TRIDIMENSIONAL SE QUALIFICA PARA ENTRAR NO MERCADO DE MANUTENÇÃO OFFSHORE
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A Tridimensional Engenharia, com tradicional atuação no setor de óleo e gás brasileiro, está buscando novas frentes de negócios no segmento e participou nos últimos 10 meses de um processo de qualificação especial, a partir de uma parceria da Petrobrás com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), para entrar também nas disputas de contratos de manutenção offshore. O diretor financeiro da empresa, Marcelo Müller, conta que o período foi importante para avaliarem claramente quais eram os diferenciais da Tridimensional para atuar neste mercado, onde já pretendem começar a buscar atividades em 2017. “É importante ficarmos vivos e saudáveis nesse momento de retração da indústria, porque acredito que ela vai voltar a ser o maior contratante nacional em três ou quatro anos, e temos uma grande tradição nessa área”, afirmou, ressaltando que os diferenciais da companhia avaliados no processo, a partir de um auxílio da consultoria Dinamus, foram apontados como a capacitação da Tridimensional, sua estruturação bem dimensionada e também uma estrutura de custos competitiva.
O que é esse convênio da ABDI com a Petrobrás?
Esse foi um convênio para poder desenvolver novos fornecedores ou fornecedores adjacentes da cadeia de óleo e gás, com duração de 10 meses, que contou com a contratação de uma consultoria chamada Dinamus, que nos assessorou a fazer um plano de negócios para entrar numa área nova, para fazer o nosso negócio crescer.
E qual seria essa área?
A área escolhida pela Tridimensional foi a de manutenção offshore, para empresas de Exploração e Produção. Pode ser para qualquer empresa do segmento, mas o foco inicial do projeto é o fornecimento para a Petrobrás.
E como se deu o processo?
Após uma seleção no mercado, que teve várias etapas, levando em conta qualificação técnica, porte da empresa, qualidade de serviço, entre outros fatores, ficamos entre as escolhidas, e, ao longo de 10 meses, tivemos seis reuniões formais, com um acompanhamento contínuo para fazermos o plano de negócios. E foi interessante porque começamos com uma ideia do que a gente deveria fazer, mas com a validação da Dinamus, analisando a Petrobrás e o mercado, a gente viu que poderia fazer uma pequena alteração para ter um mercado muito maior.
E qual seria essa alteração?
A gente começou a análise voltada a fazer construção offshore – onde já tínhamos uma participação indireta –, focando mais em módulos e unidades offshore, mas vimos que com a condição atual do mercado seria mais interessante atuar no Opex (investimentos voltados a operação e manutenção de ativos), o que nos levou para a manutenção offshore. Vimos que tínhamos essa capacitação e voltamos os esforços para toda a preparação que precisaremos fazer nos próximos três a cinco anos para termos uma participação relevante da nossa receita nesse mercado, em que pretendemos começar a atuar em 2017.
Já teriam onde fazer este tipo de serviço?
Já. Poderia ser em Macaé, onde já atuamos há alguns anos, ou no Rio de Janeiro, onde abriríamos uma estrutura para este tipo de serviço.
O que de fato foi trazido para a empresa que ela não tinha neste processo?
Foi trazido o detalhamento do que este tipo de contrato pode agregar, especialistas do mercado para apontar as dificuldades e os pontos de atenção, além do que a gente poderia trazer para o mercado. Foi feita uma análise bem detalhada da nossa capacitação para entender o nosso diferencial, para não entrarmos com muita exposição. Então os especialistas foram muito críticos, mas de forma construtiva, para mostrar onde estávamos sendo competitivos.
E onde estava o diferencial de vocês?
Somos uma empresa com muita capacitação, muito bem estruturada e que tem uma estrutura de custos muito competitiva.
Além da Petrobrás, também há interesse em buscar este tipo de serviço junto a outras operadoras?
No passado, a gente participou de um processo de seleção junto com parceiros internacionais para a Statoil, fomos um dos finalistas, mas o contrato acabou ficando com outra empresa. Mas temos vontade de participar de outros processos como esse, com outras operadoras também, ainda mais nesse momento em que muitas estão voltando para o mercado. No entanto, o foco inicial é mais voltado ao fornecimento para a Petrobrás, com quem já temos um trabalho de muito anos, temos o CRCC e vemos que surgirão oportunidades no horizonte.
Em termos gerais, qual o panorama para a Tridimensional para 2017, além deste projeto?
Acho que em 2017 vamos continuar nos expandindo para outras áreas, como alimentícia, mineração, entre outras, mas sem perder o foco em óleo e gás. É importante ficarmos vivos e saudáveis nesse momento de retração da indústria, porque acredito que ela vai voltar a ser o maior contratante nacional em três ou quatro anos, e temos uma grande tradição nessa área.
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