VIVENDO SEU MELHOR MOMENTO NO BRASIL, CLADTEK CHEGA PERTO DE FATURAMENTO DE R$ 1 BILHÃO E EXPANDE PORTFÓLIO DE PRODUTOS
A multinacional Cladtek celebra o crescimento conquistado no Brasil. Desde que iniciou operações no país, em 2011, a empresa passou de menos de 20 funcionários para mais de 800, ampliando sua presença e capacidade produtiva. O faturamento também registrou salto expressivo, aproximando-se de R$ 1 bilhão neste ano, com previsão de ultrapassar esse patamar em 2026. “Estamos na nossa melhor fase desde que chegamos ao Brasil. Hoje, o país desempenha um papel impressionante nas operações da Cladtek: representa 60% do faturamento global do grupo, enquanto anteriormente nunca tínhamos passado de 40%”, afirmou o vice-presidente sênior de Engenharia Global, Projetos e Região das Américas, Eduardo Menezes. Presente na OTC Brasil 2025, a Cladtek aproveita o evento para apresentar duas novidades: o Mechanically Lined Tubulars (MLT) para aplicações downhole (abaixo da superfície) e o conector para Mechanically Lined Pipes (MLP). Segundo a empresa, o desenvolvimento desses produtos reflete seu DNA de pesquisa e desenvolvimento e seu compromisso com sustentabilidade. “Não nos concentramos apenas em óleo e gás, embora seja nosso principal mercado, mas acompanhamos as transformações do setor. O CCUS e a energia geotérmica são os próximos mercados nos quais a Cladtek está se desenvolvendo”, acrescentou o diretor de Vendas da Região das Américas, Daniel Werneck.
Quais são as novidades e soluções que a Cladtek está apresentando na feira?
Eduardo – Estamos apresentando dois novos produtos. O primeiro é o MLT, voltado para aplicações downhole. Ele é uma versão do MLP que já produzimos, mas adaptado para esse tipo de uso abaixo da superfície. É uma solução bastante inovadora, que pode gerar uma economia significativa para os operadores em toda a fase de perfuração.
A segunda novidade é o conector para MLP (sigla para tubo revestido mecanicamente), desenvolvido para facilitar o processo de instalação. Ele oferece mais flexibilidade ao operador, que deixa de depender de uma frota limitada de navios disponível hoje para esse tipo de operação. Com isso, abrimos um novo mercado: a instalação se torna mais rápida, mais barata e contribui para antecipar a chegada do primeiro óleo.
Quais são os principais diferenciais dessas novidades?
Daniel – No caso do conector, ele traz ganhos operacionais e de custo bastante significativos. Em primeiro lugar, há uma maior disponibilidade de navios no mercado, o que dá às operadoras muito mais opções e flexibilidade para realizar as instalações. Além disso, o sistema reduz a necessidade de soldagem offshore, um processo que é demorado e envolve riscos.
Já o MLT é similar ao MLP (Mechanically Lined Pipe), mas voltado para aplicações downhole, ou seja, abaixo da superfície. Muitas vezes, o óleo ou o gás — tanto de injeção quanto de extração — contêm agentes corrosivos e contaminantes que o aço carbono não suporta. Normalmente, seria necessário recorrer a materiais nobres, como tubulações de duplex ou super duplex. Nossa solução surge como um meio-termo: a parte externa é de aço carbono e a interna é de Inconel ou outras ligas, o que reduz significativamente o custo dos projetos sem comprometer a confiabilidade.
Quais as perspectivas dessas novas tecnologias, especificamente para o setor offshore?
Eduardo – As duas tecnologias estão em fase de qualificação. Já realizamos nossos testes internos e todos foram aprovados. No caso do MLT, fizemos uma qualificação completa para aplicação em geotérmica, que é muito semelhante à aplicação downhole. Agora, estamos buscando conduzir o processo de qualificação em conjunto com os operadores. Eu diria que será uma jornada de cerca de dois anos até termos esses produtos totalmente qualificados. Ou seja, temos a expectativa que entre o final de 2027 e o início de 2028 devemos concluir essa etapa.
Poderiam atualizar nossos leitores sobre a execução dos contratos para os projetos Búzios 10 e HISEP?
Daniel – No projeto HISEP de Mero 3, já estamos produzindo os tubos para a TechnipFMC. Forneceremos a tubulação e as curvas cladeadas para a montagem dos equipamentos que serão instalados para a Petrobras. O HISEP é um projeto de grande porte, que deve ocupar todo o próximo ano. É uma iniciativa inovadora da Petrobras, e estamos muito satisfeitos em fazer parte deste projeto.
Eduardo – Além disso, na linha de MLP, nossa fábrica está com alta demanda por conta do contrato com a Allseas para Búzios 10. O escopo prevê cerca de 135 quilômetros de tubos, e a produção deve ser concluída até meados do próximo ano. Temos ainda outro projeto em negociação — o Atapu — que estamos discutindo com a Allseas. Ainda não foi fechado, mas as perspectivas são muito positivas. Considerando esse conjunto de projetos, tanto na área de weld overlay quanto de MLP, nossa fábrica deve continuar operando em plena capacidade até o final de 2027.
Qual é a capacidade atual da fábrica da empresa no Brasil? Há planos de expansão?
Daniel – Recentemente, realizamos um grande investimento na fábrica, ampliando nosso efetivo. Hoje contamos com mais de 800 funcionários próprios, 100% brasileiros. Nos últimos dois anos, investimos mais de R$ 50 milhões em expansões, aumentando a produtividade para atender aos contratos atuais e aos próximos projetos. Nossa fábrica fica em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e a maioria dos colaboradores é de Itaguaí, Santa Cruz e Campo Grande, fomentando a economia local. Temos um compromisso forte com o Brasil e com o Rio de Janeiro.
Eduardo – Além disso, estamos programando o recebimento de novas máquinas de weld overlay para fevereiro do próximo ano, o que ampliará ainda mais nossa capacidade produtiva. Também estamos elaborando um plano de CAPEX para aprovação do board, visando aumentar a capacidade de estocagem de tubos e melhorar a logística ao redor da fábrica, não apenas internamente. Esse processo já está em andamento, e tenho convicção de que esses investimentos serão aprovados.
Como vê o papel do Brasil nas operações globais da companhia?
Eduardo – Estamos na nossa melhor fase desde que chegamos ao Brasil. Hoje, o país desempenha um papel impressionante nas operações da Cladtek: representa 60% do faturamento global do grupo, enquanto anteriormente nunca tínhamos passado de 40%.
A Cladtek iniciou suas operações no Brasil em 2011. No primeiro ano, faturamos cerca de R$ 500 mil; este ano, estamos próximos de R$ 1 bilhão, e no próximo ano devemos ultrapassar essa marca. Por muito tempo, tivemos menos de 20 pessoas no país; hoje, somos mais de 800.
Esse crescimento é resultado do apoio que temos recebido em termos de conteúdo local e da valorização da indústria nacional, que têm impulsionado significativamente nossas operações. Por isso, estamos aumentando nossa capacidade produtiva no país, acreditando nesse movimento de fortalecimento do conteúdo local.
Isso demonstra uma via de mão dupla: a empresa apostando no Brasil e o Brasil apostando na empresa. Estamos gerando empregos e contribuindo para o crescimento do país.
A empresa também olha para outras oportunidades além do setor de óleo e gás?
Daniel – O que sempre gosto de destacar é o DNA de pesquisa e desenvolvimento da Cladtek. Ao falarmos desses novos produtos e mercados, queremos mostrar que esse é o nosso diferencial. Temos também um forte DNA de sustentabilidade: não nos concentramos apenas em óleo e gás, embora seja nosso principal mercado, mas acompanhamos as transformações do setor. O CCUS e a energia geotérmica são os próximos mercados nos quais a Cladtek está se desenvolvendo.
Eduardo – A Petrobras tem projetos interessantes em CCUS, e nosso material, especialmente o MLT, se encaixa bem em aplicações de hidrogênio, CCUS e geotérmica. Testamos tubos em campo na Califórnia por mais de seis meses, e todos os testes em laboratório em Houston foram bem sucedidos. Esses resultados estão servindo de base para a qualificação dessa solução junto à Petrobras.
Paralelamente, importante dizer que 60% da produção de MLP é voltada para injeção de CO₂ nas linhas de WAG (injeção de gás alternada com água) utilizadas pela Petrobras, a empresa que mais captura CO₂ no planeta. Nossos tubos desempenham um papel direto nesse processo.

publicada em 30 de outubro de 2025 às 5:00 






