WINDEO GREEN FUTUR PEDE FINANCIAMENTO DO GOVERNO BRASILEIRO PARA O SEGMENTO DE MICROGERAÇÃO SOLAR E EÓLICA
Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –
Prejudicada pela crise energética na Europa e a demora no avanço das energias renováveis no Brasil, a belga de soluções em geração de energia eólica e solar Windeo Green Futur teve que suspender seus planos de expansão internacional. Segundo o diretor operacional da empresa no Brasil, Alexandre Bretzner, o segmento precisa de financiamento por dois ou três anos para se tornar competitivo e de um leilão exclusivo para energias renováveis.
Como você avalia as atuais condições do mercado brasileiro para o segmento de microgeração de energia renovável?
A evolução está mais devagar que o planejado e as expectativas baixaram. Já temos 30 projetos de energia solar e eólica vendidos no Brasil, mas só um foi liberado até agora. As concessionárias desconhecem as tecnologias e acabam demorando para aprová-las, o que gera toda essa burocracia. Até o governo dar um sinal mais claro de que vai incentivar essas fontes de energia, a situação vai continuar a mesma.
Que tipos de incentivos são necessários para o segmento?
O segmento precisa de um leilão específico, que, certamente, bombaria. Além disso, nós não conseguimos financiamentos do BNDES, que exige conteúdo local. No mercado, só temos acesso a financimentos com juros de 2% ao mês, o que nos quebra. Em São Paulo, existe o Desenvolve São Paulo, que financia projetos de até R$ 3 milhões, uma escala bem menor.
Ano passado vocês anunciaram que investiriam R$ 2 milhões na microgeração brasileira. Em que esse valor foi investido?
Já investimos mais da metade do valor. Esses recursos foram aplicados, principalmente, em módulos e torres eólicas. Estamos com grandes estoques de materiais.
Quais serão os próximos investimentos?
No Rio de Janeiro, acabamos de inaugurar, na última segunda-feira (26), uma torre eólica no Jardim Botânico e também temos um projeto de energia solar para lá. Temos mais dois projetos no Rio de Janeiro, de clientes residenciais.
Você ainda considera que o Brasil vive um bom momento para o investimento em energia renovável?
Sim, mas temos que ter paciência. As oportunidades vão surgir com a crise energética que virá no ano que vem. Vai haver apagão e isso não é mais segredo. O importante para a Windeo é que já equilibramos as contas e estamos vendendo em média quatro projetos por mês no Brasil, o que ainda é pouco, já que na Europa são 22 por semana.
Você considera que houve evolução no Brasil no sentido de incentivar as energias renováveis?
Há muita conversa, o que é importante, mas ainda não aconteceu nada na prática. No momento, as usinas térmicas são necessárias, pois não há outra alternativa para o curto prazo. Mas, se o governo fosse mais honesto, já estaria incentivando a energia solar, que precisa de um preço diferenciado por dois ou três anos para se tornar competitiva. Saber disso, o governo sabe.
O shopping The Square, em São Paulo, já teve sua torre eólica inaugurada?
Por questões de liberação da concessionária e por causa de obras no próprio shopping, o projeto acabou atrasando. A torre deverá ser inaugurada entre 10 e 12 de julho. Mas essa tecnologia ainda é bastante cara para ser usada em larga escala no segmento residencial. Também temos planos de desenvolver painéis solares para shoppings centers, já que o período de maior incidência do sol faz coincidir os picos de uso de ar condicionado e de geração de energia fotovoltaica.
Já foram inauguradas as filiais da Windeo Green Futur nos Estados Unidos e na África do Sul?
Deixamos nossos planos de expansão um pouco parados, assim como as outras franquias que iríamos abrir no Brasil estão temporariamente suspensas. Está havendo uma crise internacional de energia. Alguns países da Europa, como a própria Bélgica, onde está a sede da Windeo, cortaram a Tarifa Premium, que consistia na compra de energia renovável por um preço mais elevado. Tivemos que nos adaptar ao momento do mercado.
Fiquei interessado nas torres eólicas
Queria saber sobre o assunto