IPEN VOLTA A PRODUZIR OS RADIOFÁRMACOS QUE AINDA SÃO INSUFICIENTES PARA ATENDER PACIENTES TRATADOS COM MEDICINA NUCLEAR
O IPEN – Instituto de Pesquisas de Energia Nuclear – voltou a trabalhar na produção de Radiofármacos usados pela medicina nuclear no diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer. Desde a semana passada, com a desorganização da malha aérea e as consequentes proibições de voos de passageiros, houve graves consequências também para os voos de carga. Com a dependência brasileira de insumos básicos para a produção de radiofármacos, o IPEN deixou de produzi-los. Como o Petronotícias informou esta semana em primeira mão, foi conseguida uma carga emergencial de Molibidênio-99 e Iodo 131 vinda da África do Sul. Uma outra carga também emergencial viria da Holanda, mas ainda não se sabe nem a quantidade e a data de seu desembarque. Ao que se sabe, chegou da África do Sul em torno de 178 CI de Molibidênio 99 e 50 CI de Iodo 131. Essa quantidade não atende nem a necessidade represada pela falta da produção do produto, nem a necessidade atual. Não está certo ainda que região será beneficiada por essa produção que está sendo realizada pelo IPEN. O que sabe ao certo é que pelas dificuldades de voos domésticos a região norte do país não será beneficiada.
O Brasil também recebe esses insumos da Rússia, que detém 50 % do mercado brasileiro, mas há uma dificuldade de imensa para se trazer a carga para o país. Os voos domésticos estão fechados pelos próximos 26 dias, mas há autorização para decolagem de aviões cargueiros. Mas há tanta necessidade para tantos países que as empresas responsáveis não estão dando conta. Há possibilidades de chegada de um avião amanhã (9) ou mesmo no domingo (12), mas ainda não se pode confirmar neste momento.
Com esta carga emergencial vinda da África do Sul, já que é um voo de repatriação e não especificamente de cargas, a produção não dá para atender as necessidades do mercado nem por uma semana. Foi muita sorte encontrar esse voo de repatriação. Com a confirmação do recebimento dos insumos e da retomada da produção, mesmo que limitada, o IPEN divulgou esta nota para seus clientes:
“A partir de esforços da Direção do IPEN/CNEN-SP e Direção da DPD/CNEN junto aos fornecedores, viabilizou-se o embarque de Iodo-131 esta semana para o Brasil, o que permitirá a realização de produção de IOD-IPEN-131 (I-131 em solução) na próxima quarta-feira, dia 08/04/2020 com calibração para 10/04/2020. Informamos que, nesta produção, será disponibilizado apenas o I-131 em solução. ”
Em outra nota o IPEN traz outra informação:
“A partir de esforços da Direção do IPEN/CNEN-SP e DPD/CNEN junto aos fornecedores, viabilizou-se o embarque de Mo-99 esta semana ao Brasil, o que permitirá a realização de produção de Geradores IPEN-TEC na próxima quarta-feira, dia 08/04/2020 com calibração para 10/04/2020.
Ressaltamos que os pedidos serão atendidos conforme à chegada no IPEN/CNEN-SP até o limite de Mo-99 disponível. Novas produções são esperadas ainda nesta semana, as quais informaremos em breve mediante à confirmação dos fornecedores internacionais.”
Nas duas notas, o IPEN faz um alerta: “Ressaltamos que, diante a disponibilidade de material informada pelo fornecedor internacional, é mandatório e necessária a REALIZAÇÃO DE NOVO PEDIDO. Caso seja do interesse de seu serviço de medicina nuclear agendar IOD-IPEN-131 para a produção da data mencionada, solicitamos enviar seu pedido por intermédio do sistema de vendas via internet ou por e-mail (radiofarmacia@ipen.br), impreterivelmente, até às 9 horas de quarta-feira, dia 08/04/2020.
SEGCL- SERVIÇO DE GESTÃO COMERCIAL ”
O Petronotícias fez uma série de questionamentos ao IPEN com o objetivo de saber quando chegaria a carga da Holanda e quanto tempo seria suficiente para abastecer o mercado; qual era previsão da chegada dos insumos vindos da Rússia; e se há alguma previsibilidade para que o abastecimento dos insumos volte ao normal. Segundo a assessoria de imprensa do Instituto, nesta quarta-feira (8), essas respostas serão dadas para que o mercado tenha uma previsibilidade de fornecimento. Em relação ao CNPJ não renovado, fundamental para a venda e circulação dos radiofármacos, uma correção: na verdade o CNPJ é da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear – e não do IPEN, como informamos. A propósito, a assessoria do IPEN informou que ele já foi regularizado no dia 1º de abril e as vendas e a circulação dos produtos radioativos já podem ser efetuados.
Deixe seu comentário