VENEZUELA NÃO TEM MERCADO PARA VENDER SEU PETRÓLEO E SITUAÇÃO AGRAVA-SE A CADA DIA
Os dias do ditador Nicolás Maduro na Venezuela parecem contados. Sem apoio internacional não terá muito tempo o apoio que precisa. E o pior que ele parece não enxergar ou não querer enxergar o que é óbvio para o mundo: a população não tem como se sustentar. A inflação passa de 1 milhão por cento, mas prefere colocar a responsabilidade nos americanos. Enquanto os militares corruptos de alta patente continuarem a sustenta-lo, o ditador vai se mantendo aos trancos e barrancos. Mas muito mais para os barrancos. Hoje o jornal O Estado de São Paulo traz mais uma grave denúncia contra o governo de Maduro envolvendo propinas pagas pela Odebrecht.
Delações e documentos reunidos no Brasil e na Venezuela indicam que a construtora brasileira Odebrecht pagou mais de R$ 630 milhões em propinas e financiamentos ilegais de campanhas venezuelanas em oito anos. Os valores são quase o dobro do mencionado no acordo entre a Odebrecht e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Em 2016, os pagamentos de propina da construtora na Venezuela eram estimados em US$ 98 milhões. Autoridades da Venezuela que conduziram a fase inicial das investigações sobre a Odebrecht suspeitam que os pagamentos da construtora brasileira tenham, portanto, sido superiores ao que a empresa admitiu à Justiça americana. Apenas para a campanha presidencial de Nicolás Maduro, mais de R$ 110 milhões foram destinados pela construtora. Em troca, a empresa brasileira foi favorecida em mais de uma dezena de contratos públicos entre 2006 e 2014.
As exportações de petróleo da Venezuela estão caindo rapidamente. As novas sanções impostas pelos EUA estão colocando o setor petroleiro do país mais perto de um colapso e ameaçam provocar um impacto sobre os mercados globais maior do que o esperado. Os estoques de petróleo da Venezuela estão crescendo porque não há mercado para os venezuelanos. Há muitas dificuldades para achar compradores, a única fonte real de recursos do seu governo. As restrições impostas pelos EUA, que visam redirecionar a receita obtida com o petróleo para o líder oposicionista Juan Guaidó, estão tornando difícil para regime de Maduro garantir o pagamento pelo petróleo. A produção também está caindo por causa de problemas trabalhistas, que incluem o abandono em massa do emprego por trabalhadores que lutam para sobreviver à hiperinflação e aos salários atrasados, e também pela falta de derivados de petróleo importados, dos quais a Venezuela precisa para diluir seu petróleo pesado e bombeá-lo pelos oleodutos para os terminais de exportação.
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