O CONSELHO DA PETROBRÁS VAI REFERENDAR AMANHÃ O NOME DE MAGDA CHAMBRIARD PARA A PRESIDÊNCIA DA COMPANHIA
Com um currículo que tem, demonstrando sua grande experiência na indústria do petróleo, até que o comitê que analisou o nome de Magda Chambriard para assumir a presidência da Petrobrás demorou muito (oito dias) para confirmar e reconhecer que ela era apta para o cargo. Agora, como dizia Moraes Moreira, “chegou a hora da gente bronzeada mostrar seu valor.” Alguns profissionais do mercado e os poucos jornalistas que insistiram em desmerecer o trabalho que ela realizou à frente da ANP, provocando dúvidas em sua capacidade, vão dar com os burros n’água. Só um boicote interno poderá derrubá-la. Chambriard, se tiver apoio do governo Lula, vai acender a indústria brasileira, principalmente a naval e a engenharia de montagens eletromecânicas. Com certeza, vai defender a liberação das licenças ambientais que estão travando o desenvolvimento da economia do norte do país, com a exploração da Margem Equatorial por completo. Quem sabe, até a construção de uma refinaria no Amapá ou Pará e um grande gasoduto para distribuir gás pelo norte do país. Este é o perfil dela durante toda sua trajetória profissional, pelo que se pode compreender de seu currículo.
Amanhã (24), seu nome será submetido oficialmente ao Conselho de Administração. E a possibilidade de não ser aprovado é zero. A Petrobrás já tem um novo presidente. Uma nova liderança. Assim, o nome de Magda já está apto para ser apreciado pelo Conselho. O colegiado também vai apreciar o nome dela como integrante do Conselho, mas é burocrático. A Petrobrás informou que não será necessário fazer uma nova assembleia geral de acionistas para validar a escolha de Magda. O mercado ainda especula que ela substituirá alguns diretores e gerentes executivos. Para um bom entendedor, uma posse como essa, basta. Quem defendia obras no exterior, pode acreditar, como diz o ditado popular, já pode ter subido no telhado.
Magda, no entanto, terá uma tarefa difícil pela frente que precisará muita arte ou muito poder: conseguir entrar e entender os critérios da equipe de licitação da companhia, que tem arbitrado ao seu bel prazer, sem que os outros presidentes tivessem tido acesso. Aí pode estar o calcanhar de Aquiles de Chambriard. Precisará de muita atenção para os resultados que haverão de vir. Temas espinhosos como, por exemplo, o heliponto da Plataforma P-53, que há anos precisa ser trocado para dar segurança aos pousos por ter sido construído no exterior abaixo do que deveria. Para lembrar, a plataforma está no meio de uma grande polêmica e para entender todo o imbróglio, é preciso voltar para o ano de 2008, quando a P-53 começou sua operação. A Petrobrás percebeu que o heliponto da embarcação ficou muito baixo, dificultando as operações de pousos e decolagens. Por isso, a empresa precisou arcar com o custo extra e alugar embarcações de apoio para ajudar a estabilizar a P-53 durante pousos e decolagens.
Anos depois, já em 2015, a Petrobrás contratou a empresa Alphatec para a construção do novo heliponto da plataforma. A obra da estrutura estava 95% concluída quando começou um embate entre as duas companhias. De um lado, a Alphatec alega que o contrato foi encerrado unilateralmente pela Petrobrás em novembro de 2016. A empresa fornecedora disse que acionou a Justiça, pleiteando o cumprimento do contrato por parte da Petrobrás. A Alphatec alegou ainda que houve um descompasso entre o avanço físico e financeiro da obra. A companhia apontou que quando a obra estava 90% concluída, o avanço financeiro estava em apenas 58%, resultando em “comprovado e inquestionável desequilíbrio econômico-financeiro do contrato.” Do outro lado, a Petrobrás alega que o contrato com a Alphatec foi encerrado em setembro de 2016, sem que a obra tivesse sido concluída pela empresa. A Petrobrás, então, realizou nova licitação e mobilizou outra companhia, que retomou a obra. Porém, em março de 2018, o Ibama determinou o embargo de todas as atividades no Porto da Praia do Forno, em Arraial do Cabo (RJ), onde estavam sendo realizadas as obras do heliponto. Com isso, toda estrutura construída ficou abandonada no porto, com a Petrobrás pagando aluguel do espaço até tudo virar sucata e ser retirado. E ainda, o que é mais misterioso, a empresa paga por dia até hoje três embarcações, que na época custavam US$ 30 mil cada uma delas, para estabilizar a plataforma nos momentos de pousos e decolagens dos helicópteros.
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