VENCEDORES DAS OLIMPÍADAS NUCLEARES BRASILEIRAS APRESENTAM PROJETOS PARA AGILIZAR OBRAS DE USINAS E AMPLIAR SUSTENTABILIDADE | Petronotícias




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VENCEDORES DAS OLIMPÍADAS NUCLEARES BRASILEIRAS APRESENTAM PROJETOS PARA AGILIZAR OBRAS DE USINAS E AMPLIAR SUSTENTABILIDADE

hq720Cada vez mais, as Olimpíadas Nucleares Brasileiras ganham corpo e importância dentro do setor nuclear. A competição é realizada pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) e, na edição deste ano, registrou um recorde de 78 candidatos de 29 universidades, espalhados por oito estados e o Distrito Federal. Promovendo a interação entre representantes da indústria, reguladores, academia e outros stakeholders, o evento oferece aos estudantes a oportunidade de trabalhar em soluções práticas e inovadoras para problemas reais, criando as bases para um ecossistema nuclear no país. A direção da competição, mais uma vez, ficou nas mãos da conselheira da ABDAN, Patricia Wieland (foto), e da engenheira nuclear da Framatome, Eliene Silva. Os grupos vencedores desta edição foram NucleAtech, Nêutrons Politérmicos e ANVerde, que propuseram soluções para acelerar a construção de usinas nucleares, ampliar o acesso à radioterapia e aumentar a sustentabilidade dos projetos de mineração de urânio. As soluções vencedoras serão incubadas no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (CIETEC), e os alunos terão a chance de realizar visitas técnicas e imersões no setor. “Com o apoio de mentores de altíssimo nível, eles trabalham em problemas reais, o que contribui enormemente para o início de suas carreiras. Esse formato funciona como um trampolim para os novos talentos, ajudando-os a entrar no mercado com mais confiança e experiência”, afirmou Patricia Wieland. Os grupos vencedores serão homenageados no evento Nuclear Legacy, organizado pela ABDAN, nos dias 5 e 6 de novembro.

Poderia explicar aos nossos leitores como é o formato da competição?

Abertura das Olimpíadas Nucleares Brasileiras, em abril

Abertura das Olimpíadas Nucleares Brasileiras, em abril

As Olimpíadas Nucleares Brasileiras têm uma duração de 8 meses, visando impulsionar a indústria nuclear ao promover a interação entre representantes da indústria, reguladores, academia e outros stakeholders. Ela cria as bases para um ecossistema nuclear com resultados importantes para o Brasil. A ideia é atrair jovens motivados e com potencial para serem os futuros gestores de projetos complexos na área nuclear.

Os alunos se reuniram em grupos heterogêneos, com participantes de diferentes especialidades, faculdades e estados. Eles tiveram que trabalhar com pessoas que não conheciam, até formar uma equipe coesa, entender o desafio, trabalhar com mentores e compor a solução final. Em 2024, um número recorde de universidades participa desse desafio, com um total de 78 candidatos elegíveis de 29 universidades, distribuídos em oito estados e no Distrito Federal. Os vencedores terão acesso gratuito à fase inicial de incubação de suas soluções inovadoras no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (CIETEC), além de visitas técnicas.

Como foi o processo de seleção dos vencedores?

No dia 23 de setembro, cada equipe apresentou um artigo escrito e um vídeo-pitch explicando sua solução inovadora. Um painel composto por cinco especialistas de alto nível para cada tema analisou os artigos de acordo com critérios estabelecidos. A premiação será apresentada durante o Nuclear Legacy da ABDAN em novembro. Estamos confiantes de que os participantes dessa competição se destacaram em diversos aspectos. Eles estão em uma corrida por crescimento, e nós os acompanhamos nessa jornada de aprendizado e transformação para se prepararem para uma carreira na indústria nuclear.

No tema de energia, quais foram os principais desafios apresentados para os alunos e como a equipe vencedora se destacou em suas soluções?

angraNo tema de energia, os alunos foram desafiados a pensar em maneiras de acelerar a construção de usinas nucleares, que tradicionalmente enfrentam prazos longos e custos elevados. A equipe vencedora, o grupo NucleAtech, apresentou o projeto Aureum, com uma comparação entre o método tradicional de construção e a adoção de tecnologias disruptivas de modelagem e simulação avançada, além de práticas de sucesso do mercado de construção civil. Eles conseguiram demonstrar que seria possível reduzir o tempo de construção de 6,5 para 5 anos e os custos de 7.400 USD/kWe para 6.018 USD/kWe, tornando a energia nuclear mais competitiva e atraente. A proposta, inclusive, foi muito elogiada pelos jurados. 

E como foi o resultado no tema de medicina nuclear?

Na categoria de medicina nuclear, o desafio proposto foi a melhoria do acesso ao tratamento de radioterapia no Brasil, que enfrenta sérios problemas de desigualdade regional e logística. A equipe vencedora, o grupo Neutrons Politécnicos, apresentou a plataforma NPOLI, uma solução inovadora que busca otimizar o agendamento de consultas e sessões de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS).

A plataforma se integra aos sistemas de regulação de saúde existentes, facilitando o acesso ao tratamento e promovendo uma comunicação mais eficiente com os pacientes. Além disso, ela otimiza o uso de recursos hospitalares, reduz o tempo de espera e melhora a eficiência dos centros de radioterapia. O projeto está no estágio de desenvolvimento de Produto Mínimo Viável e apresenta viabilidade econômica, com potencial de escalabilidade, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Por fim, qual foi o grupo vencedor na categoria sustentabilidade?

URANIONa categoria de sustentabilidade, o desafio focou na questão da drenagem ácida de minas (DAM), um problema ambiental sério em áreas de mineração, que pode comprometer a qualidade ambiental e a saúde pública. A equipe vencedora, o grupo Anverde, propôs uma estação de tratamento móvel para a DAM, com foco na recuperação de urânio e no uso da água tratada para fins industriais.

O sistema proposto inclui diversas etapas de tratamento, como precipitação com lama de cal de carbureto, decantação, filtração, peneira molecular e biossorção com microalgas, que ajustam o pH da DAM, tratam o efluente e removem metais pesados. Além de mitigar os impactos ambientais, o projeto contribui para a segurança energética do Brasil, oferecendo uma solução sustentável para a recuperação de urânio em minas descomissionadas e ativas.

Qual o principal diferencial dessas Olimpíadas Nucleares para esses jovens talentos?

REATORO principal diferencial das Olimpíadas Nucleares é que elas preparam os alunos diretamente para o mercado de trabalho. Ao invés de se limitarem a exercícios acadêmicos, os estudantes são desafiados a encontrar soluções práticas para o desenvolvimento do país. Com o apoio de mentores de altíssimo nível, eles trabalham em problemas reais, o que contribui enormemente para o início de suas carreiras. Esse formato funciona como um trampolim para os novos talentos, ajudando-os a entrar no mercado com mais confiança e experiência.

Olhando para o futuro, quais são os planos para as próximas edições?

O número de participantes e os excelentes resultados alcançados nesta edição reforçam o caráter inovador e único das Olimpíadas Nucleares. Contudo, para que a competição continue evoluindo e alcance seu verdadeiro potencial, um dos nossos grandes desafios para as próximas edições será garantir o suporte de agências financiadoras e mais parceiros estratégicos. Esse apoio será crucial para expandir a estrutura e os recursos da competição, permitindo que mais alunos tenham acesso a essa experiência. Queremos ampliar o impacto das Olimpíadas em termos de alcance e proporcionar ainda mais oportunidades para o desenvolvimento dos jovens talentos, preparando-os para o mercado de trabalho e para os desafios da indústria nuclear.

Veja abaixo a composição das equipes vencedoras desta edição:

Tema: Energia
Equipe vencedora: NucleAtech
Participantes: Amanda Freire da Silva (Anhanguera São Bernardo do Campo), Andressa Justino Novaes dos Santos (Uninter Centro Universitário Internacional), Denise Machado Silva (Universidade Federal do ABC), Duvan Alejandro Castellanos Gonzalez (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), Ricardo Masaharu Ideguchi Junior (USP ESALQ) e Samuel Meireles dos Santos (Instituto Federal de São Paulo)

Tema: Medicina
Equipe vencedora: Nêutrons Politérmicos
Participantes: Álvaro Sant’Anna Ferreira Neto (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), Enzo Yamamoto (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), João Pedro Oliveira Glóder Prado (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), Luana Gomes da Silva (Universidade de São Paulo) e Thais Kaori Yazawa Ito (Universidade de São Paulo)

Tema: Sustentabilidade
Equipe vencedora: ANVerde
Participantes: Arthur de Souza Oliveira (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Danielle Carvalho dos Santos (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Julia Barbosa Palhares (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Marcela Rabelo de Lima (Instituto Militar de Engenharia) e Pedro Carvalho Nogueira (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)

Coordenadoras: Jadna M. S. Mendes, Isabella R. Magalhães e Otto Haubrich
Mentores: Leonam dos Santos, Karla Lepetitgaland, Leonardo Dalaqua Junior, Cledola Cassia Tello, Paula Lima, Luciana Carvalheira e Silvia Maria Velasques

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