TRABALHADORES BUSCAM UNIÃO COM EMPRESÁRIOS E FEDERAÇÕES EM DEFESA DA INDÚSTRIA NACIONAL
A quebra do conteúdo local está gerando um movimento raro, de trabalhadores em busca de articulação junto com os empresários brasileiros, todos com o foco na defesa da indústria nacional. Esse é um dos resultados da decisão do governo em reduzir drasticamente os índices da política, que ameaça desmobilizar fortemente a cadeia de fornecedores locais e aumentar ainda mais o desemprego no País nos próximos anos. Em luta contra isso, líderes de sindicatos e federações de trabalhadores ligados ao setor de óleo e gás, como Alex Santos e Maurício Ramos, estão entrando em contato com lideranças empresariais na tentativa de unificar o discurso em defesa da indústria brasileira. Veja abaixo as opiniões dos dois:
Alex Santos – Diretor de Indústria Naval e Offshore da Federação dos Metalúrgicos e ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro
Temos que nos organizar de maneira mais consequente. Trabalhadores, empresários, federações, sindicatos, para ter um diálogo mais permanente entre todos os interessados no fortalecimento e no crescimento da indústria nacional, nessa questão do conteúdo local.
Se não tivermos uma articulação muito forte, não vamos conseguir resultado. Temos que ver como nos articular, dialogar e fazer uma pressão unificada, mais consistente, unindo o movimento empresarial com o dos trabalhadores. Se não, não vai dar em nada.
Maurício Ramos – ex-presidente da CTB e conselheiro do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro
O que estão fazendo com o País e conosco, trabalhadores e trabalhadoras, com a engenharia nacional e nossos empregos não passará em branco. Temos que unir todos que se opõem a essa barbárie.
Hoje, a gente resiste às bombas e gás de pimenta, às balas de borracha das forças do governo, contra nossas greves e protestos, com pedras portuguesas. Não será sempre assim.
Além da necessárias alianças na preservação do conteúdo local os sindicatos laborais deveriam solicitar, das entidades patronais, o necessário apoio contra a venda dos ativos brasileiros a preço de banana. Se nos unirmos nesta matéria podemos evitar a desnacionalização célere que ocorre no governo Temer, principalmente na Petrobras.
Perigoso são as posições dúbias de alguns dirigentes laborais tipo as do Paulinho, da Força Sindical, que sem enfraquecem as posições dos mais fracos ao participar dos planos e do próprio do governo atual, na busca de fortalecimento do próprio umbigo e de aliados que não mais laboram.