WÄRTISILÄ APOSTA EM CONVERSÃO DE USINAS PARA GÁS NATURAL E VIVE EXPECTATIVA COM O PRÓXIMO LEILÃO DE CAPACIDADE
A Wärtsilä, multinacional finlandesa com mais de três décadas de atuação no Brasil, está intensificando seus esforços para se posicionar como líder na transição energética do país. Com foco na conversão de usinas térmicas movidas a combustíveis líquidos para gás natural, a empresa vê nessa mudança uma oportunidade estratégica diante do aumento da oferta de gás no Brasil, além de um caminho para reduzir o impacto ambiental. Um exemplo emblemático dessa tendência de mercado é a conversão da usina Ponta Negra, em Manaus (AM), realizada recentemente pela companhia. A conversão resultou em uma redução anual de 35 mil toneladas métricas de CO2 – o que equivale às emissões de 7,6 mil carros. “Existe um pipeline muito grande de usinas a combustível líquido no Brasil, e em algum momento elas podem ser convertidas. Os nossos clientes já estão conversando conosco sobre essa possibilidade e aguardando o momento certo para tomar essa decisão”, disse o Diretor-Geral da Wärtsilä Brasil, Jorge Alcaide. Além disso, a Wärtsilä está otimista com o próximo leilão de capacidade, embora ainda não haja uma data definida para a realização do certame. “Nosso time da área de energia está trabalhando de alguma forma para aumentar a competitividade dos projetos. Nosso objetivo é fornecer energia com a qualidade necessária e com competitividade, para que os projetos que tenham a Wärtsilä como fornecedora sejam vencedores no leilão”, detalhou.
Para começar, seria interessante falar um pouco sobre como a empresa está posicionando-se frente à demanda do mercado marítimo por soluções de baixo carbono.
Atualmente, o foco global é a descarbonização, e estamos trazendo opções de motores movidos a etanol e metanol para o mercado marítimo. No Brasil, isso faz muito sentido, já que somos um dos maiores produtores de etanol. Os clientes já estão olhando para isso com um certo interesse, abrindo canais de comunicação conosco para discussões nessa linha. Já temos projetos em andamento com motores que utilizam etanol para auxiliar na propulsão das embarcações.
E quais os desafios para a implementação dessas tecnologias, especialmente no Brasil?
Os desafios aqui no Brasil são muitos, mas não são exclusivos do nosso país. A velocidade das mudanças tecnológicas é enorme, e muitas vezes é difícil acompanhar. Na engenharia, por exemplo, temos que lidar com questões de segurança, meio ambiente, custos, pesquisa e desenvolvimento, entre outros fatores. Ter um controle sobre todas essas variáveis em um prazo curto não é simples. Esse é um desafio para qualquer grande player do setor, não só para nós. É muito difícil acompanhar as mudanças do mundo, principalmente quando se tratam de variáveis técnicas.
Além dos motores movidos a combustíveis renováveis, quais outros projetos estão em foco no Brasil?
No momento, estamos muito focados no próximo leilão de capacidade. Temos uma lista de projetos reais muito interessante, nos quais os clientes estão com as licenças necessárias, CAPEX e apetite para investir. Estamos aguardando o leilão para avançar com esses projetos. Temos muito foco nessa oportunidade, pois se trata de um mercado muito específico da Wärtsilä. Nosso time da área de energia está trabalhando para aumentar a competitividade dos projetos. Nosso objetivo é fornecer energia com a qualidade necessária e com competitividade, para que os projetos que tenham a Wärtsilä como fornecedora sejam vencedores no leilão.
Como a Wärtsilä pode contribuir nesses projetos de energia?
Nós atuamos como fornecedores de EPC (Engenharia, Suprimentos e Construção) para as usinas. Trabalhamos junto com os clientes desde o início do projeto, ajudando nos estudos de viabilidade, escolha do terreno, ponto de conexão e oferecendo uma solução completa de construção, além de operação e manutenção, se o cliente desejar.
A empresa também está ofertando ao mercado a possibilidade de conversão de usinas térmicas de combustível líquido para gás. Poderia falar mais sobre isso?
Todos os motores a óleo da Wärtsilä podem ser convertidos para gás. Essa conversão é tecnicamente viável e, agora, cabe aos proprietários das usinas avaliar o melhor momento para investir nessa mudança. Nós estamos preparados para converter qualquer usina aqui no país.
Existe um pipeline muito grande de usinas a combustível líquido no Brasil e em algum momento elas podem ser convertidas. Os nossos clientes já estão conversando conosco sobre essa possibilidade e aguardando o momento certo para tomar essa decisão.
Com o aumento da oferta de gás natural no Brasil, isso se torna uma solução interessante do ponto de vista ambiental, já que o gás é muito menos agressivo do que o combustível líquido.
Quais são as perspectivas da Wärtsilä para o mercado brasileiro?
O Brasil é uma peça-chave para a Wärtsilä. Estamos aqui há 34 anos, sempre crescendo. Contamos com cerca de 500 funcionários, a maioria focada na indústria offshore e de petróleo. Temos todo o suporte de uma empresa global, com operações em mais de 170 países, e estamos prontos para crescer juntamente com as demandas do mercado brasileiro. Como gosto de dizer, não estamos aqui para férias de verão, estamos aqui para ficar e continuar crescendo.
O grande diferencial da Wärtsilä é a nossa capacidade de dialogar com os clientes. Temos um time excelente, que entende as demandas dos clientes e trabalha junto para encontrar as melhores soluções. Não se trata apenas de vender um produto, mas de criar uma parceria de longo prazo. Temos clientes que estão conosco há 30 anos, e isso faz toda a diferença. Acho que essa capacidade de diálogo e cooperação é um dos nossos maiores pontos fortes.
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