VEELA LANÇARÁ TECNOLOGIA DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA COM FOCO NO SETOR INDUSTRIAL
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Mirando nos clientes da indústria e do comércio, a empresa Veela Energia está se preparando para lançar uma tecnologia que visa trazer economia nos gastos de eletricidade. A companhia está desenvolvendo um sistema de armazenamento de energia, que pode ser recarregado de diferentes formas. O preço da energia para a indústria varia conforme o período do dia e a proposta é recarregar o equipamento de armazenamento durante o intervalo em que a tarifa estiver menor. O diretor da Veela, Douglas Malouf, disse que o produto está em fase final de desenvolvimento. A meta é que a tecnologia esteja testada e certificada até meados de 2017. O executivo também explicou que o sistema poderá ajudar na estabilização de fontes intermitentes, como a solar e a eólica, cuja produção varia ao longo do dia por questões inerentes a estes tipos de energia. Malouf revelou ainda que algumas empresas distribuidoras já estão em negociação com a Veela para adquirir a tecnologia para subestações.
Quando a empresa foi criada e qual o foco de atuação?
A Veela foi criada na oportunidade que a Aneel deixou em 2012, quando entrou em vigor a resolução sobre geração distribuída. Naquele momento, fizemos estudos em função das tarifas e chegamos à conclusão de que aplicações industriais não seriam vantajosas para o uso da solar naquele momento. Aí a gente começou a estudar como poderíamos viabilizar o uso de sistema de geração própria nesse tipo de cliente, o industrial, visto que eles têm uma característica em sua tarifa. Os preços têm valores diferentes ao longo do dia. A gente gostaria de usar a solar nesse período de tarifa mais cara. Então nós pensamos em transferir o consumo gerado numa tarifa mais barata para ser usado num horário onde a tarifa é mais cara. Foi aí que a gente estudou o armazenamento de energia com tecnologias novas. A mais adequada era a de células baseadas em lítio. O seu peso, sua durabilidade e sua segurança são maiores. Essa tecnologia precisa de um circuito eletrônico que fique monitorando célula por célula. Essa tecnologia de armazenamento veio também como uma solução para a questão de estabilização de fontes de energias intermitentes, como a eólica e a solar.
Como está a questão da regulação desta tecnologia?
Não temos até hoje uma regulação de como o parque eólico deveria ser acoplado ao sistema de armazenamento. A Aneel fez um workshop chamando agentes do setor para contribuir com um projeto de pesquisa e desenvolvimento estratégico. A Aneel deu tópicos técnicos e comerciais para que esses agentes contribuíssem, a fim de criar uma massa crítica para regular a inserção dessa tecnologia. O processo está andando. Nos Estados Unidos, por exemplo, um parque de 100 MW, por exemplo, tem de 15 MW a 30 MW de energia armazenada. É uma coisa obrigatória lá fora. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está sentindo que a gente vai precisar caminhar nesse sentido. Nos parques que temos, grande parte na região Nordeste, existe muito vulnerabilidade em relação ao vento.
De que forma o equipamento é operado e recarregado?
Nós optamos por buscar fornecedores da célula de lítio: japoneses, coreanos e chineses. Nosso equipamento tem até 1.920 células e consigo monitorar o funcionamento de cada uma. Fazemos a gestão do sistema como um todo para que ele seja autossuficiente. A recarga pode ser feita por energia solar, por gerador a diesel ou até mesmo pela rede elétrica. Essa é a vantagem, porque podemos fazer a recarga quando a tarifa for menor e usar esta energia armazenada num horário em que a energia custa mais caro.
Em que fase está o desenvolvimento da tecnologia?
Nós estamos finalizando o desenvolvimento do produto. Agora faltam as certificações dos equipamentos para colocar em comercialização. Nossa meta é que em meados do ano que vem esteja certificado e testado.
Que tipos de clientes a Veela está buscando?
O foco, no primeiro momento, é a indústria e o comércio, por causa da tarifa diferenciada. A gente também teve contato com clientes menores e que sofrem com falta de energia. Uma das vantagens do nosso produto é que, comparado com gerador a diesel, ele é menor, não emite gases, não faz barulho, não precisa de combustível e nem de autorização ambiental para guardar combustível. A Veela está ainda em negociação com algumas distribuidoras, para que utilizem a tecnologia em subestações.
sensacional!!!
Quais as diferenças de custo comparando a tecnologia do Lítio e os geradores convencionais?