BRASIL SERÁ SEDE DE UMA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE O SETOR NUCLEAR ORGANIZADA PELA ABDAN E WNA
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O Brasil será a sede do “World Nuclear Spotlight” neste ano. Agora, o encontro internacional já tem datas definidas – entre os dias 3 e 5 de abril, conforme o Petronotícias já havia antecipado no final de 2018. O evento vai reunir membros do setor nuclear do Brasil e do mundo no Rio de Janeiro. Além dos especialistas deste mercado, participarão das reuniões os tomadores de decisão do segmento energético do país. O Spotlight está sendo organizado pela World Nuclear Association (WNA) e pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) e já conta com diversas palestras confirmadas. O primeiro dia do evento será de apresentações: importantes nomes do setor brasileiro, como o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, e o presidente da INB, Carlos Freire, falarão sobre as perspectivas do mercado nuclear no país. A diretora-geral da WNA, Agneta Rising, e outras personalidades da indústria mundial também estarão presentes. Já no segundo dia, o Spotlight terá reuniões fechadas com tomadores de decisão do Brasil e do mundo, onde vão discutir as possibilidades de expansão da energia nuclear. Para o presidente da Abdan, Celso Cunha (foto), esta será uma oportunidade ímpar para jogar luz sobre a questão nuclear brasileira. “Pela programação, é possível ver que será um grande evento. São nomes de nível mundial que estarão presentes fazendo apresentações. Também participarão as 12 pessoas que compõem o board da WNA. Isso trará uma repercussão enorme e aproxima toda uma sabedoria mundial do nosso mercado”, comentou Cunha.
Quando surgiu a possibilidade de trazer o World Nuclear Spotlight ao Brasil?
A nossa parceria com a World Nuclear Association vem de longa data e começou com a World Nuclear University. A Abdan e a Eletronuclear são as únicas associadas brasileiras da WNA. Dentro dessa parceria, no início do ano passado, começamos um trabalho de trazer o Spotlight para o Brasil. Em 2017, o evento aconteceu na Polônia. Em março de 2018, quando aconteceu o seminário internacional da WNU, no Rio de Janeiro, começamos a conversar para trazer o Spotlight ao Brasil. E depois, eu estive em Londres na WNA, e voltamos a falar sobre o assunto. Posteriormente, tivemos uma proposta concreta para a realização do evento encaminhada pelo presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, já que ele é o representante brasileiro no board da WNA. Isso acabou culminando na confirmação do Spotlight no Brasil.
Parte da programação já foi anunciada, com importantes nomes confirmados. Qual a importância disso para o setor?
Pela programação, é possível ver que será um grande evento. São nomes de nível mundial que estarão presentes fazendo apresentações. Também participarão as 12 pessoas que compõem o board da WNA. Isso trará uma repercussão enorme e aproxima toda uma sabedoria mundial do nosso mercado.
Qual será a dinâmica do primeiro dia do Spotlight?
O primeiro dia terá várias apresentações, começando às 8h45 e terminando às 17h50. Estamos buscando trazer o ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, e também o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno. Teremos uma série de palestras de pessoas do ministério e também do próprio GSI. No primeiro dia, teremos entre 70 a 100 pessoas convidadas, todas com poder de decisão e de replicação de informação muito grande.
E como será o segundo dia do evento?
No segundo dia, na parte da manhã, acontecerá uma reunião chamada High Level, onde estarão reunidos 12 tomadores de decisão de alto nível do Brasil e outros 12 de fora do país. A ideia é que essas 24 pessoas, durante essa reunião que será fechada, possam dar uma contribuição e apoio ao programa nuclear brasileiro. Na parte da tarde, haverá uma reunião do board da WNA. E no dia 5 de abril, as pessoas do board da associação e alguns outros participantes que quiserem, participarão de uma visita técnica à Angra 2 e Angra 3. Como o próprio nome Spotlight sugere, nosso objetivo é colocar luz na questão nuclear brasileira.
A Polônia, que recebeu o Spotlight em 2018, anunciou após o evento a meta de alcançar entre 6 GWe e 9 GWe de capacidade nuclear até o ano de 2043. O senhor acredita que o evento no Brasil vai contribuir para que o país avance na questão nuclear?
No momento atual, no novo governo, o setor começou a ser visto sem preconceitos. O mundo já tem feito isso. Vários países que haviam abolido a energia nuclear perceberam que é a fonte é a melhor solução, por conta das baixas emissões. Tem uma série de questões muito importantes neste sentido. Nós acreditamos que a vinda dessas pessoas ao Brasil vai apoiar cada vez mais as nossas ações do setor, para que as coisas avancem mais rapidamente.
Um ponto fundamental será a troca de experiências. A experiência mundial acumulada nesse segmento é muito grande, cresceu muito. Tanto é que existe a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A propósito, o embaixador Marcelo Biato, que é nosso embaixador na AIEA, estará conosco no Spotlight.
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