VALE CEDE À PRESSÃO DE FRETADORES CHINESES

Depois de a Associação de Proprietários de Navios da China ter reclamado da frota que a Vale vinha preparando para fazer o transporte entre a sua produção de minério de ferro e os países asiáticos, a empresa brasileira agora está negociando a venda ou o arrendamento de 19 navios de carga que haviam sido encomendados em estaleiros chineses e coreanos.

Quando a crise de 2008 abateu o mundo, o preço do frete, realizado majoritariamente por companhias chinesas, atingiu valores muito altos, chegando ao pico de US$ 105 por tonelada transportada. Foi o suficiente para a Vale tomar a decisão de encomendar seus próprios navios e não mais depender dos caprichos do mercado mundial.

Foram feitas as encomendas por US$ 2,348 bilhões em 2009, sendo que 12 navios seriam produzidos no estaleiro Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries, na China, por US$ 1,6 bilhão, e sete deles ficariam com o estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, da Coreia do Sul, por US$ 748 milhões. Todos teriam capacidade para 400 mil toneladas e seriam entregues até 2013.

O primeiro deles chegou ao país em maio deste ano, quando se juntou à frota que já pertencia à empresa, de 16 navios com a mesma capacidade. Porém, após a Associação chinesa taxar o passo da Vale de “tentativa de monopólio”, a nova postura da companhia foi a de recuo, anunciando que deve vender ou arrendar os navios que fazem parte das 19 encomendas para armadores chineses.