MAIS UMA ONG INTERNACIONAL REÚNE DADOS ACUSANDO BANCOS E A ENEVA DE DESTRUIR A AMAZÔNIA PELO PETRÓLEO E GÁS

domenickDepois do Green Peace forjar imagens de uma barreira de corais para impedir a exploração de petróleo na Margem Equatorial ( ainda valendo o impedimento feito pelo IBAMA), uma outra  ONG Internacional tenta barrar a exploração de petróleo e gás a na região amazônica apresentando uma denúncia, agora envolvendo bancos e a Eneva.  Uma análise da ONG Stand܂Earth  quer mostrar que os bancos e a Eneva, tem grande responsabilidade por desmatamentos e por afastamentos de  tribos indígenas de seu habitat. O trabalho revela que o financiamento do setor de petróleo e gás na Amazônia continua a crescer, apesar do compromisso global com a transição rumo ao fim dos combustíveis fósseis. A organização estima que US$ 23,6 bilhões foram diretamente injetados na exploração e comercialização de petróleo e gás na região nos últimos 15 anos. Os oito maiores bancos foram responsáveis por mais da metade do financiamento direto estimado entre 2009 e 2023, mas representam apenas 5% das entidades financeiras rastreadas na base de dados da  Amazon Banks Database. JP Morgan Chase, Citibank e Itaú Unibanco continuam ocupando as primeiras posições do ranking de bancos que lucraram com petróleo e gás em meio à aproximação de um ponto de inflexão na Amazônia. Eles vêm seguidos pelos bancos Santander, Bank of America, HSBC, Credicorp Capital Peru e Bradesco.

Martyna Dominiak, Coordenadora do Programa de Financiamento na Amazônia da Stand܂Earth alertou que “Diante da intensificação do desequilíbrioazulao climático, a ONU indca  que nesta década serão necessários até US 387 bilhões por ano para a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Os bancos têm um papel chave em frear a destruição da maior floresta tropical do mundo e contribuir com a transição energética, mas estão agindo no sentido contrário, com o aumento do financiamento da exploração de petróleo e gás na região.” Na atualização da base de dados da Stand, o Santander se destacou como o maior financiador europeu de petróleo e gás na Amazônia. O banco espanhol destinou mais de US$ 1,5 bilhão ao setor entre 2009 e 2023, tornando-se também o quarto maior financiador a nível mundial. O Brasil é o principal mercado do banco, maior do que a Espanha. Os dados mostram o Santander na direção contrária à de entidades financeiras da União Europeia. Com as novas políticas ambientais do bloco – como o Pacto Verde Europeu e a Lei Antidesmatamento – e a crescente pressão de líderes indígenas e organizações da sociedade civil, surgiu uma tendência de restringir o financiamento de petróleo e gás na Amazônia.

Nos últimos anos, Barclays, HSBC, BNP Paribas, ING e Credit Suisse, por exemplo, implementaram alguma forma de política de exclusão geográfica para a Amazônia. Em outras palavras, essas políticas são um compromisso para acabar com o financiamento e o investimento em atividades relacionadas ao setor no bioma amazônico. “Num momento em que a Amazônia enfrenta a ameaça de um ponto de inflexão, o Santander está aumentando seu financiamento para a extração de azulao 1petróleo e gás na região da qual depende a estabilidade climática do planeta. Essa é a direção de crescimento contrária para um banco que argumenta que quer contribuir para a sustentabilidade. O Santander deveria ouvir os povos indígenas da Amazônia e cientistas e seguir o exemplo de outros bancos europeus que pararam de financiar o setor na Amazônia“, disse Dominiak.

Uma petição lançada pela Stand, junto com a We Move e a EKO, já reúne aproximadamente 200 mil assinaturas pedindo que o Santander pare de financiar atividades relacionadas a petróleo e gás na Amazônia. Dominiak destaca que a exploração de petróleo e gás na Amazônia está frequentemente associada não apenas ao desmatamento (legal e ilegal) da região, como também à violação dos direitos dos povos indígenas. O relatório  “ Lucros do Colapso”, lançado no ano passado pela Stand junto com a COICA, expõe o financiamento a empresas que estão na contramão da sustentabilidade. E cita a  Eneva. Os bancos Itaú, Santander e Bradesco apoiaram o projeto do Complexo Parnaíba, da Eneva. O Itaú e o Santander também participaram de emissões de títulos da empresa para financiar o projeto integrado Azulão-Jaguatirica. Em fevereiro, o Ministério Público Federal solicitou a suspensão da licença da Eneva para explorar gás no campo de Azulão, localizado na Bacia do Rio Amazonas, por não levar em conta a presença de povos indígenas na região e o impacto das operações no território. Além das etnias Mura, Munduruku e Sateré Mawé, que vivem na região.

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