TOTVS FAZ PARCERIAS NA ÁREA DE ÓLEO E GÁS
A Totvs abriu recentemente um novo núcleo voltado para o setor de óleo e gás no Rio de Janeiro, após perceber que o número dos clientes da indústria de energia vinha aumentando, e já se movimenta fazendo parcerias para estender seu alcance na área. O diretor de consultoria da empresa, Denis Del Bianco, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou sobre os planos da nova área.
Como que surgiu esse núcleo que vocês montaram no Rio só para a área de óleo e gás?
A gente vinha trabalhando a unidade de consultoria no Rio, já com alguns clientes de energia e, tendo em vista o enorme crescimento do mercado, do pré-sal, etc, vimos a necessidade de ter um grupo separado, totalmente especializado. Existe uma oportunidade grande no mercado de consultoria para uma empresa genuinamente brasileira se colocar como parceira para essa indústria. E foi esse o movimento que a gente fez. No começo de julho deste ano, a gente trouxe alguns executivos com muito histórico em consultoria e na indústria para formar esse grupo.
Esses executivos eram de onde?
Um executivo estava no mercado, mas tinha sido sócio de uma grande consultoria internacional e os outros dois eram empreendedores, tinham suas próprias consultorias já há algum tempo, e vieram trabalhar com a gente.
Você disse que já tinham alguns clientes do setor. Quem eram?
Eu hoje não tenho liberação para falar nomes de clientes. A gente segue uma política de que se não tem por escrito, não citamos nomes para não dar confusão.
Mas você pode falar quais eram as atuações?
Tinha trabalho na linha de fiscalização de processos, escritório de projetos, consultoria para importações, ou reimportações de sistemas… esse tipo de trabalho. O pessoal vem com um histórico muito forte de logística e cadeia de suprimento, com uma bagagem bem interessante na parte de capacitação. Esse é um ponto interessante, porque o pré-sal vai gerar uma demanda muito grande de profissionais, e esse pessoal trabalhou ano passado com o Prominp. É gente que tem bastante história dentro da indústria, que já passou por empresa, por instituição, por governo…
O que vocês vão fornecer para a área em termos de serviços?
A unidade de consultoria é responsável por prover o serviço de consultoria em negócios e em gestão. A idéia é que seja um núcleo de facilitação de todo o portfólio das soluções Totvs e das soluções de parceiros para os clientes da indústria de energia. Então, obviamente, que tem uma questão de apresentar os produtos que a Totvs tem, com o sotaque da indústria, ou com algumas adaptações que eles precisam para ficar alinhados com a necessidade do segmento e recompor com isso uma solução que tenha alguma coisa de consultoria, um pouco de importação e outra coisa de capacitação. Que tenha outros serviços que a Totvs possa prover diretamente ou através de uma rede de parceiros.
Como seria feita a capacitação?
Se for uma capacitação para um produto nosso, ou oriunda de um serviço que a gente fez, pode ser que a gente seja o provedor direto. Mas se a gente estiver fazendo algum trabalho de organização de um programa de capacitação maior, obviamente que ninguém vai ser o provedor único de conteúdo, então a gente vai usar os Senais da vida, os Sebrae, além de outras entidades e outras empresas. Ou seja, isso pode variar desde ser um provedor direto de capacitação, até ser um organizador de um programa maior.
Quais eram as maiores dificuldades de gestão para os clientes que vocês já tinham no setor energético?
Isso é uma pergunta sensível. Mais do que dificuldade de gestão, existe um desafio muito grande na indústria de lidar de um lado com o volume de projetos e oportunidades que estão se apresentando, e do outro lado com a carência de mão-de-obra que está surgindo, porque o mercado está muito aquecido. É muito difícil você ter engenheiro novo, que possa colocar em atuação. E dentro do setor de energia, o ciclo para o profissional se tornar um profissional efetivo é um ciclo longo. É um desafio grande saber como você encurta esse caminho.
Quais foram as parcerias que vocês formaram para esse novo setor?
Temos três principais parcerias com quem a gente está trabalhando, além de várias outras que estamos estudando. Mas as que já consolidamos são com a Track, que é um produto para gestão da mão-de-obra contratada, com uma presença muito interessante no setor de refino no mundo. Ela faz gestão de mão-de-obra para plataformas e etc, mas na área de refino eles tem uma presença muito significativa., mais de 60% da capacidade de refino nos Estados Unidos utiliza essa solução. Tem a C&C Reservoir, que é uma solução de banco de dados geológicos, então tem um direcionamento muito mais forte para o segmento de exploração e produção de petróleo.
Vocês fariam uma espécie de intermédio entre as empresas terceirizadas e as petroleiras que contratam serviços de coleta de dados sísmicos e geológicos?
Não, não. Essa empresa tem um banco de dados de informações de reservatórios no mundo muito completo. Na verdade, não é um serviço do dado sísmico que, por exemplo, eu estou fazendo no meu campo, mas assim eu tenho informações sobre um campo em Angola, que talvez tenha uma formação geológica semelhante a algum campo que eu tenho aqui. Serviria muito para qualquer empresa que estiver indo para o exterior ou que precise de informações de outros campos, ou empresas que estejam vindo para o Brasil e precisem de informações daqui.
Mas como que ela faz o banco de dados?
Ela tem um centro de pesquisa em Londres que vive disso, um monte de engenheiros, geólogos…
Mas se, por exemplo, a Petrobrás contratou uma empresa X para fazer a coleta de dados em um campo aqui e a C & C Reservoir se interessa por esses dados, ela compra isso? Porque geralmente esse tipo de informação fica com as próprias petroleiras que contrataram o serviço…
O que acontece é que a empresa similar, ou paralela ao que é a ANP aqui no Brasil, disponibiliza uma série de dados que você consegue através de entidades como o IBP. Algumas coisas eles desenvolvem, algumas coisas eles compram direto, algumas eles conseguem através de pesquisa. Há algumas outras formas de coletar, que eu precisaria consultar o especialista desta parte para te dizer.
E a outra parceria?
É com a Gapso, uma empresa brasileira focada em desenvolver plataformas de simulação e otimização de modelos matemáticos, então é uma solução bem focada nas questões mais logísticas e na cadeia de suprimentos da indústria como um todo. É um negócio que a gente acha que tem uma aplicabilidade grande para a indústria de energia.
Já fecharam algum contrato?
A gente já teve as primeiras vitórias. Não podemos divulgar ainda, mas o que eu posso dizer é que a recepção da indústria tem sido excelente.
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