EMPRESA BELGA ANUNCIA INVESTIMENTO EM MICROGERAÇÃO SOLAR E EÓLICA NO BRASIL | Petronotícias




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EMPRESA BELGA ANUNCIA INVESTIMENTO EM MICROGERAÇÃO SOLAR E EÓLICA NO BRASIL

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –

Após abrir sua filial no Brasil, em 2012, a empresa belga de soluções em geração de energia eólica e solar Windeo Green Futur anunciou que fará um investimento de R$ 2 milhões na microgeração brasileira. De acordo com o diretor operacional da empresa no Brasil, Alexandre Bretzner, o país tem grandes oportunidades de investimento, mas precisa superar dificuldades como o alto desperdício da energia gerada, que chega a 20% em algumas regiões, na sua opinião. Além dos planos para o Brasil, a Windeo, que já possui unidades na França, na Itália, na Espanha, na Polônia e no Líbano, pretende abrir novas filiais nos Estados Unidos e na África do Sul este ano.

A que tipos de geração de energia a Windeo se dedica?

A Windeo se dedica à energia eólica e à fotovoltaica. Atuamos como um integrador, comprando produtos do fabricante e vendendo soluções turn-key. Não investimos diretamente em parques, mas em eficiência energética.

Vocês investem apenas em geração de pequeno porte ou na produção acima de 1 MW também?

Investimos apenas na geração abaixo de 1 MW. Em 99% dos casos, nossos investimentos são para geração de menos de 100 KW, chamada de microgeração, como, por exemplo, nos estabelecimentos comerciais,  residenciais e em hotéis. Esse é o nosso nicho de mercado.

Em que países vocês atuam?

Nossa sede fica na Bélgica e temos filiais na França, na Itália, na Polônia, na Espanha, no Líbano e, desde 2012, no Brasil. Também vamos abrir, ainda neste ano, uma filial na África do Sul e outra nos Estados Unidos.

Como você avalia o potencial do Brasil em relação à geração de energia renovável?

A rede brasileira está subdimensionada, com uma perda de 17% a 20% da energia gerada. Sobretudo no Norte do país, existem problemas de topografia que dificultam um melhor aproveitamento do potencial energético brasileiro. Questões como o lobby da indústria do petróleo também tornam mais difícil o investimento nas energias alternativas. Por isso, é preciso que haja um trabalho de conscientização de que, além de proporcionarem benefícios ambientais,  o que é indiscutível, as energias renováveis podem ser competitivas, até porque o petróleo vai acabar.

Você acha que o mercado brasileiro, em relação aos outros países em que vocês atuam, está em um bom momento para investir nas gerações de energia eólica e fotovoltaica?

Sim, é claro. Hoje o Brasil tem uma das energias mais caras do mundo para abastecer 200 milhões de pessoas, o que é uma oportunidade para investirmos na geração distribuída, utilizando o conceito de Smart Grid, para mudar esse quadro. Por isso vamos oferecer a mesma gama de investimento em energia eólica e fotovoltaica que disponibilizamos para a Bélgica: R$ 2 milhões. O Brasil precisa de um portfólio maior do que as usinas hidrelétricas, que representam 80% da energia gerada no país. Para ter maior estabilidade e não correr mais risco de apagão, são necessárias alternativas como a energia eólica e a fotovoltaica nos períodos de pouca chuva.

Também comparado aos outros países em que vocês têm filiais, você acha que o governo brasileiro dá incentivos o suficiente para as formas alternativas de geração de energia?

O Brasil melhorou quanto a isso, mas ainda está muito atrasado. Estamos em início de conversas com o Banco do Brasil e a Caixa, mas o BNDES não investe em microgeração. Teve uma Resolução Normativa da Aneel, no ano passado, que criou um “crédito de imposto”, uma compensação, para quem investe na micro e na minigeração (menos de 100 KW). Mas ainda precisa de mais incentivos. Sem financiamento, nada vai acontecer.

Que tipos de projeto a Windeo tem para o Brasil?

Temos um projeto muito interessante. Estamos construindo um shopping em São Paulo, o open mall “The Square”, que terá uma torre eólica de eixo vertical. Essa torre é uma novidade porque consegue aproveitar ventos mais turbulentos.

Você poderia falar um pouco sobre a escola de veleiros do Grael, em Niterói, onde vocês instalaram um aerogerador para autoconsumo?

Na verdade nós fechamos uma parceria com o projeto educacional deles. Queremos apoiar a temática da vela, que tem a ver com o vento, e eles têm um curso de energia renovável. Oferecemos uma torre eólica pequena, de 700 W.

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