TRANSPETRO SUSPENDE CONTRATO DE 16 NAVIOS COM ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL
O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) vive um verdadeiro inferno astral. Após entregar o navio João Cândido com dois anos de atraso, a Transpetro suspendeu o contrato de encomenda de 16 navios petroleiros, equivalente a R$ 5,3 bilhões.
Sérgio Machado, presidente da estatal, está decidido a forçar uma nova estrutura na indústria naval do país. Ele irá implantar na Transpetro um novo sistema de fiscalização com severas auditorias na produção dos estaleiros. Trata-se de um “estaleiro espelho” que iniciará em 90 dias o Sistema de Acompanhamento da Produção. O objetivo é acompanhar de perto todas as etapas de produção, identificando problemas e gargalos.
Tudo isso é por conta dos atrasos nas encomendas. Ano passado, o petroleiro Celso Furtado foi entregue com 13 meses de atraso. João Cândido foi uma novela e tanta. Nada contente, Machado disse que “sem competência não dá, nem para o estaleiro nem para nós”. Segundo ele, o que interessa não é brigar para acabar um navio. Seu desejo é implantar uma indústria naval competitiva em nível mundial.
Grande parte das preocupações se dá pela falta de um parceiro tecnológico, após a saída da Samsung. De acordo com o contrato existente, do total dos 22 navios encomendados, seis deles teriam a tecnologia da Samsung, independente da saída da empresa. Os 16 navios restantes não tem garantia da tecnologia coreana.
O EAS tem até 30 de agosto para encontrar novo parceiro e apresentar um novo plano de ação, com projeto e cronograma de construção. Segundo os controladores do estaleiro, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, conversas estão em andamento mas não há qualquer sinal definitivo.
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