WILSON SONS FECHA 2021 COM UM ÓTIMO RESULTADO E OLHA PARA O FUTURO COM MUITO OTIMISMO
O ano de 2021 foi difícil para muitas empresas, em função principalmente da pandemia e seus reflexos. Mas algumas companhias cresceram e prosperaram, como aquelas ligadas à área logística. Houve um crescimento em função da expansão de negócios via internet. Um bom exemplo nesse sentido foi o da Wilson Sons e seu apoio portuário às empresas. O potencial da cabotagem no país é gigantesco, como lembra o CEO da companhia, Fernando Salek (foto). Ele é o convidado desta segunda-feira (20) para participar do nosso projeto Perspectivas 2022. Salek destaca o potencial de transporte marítimo e fluvial de cargas no Brasil: “Com dimensões continentais e com mais de oito mil quilômetros de costa e outros 60 mil quilômetros de rios navegáveis, o País tem uma das maiores malhas aquaviárias do mundo. E o crescimento do modal se dará à medida que o setor fizer ainda mais avanços em infraestrutura e gestão portuária”, avaliou. Veja o que ele diz sobre o comportamento dos negócios da Wilson Sons neste ano e quais as perspectivas para o ano que vem:
– Como foi o ano de 2021 para o senhor e a sua empresa?
– Ainda não estamos com o quarto trimestre fechado, mas tem sido um ano positivo e intenso. No acumulado até setembro, registramos resultados acima dos obtidos no ano passado. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 22% em relação ao mesmo período de 2020. Em termos de dólar, o EBITDA também cresceu 16,2% em relação ao ano anterior. Nosso resultado tem característica bem resiliente e mostra a solidez da companhia, hoje o maior operador de logística integrada portuária e marítima do Brasil, com 184 anos de atuação.
Entre os destaques do Grupo estão as operações de apoio portuário e dos terminais de contêineres de Rio Grande (RS) e Salvador (BA). Na Bahia, concluímos no começo do ano a ampliação do cais do Tecon Salvador, com investimentos de cerca de R$ 500 milhões. Os dois terminais estão homologados para recepção de navios com 366 metros de comprimento, que representam uma tendência global nas principais rotas comerciais do mundo.
Em outubro, dando continuidade aos movimentos que a companhia realiza para maximizar oportunidades, migramos as ações para o Novo Mercado da B3, segmento da Bolsa brasileira destinado às empresas que adotam as melhores práticas de governança corporativa. A presença da Wilson Sons na bolsa brasileira não só aumenta a liquidez das nossas ações, como facilita a atração de investidores e financiadores.
Ao longo de 2021, também refletimos sobre o papel da Wilson Sons no desenvolvimento sustentável do Brasil e divulgamos o nosso propósito. Acreditamos que juntos trabalhamos para transformar realidades e entregar futuros melhores.
– O que sugere para o governo fazer e melhorar a nossa economia e dar mais força aos setores de petróleo, gás, energia e logística?
– No caso da logística, que é a área em que atuamos, posso dizer que o Brasil tem caminhado, mas temos enorme potencial para o transporte marítimo e fluvial de cargas. Com dimensões continentais e com mais de oito mil quilômetros de costa e outros 60 mil quilômetros de rios navegáveis, o País tem uma das maiores malhas aquaviárias do mundo. E o crescimento do modal se dará à medida que o setor fizer ainda mais avanços em infraestrutura e gestão portuária.
O fato de a produção industrial estar próxima da costa é positivo. No entanto, ainda há muitos desafios quando se olha para o interior do País. Cargas do Mato Grosso, por exemplo, descem por rodovia para o Porto de Santos (SP), há mais de 1.600 km de distância. Seria mais próximo escoar os produtos daquela região por Vila do Conde, em Belém (PA).
Além do investimento no transporte marítimo, o incremento das ferrovias também é um fator importante para que um país do nosso tamanho possa movimentar cargas de forma mais eficiente. Um exemplo é a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que ligará o futuro Porto Sul, na região de Ilhéus, ao município de Figueirópolis (TO), onde se conectará com a Ferrovia Norte-Sul. Em outubro, o Tecon Salvador recebeu 20.035 toneladas de carga de trilhos para o equivalente a 167 km de ferrovia. O projeto representa a geração de milhares de empregos diretos, concretização de novos negócios, trazendo desenvolvimento econômico e social.
– Quais são as suas perspectivas e de sua empresa para 2022?
– O mercado de petróleo e gás vem dando sinais de aquecimento, as companhias começam a avançar com novos projetos, o que deve gerar oportunidades para o setor de apoio marítimo. Levantamento realizado pela nossa unidade de negócio de Rebocadores mostra que 22 FPSOs devem entrar em operação no País entre 2022 e 2026.
Estamos preparados para atender esse aumento da demanda. Hoje a Wilson Sons possui a maior e mais potente frota de rebocadores da costa brasileira. São 80 rebocadores, a maior parte com propulsão azimutal (ASD), sendo quatro escort tugs, qualidade necessária para a movimentação de grandes estruturas, como as plataformas de petróleo. Este ano, iniciamos a construção de uma série de outros seis rebocadores de alta potência. As novas unidades estão sendo produzidas no estaleiro da Wilson Sons no Guarujá (SP) e serão as primeiras do país a ter o padrão IMO TIER III, com redução de mais de 75% das emissões de óxidos de nitrogênio, que é um gás do efeito estufa. Esse é um grande diferencial do projeto, visto que o padrão não é uma exigência para o território nacional. O primeiro rebocador está previsto para ser entregue em 2022.
Além dos rebocadores, contamos com uma frota de 23 embarcações de apoio offshore, duas bases de apoio logístico para óleo e gás no Rio de Janeiro e Niterói e a maior agência marítima independente do país, com equipe especializada na indústria de petróleo.
Nossos terminais de contêineres – em Rio Grande e Salvador – também estão capacitados para a retomada do comércio exterior. Como citado acima, as duas unidades estão homologadas para receber navios de 366 metros de comprimento, tendência do comércio mundial. Com infraestrutura de ponta, eles contam com os mais modernos sistemas e equipamentos da atividade portuária mundial. Em Salvador, há projetos importantes para receber cargas destinadas à construção de parques eólicos na região Nordeste. O Tecon Rio Grande é um dos únicos terminais multimodais do território brasileiro e desenvolveu soluções para exportação de cargas tradicionalmente não conteinerizadas, como grãos, fertilizantes e toras de madeira.
Outra vertente é o investimento em inovação. Desde 2019, integramos o Cubo Itaú, maior hub de startups da América Latina. No ano passado, fizemos o primeiro investimento direto em uma startup, a britânica AIDrivers, especializada no desenvolvimento de sistemas de mobilidade autônoma para equipamentos portuários pesados. Em março deste ano, adquirimos participação minoritária e fechamos acordo de exclusividade comercial nos portos brasileiros com a israelense Docktech. Nossa estratégia é usar ativos pré-existentes, combinando tecnologia com nossas competências para desenvolver novos produtos. Essas soluções podem servir para incrementar a eficiência em alguma etapa do processo logístico ou resolver gargalos que existam na cadeia.
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