WÄRTSILÄ ENTREGA PRIMEIROS EQUIPAMENTOS FABRICADOS NO BRASIL PARA SONDAS DO PRÉ-SAL NAS PRÓXIMAS SEMANAS | Petronotícias




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WÄRTSILÄ ENTREGA PRIMEIROS EQUIPAMENTOS FABRICADOS NO BRASIL PARA SONDAS DO PRÉ-SAL NAS PRÓXIMAS SEMANAS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Robson Campos, presidente da WartsilaA Wärtsilä inaugurou sua fábrica brasileira em março deste ano, no Rio de Janeiro, depois de investir cerca de € 20 milhões, e agora está prestes a entregar o primeiro lote de equipamentos fabricados na unidade. O presidente da Wärtsilä no Brasil, Robson Campos, conta que nas próximas semanas enviarão seis grupos geradores para Cingapura, onde serão instalados em sondas da Sete Brasil, cuja construção está sendo feita pela Jurong. A segunda leva de equipamentos produzidos na fábrica nacional será referente aos propulsores azimutais, que respondem pelo posicionamento dinâmico das embarcações, para as mesmas sondas, previstos para entrega em julho, na unidade da Jurong em Aracruz, no Espírito Santo. Os dois lotes fazem parte de uma série de encomendas que a empresa tem para a Sete Brasil, incluindo um total de 120 equipamentos até 2018. Ainda assim, Campos ressalta que a fábrica tem capacidade para triplicar a produção atual, caso haja demanda para isso.

No entanto, com a desaceleração do setor de óleo e gás em 2015, o executivo reconhece que este ano a área de energia deve ganhar mais espaço nos negócios da companhia, mas ainda estão à espera da divulgação do plano de negócios da Petrobrás para revisarem a própria estratégia no País. Já em relação ao setor elétrico, onde a empresa atua tanto com o fornecimento de equipamentos quanto com a operação de usinas térmicas, Campos conta que os planos para o futuro incluem a busca de oportunidades em outros tipos de fonte, como hidrelétricas e eólicas.

Como está a atividade na fábrica inaugurada em março?

É uma fábrica multiproduto, e temos encomendas com entregas previstas até 2018 para a Sete Brasil. Os dois produtos principais da unidade são grupos geradores de médio porte, com capacidade de gerar 7,5 MW cada, e propulsores azimutais, os maiores do nosso portfólio, que fazem o posicionamento dinâmico das plataformas. O primeiro lote de grupos geradores já está pronto, testado e pintado.

Quando será entregue?

A entrega dos seis primeiros grupos geradores vai ser nas próximas semanas em Cingapura, onde a Jurong está fazendo as sondas da Sete Brasil. Os primeiros seis propulsores azimutais, que também serão entregues à Jurong, ficam prontos em julho, mas estes já ficarão aqui no Brasil, em Aracruz, no Espírito Santo, onde eles vão terminar a construção das sondas.

A fábrica já está com a capacidade tomada até 2018?

Esses contratos da Sete Brasil têm entregas previstas até 2018, mas não quer dizer que não queiramos mais. Temos espaço para fabricar mais coisa. A unidade é multiproduto, então a capacidade depende do que estamos fazendo exatamente, mas ela consegue fabricar entre 80 e 120 grupos geradores ou propulsores por ano. Ela seria totalmente completa com três turnos de trabalho, mas hoje estamos com um turno só, porque temos 120 no total, para entregar em três anos, o que dá uma média de 40 entregas por ano.

Já fecharam algum novo contrato após a inauguração da fábrica?

Ainda não. Estamos com as encomendas da Sete Brasil, que deram origem à construção da fábrica, mas estamos buscando novos contratos. No entanto, sabemos que a situação do mercado atual não favorece, neste momento, esta intenção.

Como a empresa está vendo o mercado de óleo e gás brasileiro este ano?

Como a gente está acompanhando esse processo já há algum tempo, acho que estamos numa fase em que a curva de inflexão vai começar acontecer. Vimos uma deterioração, muita incerteza, mas acreditamos que agora seja uma fase de acomodação. Vai ser um ano difícil, principalmente em novas encomendas. Não tivemos até agora nenhum cancelamento, mas tivemos postergação de novos projetos. Então buscamos, obviamente, novos negócios, mas alguns projetos que prevemos para esse trimestre e o próximo podem ser que saiam apenas em 2016.

Qual a estratégia para lidar com o cenário de crise da indústria?

A estratégia é manter a estrutura eficiente. Investimos muito aqui, inauguramos uma fábrica buscando crescimento, mas, como talvez ele não venha na forma que esperávamos, temos que manter a estrutura otimizada, sem grandes gastos. Vamos focar muito em aumentar a qualidade nas áreas de serviços, porque é algo que continua acontecendo e crescendo no dia a dia, além de fortalecer a área comercial, dando atenção especial ao relacionamento e ao marketing, para estarmos prontos para quando aparecer a oportunidade.

Quanto o segmento de óleo e gás representa nos negócios da empresa, tanto no Brasil, quanto globalmente?

Globalmente, não temos uma área específica de óleo e gás. Fica dentro da área naval, sendo que o segmento de óleo e gás é a maior parte dentro dela, tendo representado cerca de 20% em 2014. No Brasil, eu não posso falar os números, mas é super relevante. Claro que varia de um ano para o outro. Diferentemente de serviços, que é mais estável, as áreas de óleo e gás e marítima variam muito de acordo com o ano.

O ano de 2014 foi bom para a empresa no mercado de óleo e gás brasileiro?

Foi um bom ano, um pouco aquém da expectativa, principalmente no final, mas no geral foi bom. Quando falo bom, quero dizer que foi melhor do que está sendo 2015.

A crise hídrica e energética gerou um aumento da demanda por geradores térmicos?

Temos duas áreas de negócios ligadas a energia. Uma relacionada a novas usinas e outra a serviços, como manutenção, reparos, reposição de peças etc. A segunda vem crescendo muito desde o início dos despachos das termelétricas. À medida que elas operam, têm mais serviços, suporte técnico, reparo etc. Na área de novas térmicas, finalmente elas voltaram a entrar no radar das autoridades. Hoje vemos o governo falando que ela é essencial, mudando de posição em relação ao passado, e inclusive lançou um leilão apenas para térmicas a gás. Então muitas oportunidades devem surgir. Além disso, houve a demanda por mais máquinas para manter em operação as plantas que estão despachando continuamente.

A área de óleo e gás deve perder espaço para a de energia no portfólio da empresa este ano?

Se for olhar 2015 especificamente, há chance de isso acontecer, mas, como estamos em maio, muita coisa pode mudar até o final do ano.

A Wärtsilä tem um plano estratégico para seu crescimento no Brasil?

Temos um plano até 2017 e estamos revisando ele. Estamos só esperando o plano de negócios da Petrobrás sair para readequar o nosso. Não posso falar de valores, mas certamente buscamos ser líderes tanto na área naval, quanto em energia e em serviços. Queremos ser o maior provedor de térmicas no Brasil, onde já somos os maiores operadores independentes de térmicas.

A empresa pretende entrar no mercado de operação de outros tipos de usina no Brasil?

Estamos aptos a fazer isso, porque a atividade de operação é similar, mas, como temos muita demanda atualmente em nossas próprias usinas, onde temos obrigação de atender, não estamos buscando ainda hidrelétricas e eólicas. Mas este é o próximo passo.

Para quando?

Até 2018 a gente espera começar a entrar nesse segmento. Mas só para operar. Ainda estamos discutindo se através o foco será entrar no mercado de operação diretamente, ou se vamos buscar nos associar a alguma outra empresa para isso.

Que tipo de associação? Aquisição, joint venture…

Todas as possibilidades podem ser avaliadas, mas ainda é muito prematuro para falar disso. Por enquanto ainda é um plano em discussão.

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