USIMINAS INVESTE EM DESENVOLVIMENTO PARA ATENDER MERCADO DE ÓLEO E GÁS | Petronotícias




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USIMINAS INVESTE EM DESENVOLVIMENTO PARA ATENDER MERCADO DE ÓLEO E GÁS

Por Daniel Fraiha / Petronotícias

A Usiminas tem ampliado seus fornecimentos para o setor de óleo e gás nos últimos anos e grandes investimentos em inovação foram responsáveis pelo impulso inicial desse crescimento. A empresa concluiu em 2011 uma fase de novos aportes, com a apresentação da tecnologia de resfriamento de chapas grossas (CLC), cujo desenvolvimento custou R$ 539 milhões. Além disso, investiu cerca de R$ 2,5 bilhões em um novo Laminador de Tiras a Quente (LQT), com capacidade de produzir 2,3 milhões de toneladas anuais. O gerente geral de Vendas para Construção e Infraestrutura da Usiminas, Rinaldo Machado, afirmou que um dos objetivos dos grandes recursos aplicados nas instalações da empresa é atender a crescente demanda de aços para dutos para exploração e transporte de petróleo e gás com características ácidas.

Como a empresa está se estruturando para atender o mercado de óleo e gás?

Em 2011 a Usiminas concluiu um dos seus principais investimentos com foco nos mercados naval e de óleo e gás. Inédita na siderurgia brasileira, a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas, chamada CLC(Continuous on-Line Control), foi instalada na linha de produção da usina de Ipatinga (MG). O equipamento permite a produção de uma nova família de aço com alto valor agregado, chamada Sincron, com características e desempenho diferenciados para atender às demandas do pré-sal. Desenvolvidos em parceria com a Nippon Steel, os aços Sincron tem potencial de mercado de 500 mil toneladas anuais de chapas grossas e permitem ganhos de eficiência na linha de produção do cliente, aumentando a competitividade do produto final.

Além da tecnologia CLC, houve investimento em novas instalações?

Sim. Também com o objetivo de atender ao exigente mercado de óleo e gás, entrou em operação em março do ano passado o novo Laminador de Tiras a Quente (LTQ), na Usina de Cubatão (SP). O equipamento é um dos mais modernos do mundo, com capacidade produtiva de 2,3 milhões de toneladas/ano de aços laminados a quente, e permitiu à empresa aumentar sua oferta de produtos voltados a mercados de maior valor agregado, como a indústria de óleo e gás, além de autopeças, máquinas e equipamentos industriais e construção civil.

Quanto já foi investido em materiais voltados para o setor?

A Usiminas passou, nos últimos cinco anos, por um ciclo de investimentos de mais de R$ 11 bilhões focado na modernização de suas linhas de produção e no aumento do valor agregado de seus produtos. Isso permite à empresa ofertar um portfólio ainda mais competitivo e com alto conteúdo tecnológico, de modo a integrar valor aos seus clientes. Entre os projetos concluídos, destacam-se os dois já citados que são a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas (CLC), com investimentos da ordem de R$ 539 milhões, e o novo Laminador de Tiras a Quente (LTQ), que recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões.

Quais são os desafios da empresa para atender ao segmento?

Nosso principal desafio é garantir a integridade estrutural dos produtos que fornecemos para esse mercado, o que é possível com o domínio das novas tecnologias, que permitem a produção de chapas de alta resistência mecânica, com elevada espessura e excelente soldabilidade. Outro desafio é atender a crescente demanda de aços para dutos (line pipe) para exploração e transporte de gás e petróleo com características ácidas(sour service). Para atendimento a esta característica, é necessária uma elevada capacitação tecnológica, em termos de aciaria e processamento termomecânico, que poucas siderúrgicas no mundo apresentam.

O que a empresa está desenvolvendo de novo para ser utilizado na área?

A entrada em operação do CLC permitiu à Usiminas desenvolver chapas grossas de alta resistência mecânica e elevada tenacidade, com excelentes características de soldabilidade. Por ser mais fácil de soldar que as chapas grossas convencionais, o aço Sincron proporciona ao cliente ganhos de produtividade, pois ele precisará de menos tempo de soldagem, com a possibilidade de utilização de aportes de calor mais elevados e eliminação da etapa de pré-aquecimento. A facilidade e confiabilidade da solda são requisitos essenciais para os mercados de óleo e gás e naval, nos quais os produtos finais (oleodutos, plataformas, cascos de navios etc.) normalmente resultam da solda de chapas grossas em tubos ou grandes estruturas. A linha Sincron também poderá atender a outros mercados, como construção civil e máquinas e equipamentos.

Quais foram os ganhos com o novo Laminador de Tiras a Quente (LTQ)?

O novo LTQ traz inovações tecnológicas que garantem a homogeneidade de propriedades mecânicas e a uniformidade dimensional das bobinas laminadas. O equipamento é capaz de produzir bobinas com dimensões inéditas no país, que podem atender, por exemplo, a fabricação de tubos de 24 polegadas de diâmetro e em espessuras de até ¾ polegadas.  O LTQ permite a produção, entre outros produtos, de aços da linha de dutos (line pipe), até o grau X80, empregados para o transporte de óleo e gás e linha OCTG (Oil Country Tubular Goods) usados na exploração de jazidas ou poços. O equipamento também está habilitado a produzir os mais avançados tipos de aço, como alta resistência baixa liga (ARBL), baixo, médio e alto carbono, Dual Phase, Longarinas, rodas e estruturais de ultra-alta resistência.

O pré-sal gerou a necessidade de novos tipos de produtos? Quais e com que especificações?

O pré-sal tem demandas especificas que exigem produção de chapas de alta resistência mecânica e com espessura superior, em muitos casos com resistência ao serviço ácido. Hoje a Usiminas produz chapas grossas via tecnologia CLC que atendem as especificações API para aplicações sweet service (com características não-ácidas) e sour service (com características ácidas).

Quais são as maiores demandas do segmento?

As principais demandas do mercado de óleo e gás são aços de alto conteúdo tecnológico, que a Usiminas fornece principalmente a partir desses dois investimentos. Para termos uma ideia, desde a implantação da tecnologia de resfriamento acelerado, em 2010, a Usiminas vendeu cerca de 40 mil toneladas de chapas grossas produzidas via CLC e, deste total, mais de 23 mil toneladas são chapas com espessuras acima de 17,00 mm, em sua maioria destinada para condições de trabalho severas. Desde a inauguração do novo Laminador de Tiras a Quente, a Usiminas vendeu cerca de 30.000 toneladas de bobinas para a aplicação em tubos de grande diâmetro e que atendem as especificações API.

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