrobrás. Em 2006, ela começou a ser utilizada em pequenas quantidades na P-33, P-20 e P-37. Em 2008, passou a ser utilizada em uma quantidade um pouco maior. No ano de 2010, ocorreram problemas com paradas de produção na P-33, que teve de ser interditada. Durante as inspeções, identificaram que os únicos flanges de grandes diâmetros em bom estado eram os que estavam com nossa tecnologia. Antes da tecnologia elastomérica, não existiam tecnologias para proteção anticorrosiva de flanges, a não ser tinta epoxi ou poliuretano, mas que não resolviam, por serem tintas rígidas.
Agora, existe uma obrigatoriedade [de usar a tecnologia elastomérica]. Todos os produtos [do tipo] que existem no mundo estão no Brasil sendo utilizados. Hoje, nossa empresa está concorrendo com tudo que existe no mundo. Porque o Brasil é um ambiente de maior corrosividade do mundo. Somos um país tropical, de umidade relativa do ar alta e com muita salinidade. O que as operadoras estão enfrentando no Brasil não enfrentam no Golfo do México, por exemplo.
E quais são as perspectivas com o mercado daqui em diante?
Estamos falando de talvez 100 mil uniões flangeadas nas empresas de óleo e gás no Brasil nos próximos cinco anos a serem revestidas, somando a Petrobrás e as demais oil companies. Nós pretendemos que, dessas 100 mil, tenhamos de 20 mil a 30 mil. Nos últimos 10 anos, 50 mil foram nossas. Eu identifico que vai crescer muito o setor de serviços de pintura e manutenção. Felizmente, a Petrobrás e as empresas de petróleo já identificaram que precisam investir em seu patrimônio.
Como foi o desenvolvimento dessa tecnologia?
A nossa empresa tem mais de 60 anos e foi fundada pelo meu pai, Arnélio Tinôco. Ele começou com a tecnologia vindo da impermeabilização, com o produto aplicado a quente [Elastômero Securit 1]. E utilizou isso em estruturas metálicas com sucesso na década de 80 no polo de Camaçari (BA). Só que você não conseguia remover essa tecnologia, porque era de difícil de remoção. Ela ressecava ao contato com os raios ultravioleta. Nos rooftops, eles aplicavam uma manta para evitar os raios ultravioleta.
Meu pai utilizou essa tecnologia até a década de 90, até que as normas de SMS passaram a não mais permitir a aplicação a quente. Quando ele conseguiu produzir uma tecnologia à base de água, elastomérica, fui ajudá-lo na empresa. Uma pena ele ter falecido dois anos após a minha chegada à empresa. Três anos depois, nos tornamos líderes de mercado. O legado dele permaneceu.
A tecnologia elastomérica estica até 7 centímetros. Nenhum produto no mercado faz isso. O problema da tinta rígida é que ela permite a existência de microfissuras, o que deixa entrar umidade e oxigênio na estrutura, criando ambiente corrosivo.
A Petrobrás fez os testes de laboratório e deu certo. Os testes de campo na Petrobrás foram feitos na P-33 quando ela foi interditada. O setor de suporte técnico da empresa identificou flanges em bom estado que estavam usando o nosso Elastômero Securit 2.
O José Gabrielli [então presidente da Petrobrás] contratou vários hotéis flutuantes e novos esquemas de pintura. Um deles foi o nosso, que passou a ser colocado como obrigatório. Só que não é uma coisa obrigatória sem supervisionamento. E na busca de produtos similares. Dois anos depois já existam três ou quatro produtos similares homologados pelo Cenpes também. Atualmente, existem oito produtos do tipo homologados pelo Cenpes.
Quais são as principais vantagens?
Ele é de fácil aplicação, com uso de pincel. Ele não requer mão de obra qualificada e tampouco equipamentos especiais. Já os nossos concorrentes homologados pelo Cenpes precisam mão de obra qualificada e equipamentos especiais.
Outras das principais vantagens do Elastômero Securit 2 são aumento da produtividade, diminuição da contratação de mão de obra, redução de aquisição e estoque de tintas a bordo e a consequente diminuição de custos com inspeção, manutenção e parada dos equipamentos, isso ocasionado pelo seu grande tempo de vida útil de proteção anticorrosiva nos locais revestidos. Outro ponto importante do resultado é um maior ganho de espaço de trabalho para engenheiros e outros funcionários, nas plataformas, já que não é preciso ter pintores a bordo.
A empresa pretende apresentar novas tecnologias ao mercado no futuro?
Nós estamos desenvolvendo tecnologias à base vegetal, 100% ecológicas. A nossa visão é sempre buscar coisas no exterior. Meu pai nunca inventou nada que já não estivesse sendo desenvolvido nos Estados Unidos. Sempre buscamos coisas no exterior para o Brasil. Tentamos trazer para cá os produtos que identificamos que já está dando certo em outros países.
Sabemos que existe resina vegetal dando certo em alguns locais do mundo e queremos trazer isso para o Brasil. Só não posso ainda revelar muito os detalhes. Vamos fazer ensaios no laboratório mais conceituado do Brasil, que é o do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A perspectiva é de realizá-los neste mês de março. É algo que não tem no Brasil ainda. Ela seria utilizada não apenas em uniões flangeadas, mas em outros tipos de equipamentos, como tubulações, casarios e superfícies planas.
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