PRESSÃO DE AMBIENTALISTAS E DE JOE BIDEN FAZ A CANADENSE TC ENERGY DESISTIR DE TERMINAR OLEODUTO KEYSTONE XL
O projeto do oleoduto Keystone XL foi cancelado. A empresa canadense TC Energy, dirigida pelo CEO Russ Girling, que por trás deste empreendimento, desistiu do projeto, encerrando um impasse de uma década sobre o oleoduto de US$ 8 bilhões que prometia transportar 830.000 barris de petróleo bruto por dia através das planícies americanas. A decisão de encerrar a construção do projeto, proposta pela pela companhia, que tem sede em Alberta, então conhecido como TransCanada, é uma vitória para ativistas ambientais e de grupos indígenas, que lutaram contra o oleoduto adicional, que corta o sul de Alberta, desce por Montana, Dakota do Sul e Nebraska, onde se juntaria aos oleodutos já existentes que transportariam petróleo para a costa do Golfo do México. Ao fazer o anúncio, a TC Energy não deu muita explicação para sua decisão, mas o Wall Street Journal disse que “A empresa construiria seus negócios no transporte e armazenamento de gás natural, combustíveis líquidos e energia para atender a crescente demanda norte-americana por combustíveis mais limpos ”.
A decisão da TC Energy desistir do empreendimento que estava em andamento, vem na esteira do cancelamento da licença da empresa para realizar a construção feito pelo presidente Joe Biden. Quase 480 quilômetros do oleoduto foram construídos depois que o ex-presidente Donald Trump, em seu primeiro dia de mandato, reverteu uma proibição da era Obama sobre o projeto. Em 2018, no entanto, um juiz federal bloqueou novas construções porque o governo Trump não realizou as análises ambientais exigidas para receber uma chamada licença presidencial do Departamento de Estado para um projeto transfronteiriço dessa escala. O oleoduto está enfraquecido desde então e, apesar do lobby da empresa com o governo Biden para reativar o negócio, Biden revogou a licença, quase matando o oleoduto.
O presidente americano expressou sua decisão sobre Keystone XL como um ambientalista, como parte de uma mudança do uso dos combustíveis fósseis para combater as mudanças climáticas. Biden não via o apoio do governo dos Estados Unidos para um novo gasoduto como um indicador da credibilidade americana na questão, enquanto tentava reafirmar alguma aparência de liderança americana no cenário global. Ambientalistas apontaram a construção do oleoduto como uma forma processual de enfrentar e reduzir o consumo de petróleo americano. O petróleo transportado das areias betuminosas em Alberta exigiu mais processamento do que outras formas de extração de petróleo, o que significa, segundo os protestos ambientalistas, que emitiria mais gases de efeito estufa no processo. Protestos de grupos indígenas e ativistas levaram a questionamentos judiciais sobre o uso da terra para o gasoduto. Também havia a preocupação de que a rota proposta através de Nebraska cortasse o Aquífero Ogallala. A TC Energy disse que cortaria mais de 1.000 empregos na construção quando suspendesse as operações. O Departamento de Estado calculou o número de cargos de tempo integral que o gasoduto traria em cerca de 50.
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