SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE BENEFÍCIOS DA ENERGIA NUCLEAR ENTRA EM ETAPA FINAL DE INSCRIÇÕES

Na semana em que o setor nuclear celebra os 50 anos do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, a indústria se prepara para um importante encontro que movimentará o segmento: o seminário “The World Nuclear Industry Today”, entre os dias 19 e 23 de março, no Rio de Janeiro. O evento, cujo período de inscrições está entrado em reta final, dará um destaque especial para o uso social da energia nuclear, com diversas palestras destacando os benefícios que podem ser extraídos a partir do aproveitamento pacífico da fonte. “A cadeia produtiva de tecnologia nuclear social demanda mais organização. Hoje, temos mais de 400 empresas que militam nesse segmento, desde clínicas até empresas que fazem tratamento de obras de arte”, explicou o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, em recente entrevista ao Petronotícias.

O Brasil, como se sabe, está desenvolvendo o seu Reator Multipropósito (RMB). A Amazul e a argentina INVAP estão desenvolvendo o projeto detalhado, que deverá movimentar recursos estimados em R$ 150 milhões, segundo o diretor-presidente da empresa brasileira, Ney Zanella dos Santos. “O Brasil importa da França, Rússia e África do Sul radioisótopos, insumo para a produção dos radiofármacos, que são repassados a clínicas e hospitais”, detalhou o executivo. Com o RMB, contudo, o País se tornará autossuficiente na produção de substâncias utilizadas no tratamento e diagnóstico do câncer. “Mas não é só a área de saúde que será beneficiada pela construção do RMB, pois as aplicações dos radioisótopos se estendem à indústria, ao meio ambiente e à agricultura, por meio de traçadores nucleares. Além disso, o empreendimento desenvolve capacidade nacional para testar e qualificar materiais e combustíveis nucleares, e amplia conhecimento e segurança em projetos de reatores de potência, que podem ser usados seja para geração de energia, seja para propulsão naval”, acrescentou Zanella .

O seminário internacional é fruto de uma parceria da World Nuclear Association (WNA) e da ABDAN e o objetivo é investir na ampliação do conhecimento sobre as tendências e oportunidades dentro da indústria. Para participar do encontro, basta acessar este link, onde é possível encontrar também a agenda completa de apresentações e atividades. Uma das muitas palestras que vão compor o encontro tratará sobre o modelo econômico de Angra 3, cujas obras estão paradas desde 2015. A continuidade das obras da usina não trará apenas vantagens para o sistema elétrico brasileiro, com geração limpa e firme para nossa matriz, mas também beneficiará outras empresas da cadeia. “Ao finalizar Angra 3, nós tornamos a INB praticamente sustentável em termos financeiros. Ela conseguirá manter sua linha de produção em um nível economicamente viável”, explicou Celso Cunha.

Finalizando a intensa agendas de atividades e palestras do evento, duas visitas técnicas especiais vão levar os participantes à Eletronuclear, em Angra (RJ) ou à INB, em Resende (RJ), no dia 22 de março. Já no dia 23, a comitiva visitará o Estaleiro de construção do Complexo Naval de Itaguaí.