EM BUSCA DE NOVOS CONCEITOS NA MONTAGEM ELETROMECÂNICA

Por Bernardino Nilton do Nascimento /
Idealizador do Primeiro Comissionamento com Sustentabilidade do Mundo –

Está na hora de mudar antigos conceitos e quebrar paradigmas em todos os segmentos da montagem eletromecânica.

Todas as tecnologias dos últimos anos foram focadas nas paradas que ocorrem nas indústrias, refinarias e usinas, e que, por necessidade de inserção dos produtos no mercado, são idealizadas para abreviarem o tempo de paralisação, em função dos compromissos assumidos com os distribuidores e compradores. Com isso, todos os esforços foram desenvolvidos para encurtar os prazos das paradas, o que fez com que a mão de obra, os produtos e os equipamentos passassem a envolver muitas tecnologias, qualidade e bons preços pagos pelos clientes.

É hora de buscar essas tecnologias e trazer para as novas obras uma boa e inovadora engenharia, que pode colocar de 15% a 25% de suas soldas para campo. Temos que tentar diminuir estes percentuais, e aprofundar mais os estudos, para colocarmos essas soldas em situações mais acessíveis à realização dos testes hidrostáticos localizados. Por outro lado, os testes das demais soldas poderiam ser feitos nos spools no pipe-shop. Além de não precisar mais das pastas de recomposição, ganharíamos, e muito, no consumo da água. A engenharia tem a obrigação de trazer de volta as suas pesquisas e voltar a ser a grande líder do empreendimento. Hoje, tão criticada, pois dela tiraram o seu principal pilar, que é o tempo necessário para desenvolver a criatividade com aprofundamentos nos estudos e planejamento.

Uma boa prática aconteceu na RNEST, com o Consórcio CONEST, através da sua equipe de Comissionamento, comandada pelo Engenheiro Jorge Raimundo.  Foi criado um método que quebrou um grande paradigma na limpeza e nos testes hidrostáticos de tubulação.

O novo processo já obteve alguns prêmios nacionais e internacionais, e acaba de atingir uma meta de 96% do seu final na UDA 11. Com isso, podemos afirmar que pela primeira vez uma limpeza de grau S A 2.5 a 3 ficará pronta antes da montagem do sistema.

Um processo aparentemente simples, que é baseado em quatro pontos importantes. A limpeza com abrasivos encapsulados em esponja, PIG mecânico, Passivantes e uma ETA (Estação de Tratamento de Água e Reuso).

Os principais resultados do Comissionamento com Sustentabilidade foram a grande economia de recursos hídricos. Na UDA, estimava-se um consumo nos métodos tradicionais de 26 milhões de litros de água (depois de todas as revisões surgiram novos números), e com o novo processo o gasto passa para no máximo 300 mil litros, mais redução de custos e prazo, maior segurança na execução das atividades, além da melhoria na qualidade final da limpeza interna dos tubos.

As premissas básicas do novo conceito foram consideradas para que todo o processo tivesse coerência e sustentação. O gerenciamento desta nova concepção foi um processo que exigiu, da Direção do CONEST, coragem de mudar mesmo correndo os riscos do novo. A equipe de comissionamento buscou pesquisar constantes avaliações dos resultados, colaboradores com alto grau de experiência e criatividade para a formulação e implementação dos objetivos estratégicos.

Tudo isso para dizer que não devemos ter medo de mudar, de criar, de buscar alternativas, que muitas delas estão nas paradas. O CONEST criou um programa de grande importância: o PEP (Programa de Excelência de Produtividade), além da Fábrica de Ideias, que atinge toda a camada de disciplinas dos seus colaboradores. Com ela, apareceram criações e atalhos que deram mais agilidade na construção. Foram ideias de colaboradores simples, que em busca da premiação criaram uma competição saudável pelas ideias mais proveitosas, onde surgiram verdadeiras alavancas em busca da produtividade.

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