USINA DO REINO UNIDO PODERÁ IMPULSIONAR NOVOS PROJETOS NUCLEARES NA UNIÃO EUROPEIA

A diretora-geral da World Nuclear Association, Agneta Rising (foto), disse que o anúncio da construção da usina de £ 16 bilhões no Reino Unido conduz o país à tendência global de investimento em energia limpa, confiável e economicamente viável. “A iniciativa coloca a geração nuclear junto com outras fontes de geração limpa em um mecanismo de mercado chamado ‘Contrato por Diferença’, que faz parte da pioneira reforma do governo britânico no mercado de energia”, explicou, acrescentando que esse incentivo é inovador no sentido de descarbonizar o sistema energético em um ambiente desregulado. “A decisão será positiva para todos os novos projetos nucleares na União Europeia e em mercados similares”, concluiu.

A empresa responsável pela construção da unidade geradora será a EDF. Para ter seu projeto aprovado, o Reino Unido concordou em modificar os termos de financiamento do projeto, como na questão da carga sobre os contribuintes britânicos, de acordo com a Comissão Europeia. As alterações acordadas vão cortar o subsídio em mais de £ 1 bilhão. O plano é substituir um quinto das antigas térmicas do país por nucleares com tecnologia de ponta. Atualmente, a fonte nuclear corresponde a 20% da geração total do país e 11% da eletricidade no mundo.

No Brasil, apesar da clara necessidade de reforçar a segurança energética, o governo ainda não deu passos firmes para o desenvolvimento de novas usinas. A Abdan, que representa as empresas do setor nuclear no país, apresentou recentemente aos candidatos a presidente um estudo da FGV apontando as deficiências energéticas nacionais, em que são indicados três cenários, com a demanda por uma série de novas usinas no país. No cenário mais conservador, seriam construídas quatro novas unidades até 2040, enquanto no mais avançado seriam desenvolvidas 23 novas usinas.