WRI-BRASIL E USP LANÇAM ESTUDO SOBRE ENERGIA SUSTENTÁVEL NO PAÍS
À medida que o setor energético brasileiro continua a crescer, a necessidade de operações sustentáveis surge como um fator de grande importância para o planejamento de novos investimentos. Responsável por uma das maiores taxas de emissão de carbono, o segmento pode mudar seus caminhos para ampliar a eficiência de suas operações por meio de novas medidas, de acordo com um novo estudo especializado do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP) em parceria com o World Resources Institute (WRI-Brasil).
O relatório analisou diferentes cenários de emissões e traz recomendações de políticas que podem levar o país a alcançar seus objetivos tanto na área de energia, como na de clima. A avaliação do documento indica que as emissões de combustíveis fósseis ultrapassaram as de agricultura em 2012, apesar de o desmatamento e a mudança de uso da terra ainda serem a principal causa de emissões no Brasil, mas os pesquisadores afirmam que a queima de combustíveis deve tornar-se a principal fonte de emissões no país num futuro próximo.
“Como o sétimo maior emissor de gases que provocam o efeito estufa (GEEs), os compromissos que o Brasil assumir relacionados a clima serão uma peça importante no combate global às mudanças climáticas”, afirma o texto.
O lançamento do relatório acontece às vésperas da divulgação da proposta brasileira para o novo acordo do clima, detalhando os compromissos de redução de emissões que o governo irá assumir para o período pós-2020, previstos para serem divulgados esta semana e reafirmados na Conferência do Clima de Paris, em dezembro.
A principal preocupação se dá em relação ao chamado “orçamento de carbono”, índice de emissões a que cada país tem direito até 2050, segundo a meta de limitar o aquecimento global em 2°C. No ritmo atual, o orçamento de carbono que caberia ao Brasil até 2050 será gasto entre 2024 e 2035, se o país não mudar o atual mix de energia, avalia o relatório.
“O fato de outros países poderem também ficar deficitários não nos isenta da nossa responsabilidade comum”, afirma Oswaldo Lucon (foto), professor do IEE/USP e um dos autores do estudo.
Deixe seu comentário