UNIGEL DEMITIRÁ 255 FUNCIONÁRIOS E PARALISARÁ OPERAÇÕES NAS FÁBRICAS DE FERTILIZANTES DE BAHIA E SERGIPE
Mergulhada em uma crise financeira, a Unigel anunciou hoje (6) que fará 255 demissões de funcionários nas fábricas de fertilizantes de Bahia e Sergipe. A empresa diz que tomou a decisão diante do alto preço do gás natural – insumo necessário para produção de fertilizantes -, o que inviabiliza as operações. A petroquímica disse ainda que “suportou prejuízos durante todo o ano de 2023 e também em 2024, mas mesmo assim preservou a maior parte de seu quadro de funcionários”. Com as demissões, a Unigel também vai paralisar as operações das duas unidades.
Para lembrar, as fábricas de fertilizantes de Bahia e Sergipe são da Petrobrás, mas estão arrendadas à Unigel desde o final de 2019. A petroquímica amargou prejuízos em 2023 e 2024 e estava se envolvendo em negociações e frentes de trabalho para buscar uma redução no preço do gás natural. “Apesar dos esforços de inúmeros segmentos, como federações e associações empresariais, empresas e partidos políticos, o preço do gás natural no país ainda está entre os mais elevados do mundo, chegando a custar até seis vezes mais que no Oriente Médio e Estados Unidos”, disse a empresa.
A Unigel afirmou também que, ao ingressar no ramo de fertilizantes, estava confiante na abertura do mercado livre de gás natural no país. Como resultado, investiu aproximadamente 600 milhões de reais nas duas fábricas de fertilizantes, criando cerca de 600 empregos diretos. Esse investimento foi destinado a impulsionar as economias locais e aumentar a arrecadação de impostos.
Uma saída temporária para reativar as duas fábricas seria o acordo de “tolling” anunciado com a Petrobrás. A Unigel afirmou que a conclusão do acordo com a Petrobrás está condicionada ao cumprimento de condições prévias para que entre em vigor. A empresa petroquímica ressaltou que o acordo foi submetido à avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) devido a questões de governança interna da estatal, das quais a Unigel não tem conhecimento nem participação.
Como noticiamos, o TCU lançou uma lupa sobre o acordo, apontando indícios de irregularidades e possíveis prejuízos. O ministro Benjamin Zymler é o relator do caso. O potencial prejuízo para a Petrobrás foi estimado em R$ 487,1 milhões. Pelo acordo de tolling, a Unigel seguiria atuando como operadora das unidades. O fornecimento de gás natural, utilizado como insumo, ficaria a cargo da Petrobrás, enquanto os fertilizantes produzidos seriam comercializados pela petroleira.
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