VITÓRIA DE RENAN DEVE FORÇAR GRAÇA A ACEITAR SERGIO MACHADO DE VOLTA À TRANSPETRO

A reeleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado, somada à vitória de Eduardo Cunha na Câmara, criou uma configuração no jogo dos poderes que deve estar deixando Sergio Machado com sorriso de orelha a orelha. Se até o mês passado sua volta ao comando da Transpetro era motivo de muitas incertezas, agora suas probabilidades aumentaram enormemente.

A presidente Dilma Rousseff amargou uma grande derrota na Câmara, ao tentar eleger Arlindo Chinaglia, e agora terá que atender a pedidos de Renan para não perder totalmente a força no Congresso Nacional. Um deles, que custará caro à presidente da Petrobrás, Graça Foster, será o retorno de Sergio Machado à presidência da Transpetro.

Graça tenta há anos tirá-lo da liderança da subsidiária, mas nunca tinha conseguido, sendo o único que ela quis e não conseguiu mudar, devido à força do apoio de Renan Calheiros. Com os escândalos revelados pela Operação Lava Jato, incluindo o depoimento do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que acusou Machado de receber R$ 500 mil em propina, tinha surgido a chance para Graça conseguir o que queria, mas agora essa possibilidade parece ter se afastado de novo.

Quando viu seu nome entre as citações, Machado logo veio a público negando as acusações e dizendo que iria processar Paulo Roberto. Mas não foi o suficiente para que conseguisse se manter no cargo, que não ocupa, mas também não perdeu.

Quando a auditoria PWC se recusou a assinar o balanço caso ali constasse o nome dele, foi obrigado a se licenciar do posto. Desde então, a licença já foi renovada três vezes, com o prazo mais recente em vigor até 20 de março.

Ainda falta a publicação do balanço auditado da Petrobrás, o que não deve acontecer enquanto a empresa não definir qual foi o tamanho do rombo com os desvios e a corrupção, mas até lá Machado não deve ficar mais tão aflito. A reeleição de Renan Calheiros, por enquanto, é a melhor defesa que ele poderia conseguir.